Eu acompanho o maravilhoso mundo de faz-de-conta da política apenas pelos noticiários.
De vez em quando, em momentos eleitorais, por exemplo, eu faço campanha. Depois, volto ao marasmo habitual e me recolho à minha insignificância.
Mas, mesmo quietinho, eu acompanho o mundinho.
Hoje, por exemplo, li que a ex-senadora e ex-candidata à presidência Marina Silva, fenômeno eleitoral do primeiro turno das eleições (algo tipo um Tiririca de saias em escala nacional) quer criar uma "terceira via" à brasileira, algo que possa, quem sabe, no futuro, quebrar o nosso bipartidarismo na prática, no qual as eleições giram em torno das candidaturas do PT e do PSDB.
Blá! Blablá! Blaaaaaablablabárina!
E, então, eu perdi o respeito por ela como liderança política.
Levando em conta que, no Brasil, não existe debate político de verdade, além dos muros cercados da intelligentsia e do beautiful people - e mesmo nesses lugares, o debate, quando existe, é bem sem-vergonha e pobre - como será possível constituir essa hipotética "terceira via"?
No Brasil, terra de palmeiras onde canta o sabiá, a primeira e a segunda vias, se se quiser usar esse belo vocabulário que, como na maioria dos casos, na verdade, não quer dizer nada, não são constituídas a partir de discussão política, mas simplesmente, a partir de algumas afinidades - que mudam frequentemente - e fome por cargos.
Ou seja, a única forma de se constituir uma terceira via seria a partir da construção de um programa alternativo em relação ao que é apresentado pela primeira e pela segunda vias.
E programa é construído a partir de debate. Não tem outro jeito.
A candidata dirá, então, que é preciso ouvir as entidades que representam a sociedade organizada. Aí, ela está se esquecendo que essa gente já tem lado há muito tempo. E a escolha do lado não teve nada a ver com perfil ideológico ou coisa que o valha.
Ideologia é coisa de intelectual, e só intelectual de esquerda. E olhe lá... O resto do mundo é prático.
Marina, então, vai estar pregando no deserto. Infelizmente, quando se trata de política, não precisamos de profetas. Precisamos de pessoas que falem às multidões.
Marina, então, vai estar pregando no deserto. Infelizmente, quando se trata de política, não precisamos de profetas. Precisamos de pessoas que falem às multidões.
Mantenho a mesma opinião sobre Marina que eu formei nas eleições: na melhor das hipóteses, a ex-candidata é ingênua.
E eu não quero falar sobre a pior hipótese.
Paz e Bem!
Ingênua? Não acho.
ResponderExcluirNunca acreditei em gente que abandona o barco. No caso dela, váaaaarias embarcações.
Muito fraquinha!"