Ontem, o UOL publicou fotos de usuários de drogas na Cracolândia, localizada na região central da cidade de São Paulo.
As fotos, de autoria de Fernando Donasci, da agência de notícias Reuters, podem ser conferidas em http://noticias.uol.com.br/album/100518_crack_album.jhtm?abrefoto=3#fotoNav=1.
Segundo o texto das legendas, a Cracolândia, que existe em dois ou três pontos diferentes no Centro, faz parte de uma política deliberada da prefeitura paulistana sobre o consumo de drogas - no caso, principalmente o crack - que existe há 30 anos.
O que significa a expressão política deliberada?
Significa que, segundo o texto, durante 30 anos, ou seja, desde 1980, o consumo de drogas foi liberado no local.
Estive na Cracolândia algumas vezes, para satisfazer meu interesse pessoal pelo lado negro do mundo. Acho que é preciso ver de tudo. As visitas foram feitas em diferentes dias, em diferentes meses e em diferentes horários, e o saldo foi o mesmo.
Como eu escrevi acima, a Cracolândia não é apenas um local.
No Centro de SP, existem três grandes pontos de consumo de crack. No geral, eles ficam entre a Estação da Luz e a Praça da República, no Centro Velho.
Em cada um desses três pontos, cheguei a contar entre aproximadamente 50 e 200 usuários da droga fumando seus cachimbos sentados nas calçadas ou caminhando pelas ruas. O público é bem variado: existem adultos, crianças e idosos. Homens e mulheres.
A aparência geral dos usuários é a de alguém que está morrendo. O crack é violento: ele suprime as necessidades básicas por alimento e água, a ponto de que, no final, o aficcionado deixe de se interessar por essas bobagens. Como resultados do consumo, a pele resseca, o corpo definha com a perda de peso e os dentes caem - e esses são apenas os sintomas mais aparentes.
A droga, vendida em forma de pedra cristalizada - obtida como subproduto na fabricação da cocaína - é comercializada de várias formas: os preços variam segundo o tamanho da pedra a ser comprada. É claro que os interessados podem comprar várias outros tipos de drogas na região, mas a grande preferida dos consumidores da área é o crack.
E é um fato de que a polícia não interfere no consumo. Na verdade, segundo boa parte dos usuários, e outras fontes, quem administra a demanda no local são justamente policiais.
Recomendo uma visita ao local. É uma oportunidade única de se aprender o que significa a expressão política deliberada.
Hoje, a prefeitura percebe que o buraco é mais embaixo e que não basta deixar as pessoas livres aos seus demônios particulares.
E a razão é simples... Se estiverem livres, eles acabam por comer você por dentro.
Ainda assim, Paz e Bem!
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