terça-feira, 4 de agosto de 2009

FAST-FOOD RELIGIOSO

No domingo, por acidente, encontrei em um telefone público um exemplar do jornal da Igreja Mundial do Poder de Deus, do "apóstolo" Waldomiro Santiago.

Para os que não acompanham o mercado de fast-food religioso, esta é uma igreja neopentecostal que tem a realização de milagres como principal forma de atrair seus novos fiéis. Sua sede principal é localizada no Brás, no Centro de São Paulo, e hoje conta com várias filiais. Recentemente, abriu uma aqui na Vila Mariana, na Rua Domingos de Morais.

Para potencializar seu crescimento, a Igreja Mundial do Poder de Deus utiliza os meios de comunicação. Possui revistas e jornais e utiliza também a televisão, por meio da compra de horários de exibição em canais abertos. Na maior parte do tempo, a igreja transmite gravações de suas reuniões e cultos. Esta é uma forma de angariar recursos financeiros e recrutar novos adeptos.

De volta ao jornal: o impresso é dedicado a divulgar vários milagres que aconteceram na igreja. Quando possível, são mostradas fotos e/ou cópias de atestados médicos como forma de comprovar a existência de doenças ou problemas de saúde nas pessoas que foram curadas.

Mais uma vez, o foco na venda de uma mercadoria específica: o milagre. No caso das igrejas pentecostais, o milagre é a cura de um mal de saúde ou a restauração de um negócio ou de um relacionamento, por exemplo.

Pessoalmente, como cristão, não tenho nenhum problema em aceitar o fenômeno dos milagres. Na verdade, sou grato a Deus pelas pessoas estarem sendo curadas. Eu realmente acredito em milagres e sei que Deus pode fazê-los.

Além disso, aprendi há um bom tempo que Deus se manifesta onde quiser e quando quiser. Os milagres, felizmente, estão espalhados pelo mundo e a ação de Deus não distingue entre as nossas divisões religiosas. Deus é apenas um.

Entretanto, a questão que permanece é essa: é correto basearmos nossa fé em milagres? Ou seja, devemos ter Deus apenas como um mago que realiza nossos desejos?

Todos oramos pedindo coisas. Seja dinheiro, um emprego novo, a restauração de um relacionamento, ou seja lá o que for. Temos necessidades e desejos.

Mas acho que a fé deve ser baseada em um relacionamento. Adoro a Deus - e a Jesus - pelo que eles são. Ponto. E não pelo que eles podem fazer por mim ou me fornecer.

Minha opção é outra.

Paz e Bem!

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