Nos últimos anos, um dos meus principais esforços foi o de conhecer o maior número possível de grupos religiosos existentes hoje. Estudei o Cristianismo (católico, protestante e evangélico), o Espiritismo e o Budismo com alguma dedicação.
Li textos do Islã, do Hinduísmo e do Taoísmo. E me debruçei sobre o estudo científico das religiões e sobre o estudo de tradições como o Xamanismo e o Santo Daime, além da Umbanda, do Candomblé, do Novo Paganismo e da Nova Era.
Hoje, admito que não sou um profundo conhecedor de nenhuma dessas tradições e, honestamente, duvido que farei parte, no sentido de pertencer de corpo, alma e mente, a alguma delas.
Cada vez mais, percebo que nenhum dos sistemas religiosos pode nos oferecer as respostas a todas as questões suscitadas pela vida. E mais: quando nos colocamos questionamentos sobre temas como a vida após a morte, por exemplo, cada tradição oferece uma visão sobre o tema.
Um exemplo: as tradições cristãs clássicas (catolicismo, protestantismo e evangelicalismo) não oferecem respostas satisfatórias sobre os fenômenos de aparições de espíritos, tema abordado de forma muito mais minuciosa dentro do Espiritismo, por exemplo.
Entretanto, várias afirmações feitas por Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, quando confrontadas com o conhecimento científico atual, mostram-se cheias de equívocos. Um exemplo desses erros são as alegações feitas pelos espíritos a Kardec sobre a existência de vida em outros mundos do sistema solar, bem como na descrição de sua estrutura física.
Assim, cada vez mais, percebo que nenhum sistema religioso tem a capacidade de oferecer todas as respostas, mas que, de alguma forma, cada tradição tende a oferecer visões, interpretações e informações que podem complementar as outras.
A partir daí, é necessário passar a pensar na complementaridade que as distintas tradições religiosas podem exercer entre si, sendo absolutamente impossível afirmar a superiodade de uma sobre a outra, a partir do critério de verficação da veracidade das interpretações que oferece sobre a vida.
Isso significa que nenhuma religião pode afirmar-se como detentora da verdade final e absoluta, mas sim, pode ajudar a complementar lacunas de outra tradição.
Talvez a adoção deste critério de complementaridade entre as diversas tradições religiosas possa nos ajudar a superar o clima de animosidade e violência entre os grupos religiosos, problema que ressurge no mundo a cada dia, com o aumento da intolerância religiosa.
Veremos.
Paz e Bem!
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