sexta-feira, 26 de março de 2010

O ANTI-CRISTO

Acabo de assistir o filme O Anti-Cristo, (no original Anti-Christ) produção européia lançada no ano passado, dirigida por Lars Von Trier. No elenco, Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg.


O enredo do filme é simples: após a morte do filho, um casal (Dafoe e Gainsbourg) estão arrasados. A mulher, principalmente. O marido, que é terapeuta, decidde ajudá-la a superar o trauma e propõe uma temporada em uma cabana no campo.

Ao longo do tempo, a mulher vai piorando e coisas estranhas passam a acontecer na casa.

Os enredos extremamente simples são uma marca dos filmes de Trier, cineasta europeu que optou por tentar realizar em seus filmes uma espécie de estética mínima, bastante concentrada na interpretação dos atores (daí, a abundância de close-ups, por exemplo) e o uso de diferentes movimentos de câmera e iluminação.

Em Dogville, filme de 2003, Trier usou dessa estética para contar como a chegada de uma moça a uma pequena cidade norte-americana durante a Depressão da década de 1930, faz com que as piores características de seus moradores venham à tona.


Neste filme, o diretor optou por realizar uma espécie de teatro filmado, com o mínimo de cenários. As casas da cidade, por exemplo, eram constituídas apenas de parte de seus esqueletos.

Alguns comentaristas afirmam que pode-se encontrar semelhanças entre as propostas cinematográficas de Trier e a concepção de teatro apontada pelo francês Antonin Artaud, em seu Teatro da Crueldade. A meu ver, Artaud tinha mais consideração pela forma como os textos seriam trabalhados em suas peças do que mostrou Trier até agora.

Mas, do ponto de vista cinematográfico, O Anti-Cristo é bem mais convencional do que outras obras do autor, como o já citado Dogville. Um dos aspectos diferenciais entre os dois filmes é a abordagem da sexualidade - sempre abordada de forma deprimente - graficamente mais explícita na produção do ano passado. 

E, quase sempre, quando os filmes abordam a sexualidade de forma explícita, isso é feito de forma desnecessária à trama, marcando a obra com uma gratuidade desnecessária.

Mas recomendo o filme, uma vez que é sempre bom ver filmes lançados no Brasil que saiam da tradicional estética água-com-açúcar da maioria dos filmes atuais.

Paz e Bem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário