domingo, 30 de janeiro de 2011

ORAÇÕES & POEMAS DE AMOR

Uma de minhas orações preferidas é a Oração da Serenidade, escrita pelo pastor protestante Reinhold  Niebuhr. 

A primeira parte da oração de Niebuhr consta neste blog, logo abaixo do título. 

Abaixo, eu a transcrevo na íntegra:

Deus, dai-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,
coragem para mudar as coisas que eu possa, e sabedoria para que eu saiba a diferença.
Vivendo um dia a cada vez, aproveitando um momento de cada vez;
aceitando as dificuldades como um caminho para a paz;
indagando, como fez Jesus, a este mundo pecador, não como eu teria feito;
aceitando que Você tornaria tudo correto se eu me submetesse à sua vontade para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida e extremamente feliz com você para sempre no futuro.
Que assim seja!

Sim, é uma oração! Entretanto, leitor ou leitora, caso você não seja particularmente interessado em temas espirituais, como eu, talvez ajude se você tentar pensar nesse texto como um poema. 

Nos breves momentos em que estou inspirado, gosto de pensar nas orações como exemplos de poemas de amor, daqueles antigos, que falam sobre amores proibidos ou separados por oceanos de tempo ou milhares de quilômetros. 

Acredito que ambos sejam semelhantes, uma vez que, nos dois casos, fala-se a alguém que não se pode ver, mas cuja presença está no coração. E, mesmo que não se possa ver ou tocar a pessoa amada, ainda assim, ela está lá...

Nunca escrevi orações; mas já feri os cotovelos escrevendo cartas de amor.

Um dos meus heróis, o monge cistirciense Thomas Merton, escreveu uma oração também, Abaixo, o texto, integral:
Oração de Thomas Merton

Senhor meu Deus,
não sei para onde vou.
Não vejo o caminho em frente,
nem sei ao certo onde ele findará.
Na verdade nem me conheço
e o facto de pensar
que estou a seguir a Tua vontade
não quer dizer que eu esteja a ser-lhe fiel.
Mas creio que o desejo de Te agradar
Te agrada realmente.
E espero manter este desejo
em tudo quanto fizer.
Espero jamais fazer qualquer coisa
alheia a esse desejo.
Sei que, se agir assim,
Tu me conduzirás pelo caminho certo,
embora eu nada possa saber sobre ele.
Por isso, sempre confiarei em Ti,
mesmo que me sinta perdido
ou às portas da morte,
nada recearei,
pois Tu estás sempre comigo
e nunca me deixarás sozinho.


Como em cartas de amor - as verdadeiras, as desesperadas - nas verdadeiras orações, percebemos como temos pouco controle sobre nossas vidas.

O místico, o homem - ou mulher - que busca a Deus, sabe disso. E o homem - ou mulher - loucamente apaixonado, acaba por aprender isso na marra. 

Não escolhemos a quem amar. Na verdade, o amor é poucas vezes racional e, infelizmente, quase sempre luta contra o nosso natural instinto de auto-preservação. 

E o que fazer, então?

Se você ainda se faz essa pergunta quando está apaixonado, então, talvez, ainda haja esperança.; talvez, você nem esteja tão louco de amor assim...

Porque, sinceramente, não há muito o que se fazer nessas horas...

Não é uma questão de escolha; não é uma questão de opção...

Paz e Bem!

4 comentários:

  1. É por isso que sou seguidora deste blog.
    Venho aqui todos os dias com esperança de ler algo tão esclarecedor e apaixonante como este texto, não gosto de leitura complicada, contraditória, chataaaaa. Gosto do que vc escreve Thiago.
    Espero que nunca percas a inspiração. Sou sua fã.

    Besitos. Meiry

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  2. Acho que na fase de busca, tanto a Deus, quanto ao amor, de alguma forma escolhemos, mas vencido o "nosso natural instinto de auto-preservação" a escolha vira opção única. E não importa o quanto dure!

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  3. Em tempo!
    Sou uma paulistana de nascimento que mora em Cuiabá/MT.

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  4. E O QUE FAZER,ENTÃO? ESTA É UMA PERGUNTA QUE ME FAÇO TODOS OS DIAS.AINDA NÃO OBTIVE RESPOSTA.NEM DURANTE MINHAS INÚMERAS ORAÇÕES.AMAR DEVERIA SER TÃO FÁCIL,TÃO SIMPLES,TÃO NATURAL...COMO ORAR...AMAR DEVERIA SER COMO UM SUSPIRO ESPONTÂNEO DA ALMA...EU AINDA NÃO SEI TODOS OS MISTÉRIOS DO AMOR,SÓ SEI SENTIR... BJ.CIDI.

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