Na postagem anterior, escrevi sobre o meu esforço, realizado nos últimos anos, de conhecer e aprender sobre as tradições espirituais.
Numa linguagem menos empolada, típica de quem está fazendo mestrado, isso significa que tentei aprender sobre as religiões. O objetivo era desenvolver uma vida espiritual séria.
Minha opção é ser cristão. Essa é minha escolha pessoal, uma vez que não tive uma formação religiosa no período da infância e da adolescência. Dentro do espectro do Cristianismo, creio que me enquadro na tradição protestante. E, quanto a instituição, frequento o Caminho da Graça, que luta para não se transformar em uma instituição.
Apesar da minha opção, gosto muito da tradição budista, principalmente o zen japonês, com sua repulsa ao pensamento racional como o entendemos. No Budismo, almeja-se o alcance de algo maior, o estado mental de iluminação.
Aprecio também alguns aspectos do Espiritismo;. no caso, da vertente inspirada por Allan Kardec, hoje imensamente popular no Brasil, único país em que a doutrina vingou.
No início desse texto, afirmei que eu tinha a intenção de adotar princípios espirituais e aplicá-los à minha vida. Falhei nisso miseravelmente durante vários anos, por uma série de razões que não vou discutir aqui. Basta o reconhecimento do fracasso.
Hoje, tento aplicar esses princípios com mais seriedade e comprometimento.
Um dos princípios adotados e hoje realmente aplicados é a prática de três disciplinas espirituais básicas: a oração, o estudo e a participação ativa em uma comunidade.
A oração já foi tema de diversas postagens publicadas neste blog, e não há necessidade de repetir as colocações que fiz antes. No meu caso, a oração é realizada várias vezes ao dia, muitas vezes, sem nem mesmo eu perceber que estou orando. Simplesmente me descubro em oração. Procuro fazer isso com simplicidade e tento evitar apresentar uma lista de sugestões sobre o que eu mereço ganhar de presente.
O estudo, no meu caso, refere-se basicamente à leituras. De forma um tanto indisciplinada, procuro ler a Bíblia todos os dias, assim como leituras "espirituais", como, por exemplo, textos de autores que abordaram o tema em suas diversas formas.
No momento, estou tentando estudar um pouco os místicos, como Teresa de Ávila, Francisco de Assis e Jão da Cruz. Outros autores fundamentais seriam Thomas Merton, Brennan Manning e Henri Nouwen. Brasileiros, tenho lido principalmente escritos do mentor do Caminho da Graça, Caio Fábio e um pastor de São Paulo, Ricardo Gondim.
No caso de Caio Fábio e Ricardo Gondim, o endereço de seus websites está disponível na listagem de links deste blog.
A terceira disciplina espiritual diz respeito a participar ativamente de uma comunidade. No meu caso, como já foi afirmado ad nauseum, frequento o Caminho da Graça. Também existem textos a este respeito, inclusive com descrições dos encontros, já publicados aqui.
A participação em uma comunidade é importante, em minha opinião, principalmente porque ela elimina a falsa sensação de auto-suficiência e a tendência ao isolamento que a prática de disciplinas espirituais podem provocar.
Estando em uma comunidade, o foco deixa de ser eu mesmo, o meu aprimoramento pessoal, e passo a me interessar, participar e, se possível ajudar, nas dificuldades que outros enfrentam em sua caminhada. Muitas vezes, comemoro suas vitórias.
A prática dessas três disciplinas básicas ajuda a criar um equilíbrio entre a solidão e a união com outras pessoas, ambas necessárias à vida espiritual.
Paz e Bem!
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