segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

TERRA DOS SONHOS, ALÉM DO REAL

Eu gosto de sonhar, mesmo quando, nos sonhos, geralmente é impossível controlar os eventos que se sucedem. 

E isso acontece com enorme frequência. 

Na nossa cultura, na tal "contemporaneidade", os sonhos são interpretados a partir da ressignificação de seus símbolos, imagens e acontecimentos. 

Devemos isso ao gênio de homens como Sigmund Freud e Carl Jung, que estudaram o fenômeno do insconsciente humano.

Este lugar semi-desconhecido, onde cobras e pirilampos se contorcem...

Freud, por exemplo, de cuja obra apenas tenho vaga ideia, publicou um livro chamado A interpretação dos sonhos

Jung, após o seu rompimento intelectual com Freud, elaborou a teoria do insconsciente coletivo. Este, por sua vez, se manifestaria de diversas formas, inclusive, nos sonhos.

Pintura surrealista sobre o sonho

As culturas antigas acreditavam que os sonhos tinham a capacidade de serem premonitórios, ou seja,  podiam revelar alguns detalhes sobre coisas que ainda não haviam acontecido, mas que ocorreriam no futuro.

No shamanismo, prática ritual milenar de cura e religamento com os espíritos, por exemplo, o shaman utiliza-se de Estados Alterados de Consciência (EAC) para entrar em contato com espíritos ancestrais e outras entidades, como espíritos de animais. O uso de interpretações de sonhos também faz parte do processo.

Um shaman em transe

Na História do Cristianismo, um sonho marcou a transição da nova religião para o que ela se tornaria nos séculos futuros. 

No século IV, o imperador romano Constantino se converteu ao Cristianismo por volta de 313 ou 314 d.C. Sua conversão, hoje bastante contestada por historiadores, que a interpretam como mera manobra política de um imperador fraco de um território desunido, é relacionada a um sonho tido por Constantino.

 Afresco medieval representando o sonho de Constantino

Na véspera de uma batalha nas proximidades da Ponte Milvius, em um sonho, o imperador teria tido uma visão, na qual recebera a ordem de pintar cruzes (o símbolo cristão oficial) em seus estandartes, bandeiras e escudos.

In hoc signo vinces (Com este signo vencerás, em latim), dizia o sonho.

Constantino teria acreditado no sonho e, ao acordar, ordenado o cumprimento da ordem. Ele venceu a batalha, e a igreja, antes perseguida, passa agora a perseguir os outros, uma vez que foi elevada à religião oficial do Império Romano. 

Um sonho iniciou o longo processo de decadência do Cristianismo, que ainda perdura nos dias de hoje.

Eu acabo de acordar de um sonho, daí este texto. Mas não me arrisco a fazer interpretações. 

Paz e Bem!

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