quarta-feira, 30 de junho de 2010

PESSIMISTA? REALISTA? OU NENHUM?

Eu fui jornalista durante alguns anos, até o Jornalismo decidir que era melhor que cada um de nós seguisse o seu próprio caminho. Ele foi lá, pro seu lado. E eu me virei como professor de inglês.

Na minha curta experiência na área, eu fui repórter policial. Como todo jornalista semi-virgem que entra em um jornal de verdade, de gente grande.

Foram quase dois anos vendo gente morta ou morrendo.

Eu vi homens, mulheres e crianças indo pelos ares. Eu vi gente inocente e outros não tão inocentes levando tiros ou sendo esmagados em deslizamentos. 

Com o tempo, eu me acostumei, como todo profissional que se preze. Com o tempo, eu deixei de ficar chocado.

E esta é a melhor receita: não deixar a coisa afetar você. O problema acontece quando você tenta entender o que está acontecendo, quando tenta ver algum sentido para toda essa desgraça.

Aparentemente, não existe nenhum sentido. Pelo menos, não um que possa ser percebido a olhos nus.

Este mundo não castiga os maus e premia os bons. Todos são esmagados igualmente. 

Mas não sou pessimista. Sei que coisas boas acontecem. Já presenciei pequenos milagres, tanto na minha vida, como na vida de outros.
Já presenciei atos de solidariedade, de amor, mesmo, em lugares inesperados. Já presenciei pessoas arriscando suas vidas para ajudar desconhecidos. 

Sempre que parece não haver sentido, um sentido ainda maior, que não podia ser visto antes, parece querer insistir para nascer. 

Paz e Bem!

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