quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

TERCEIRA VIA? TÁ, TÁ BOM...

Eu acompanho o maravilhoso mundo de faz-de-conta da política apenas pelos noticiários. 

De vez em quando, em momentos eleitorais, por exemplo, eu faço campanha. Depois, volto ao marasmo habitual e me recolho à minha insignificância. 

Mas, mesmo quietinho, eu acompanho o mundinho. 

Hoje, por exemplo, li que a ex-senadora e ex-candidata à presidência Marina Silva, fenômeno eleitoral do primeiro turno das eleições (algo tipo um Tiririca de saias em escala nacional) quer criar uma "terceira via" à brasileira, algo que possa, quem sabe, no futuro, quebrar o nosso bipartidarismo na prática, no qual as eleições giram em torno das candidaturas do PT e do PSDB. 

Blá! Blablá! Blaaaaaablablabárina!

E, então, eu perdi o respeito por ela como liderança política. 

Levando em conta que, no Brasil, não existe debate político de verdade, além dos muros cercados da intelligentsia e do beautiful people - e mesmo nesses lugares, o debate, quando existe, é bem sem-vergonha e pobre - como será possível constituir essa hipotética "terceira via"?

No Brasil, terra de palmeiras onde canta o sabiá, a primeira e a segunda vias, se se quiser usar esse belo vocabulário que, como na maioria dos casos, na verdade, não quer dizer nada, não são constituídas a partir de discussão política, mas simplesmente, a partir de algumas afinidades - que mudam frequentemente - e fome por cargos. 

Ou seja, a única forma de se constituir uma terceira via seria a partir da construção de um programa alternativo em relação ao que é apresentado pela primeira e pela segunda vias. 

E programa é construído a partir de debate. Não tem outro jeito.

A candidata dirá, então, que é preciso ouvir as entidades que representam a sociedade organizada. Aí, ela está se esquecendo que essa gente já tem lado há muito tempo. E a escolha do lado não teve nada a ver com perfil ideológico ou coisa que o valha.

Ideologia é coisa de intelectual, e só intelectual de esquerda. E olhe lá... O resto do mundo é prático.

Marina, então, vai estar pregando no deserto. Infelizmente, quando se trata de política, não precisamos de profetas. Precisamos de pessoas que falem às multidões.

Mantenho a mesma opinião sobre Marina que eu formei nas eleições: na melhor das hipóteses, a ex-candidata é ingênua. 

E eu não quero falar sobre a pior hipótese.

Paz e Bem!

Um comentário:

  1. Ingênua? Não acho.
    Nunca acreditei em gente que abandona o barco. No caso dela, váaaaarias embarcações.
    Muito fraquinha!"

    ResponderExcluir