Leia Isaias 65
De um modo ou de outro a experiência da dor é algo tão presente na vida quanto a própria experiência do existir.
Sente-se dor ainda no ventre materno. Sente-se dor ao nascer. Sente-se dor para comer. Sente-se dor para mastigar. Sente-se dor de quedas. Sente-se dor para andar. Sente-se também a dor que decorre do brincar. Sentem-se as dores do aprender. Sente-se a dor do amar. Sente-se a dor do perder. Sente-se a dor do esperar. E, quanto mais o tempo passa, mais são sentidas todas as dores de ser, tanto no corpo, quanto na alma e no espírito.
A lista de experiências de dores é infindável. Porém, a dor é inevitável.
É por isto que Tiago, o irmão do Senhor, autor da Epistola, nos diz que devemos ter por motivo de toda alegria o passarmos por [várias] todas as tribulações. Pois, diz ele, é pela provação do sentido da vida como fé e amor, que o ser cresce para tornar-se forte e resistente; ou seja: perseverante.
E mais:
Tiago diz que é pela perseverança que tem ação completa, ou seja: que termina o trabalho e nunca desiste antes — que o nosso homem interior vai ganhando completude e caminha para a perfeição do ser em-si; crescendo em inteireza, em integridade, em plenitude.
Assim, quem não enfrenta a dor inevitável do existir com toda alegria, entendendo cada coisa como oportunidade de crescimento e amadurecimento, jamais tirará da vida o seu bem, que é a produção de um homem [mulher] adulto em Cristo; o qual ama a Deus por Deus e por nada mais.
Sem esta consciência em fé a existência é apenas uma Fábrica de Amarguras e Ódios Latentes.
Veja o que você quer. A dor é inevitável. Escolha se você vai passar por ela com toda alegria, ou se deixará que a dor seja o seu humor.
Pense nisto!
Na última sexta-feira, estive em um centro de Umbanda
O objetivo da visita foi apenas de conhecer o centro e, também, dar um passo para conhecer a Umbanda de forma um pouco mais prática, uma vez que o meu pouco conhecimento do tema tem como base leituras de livros sobre o assunto.
Este texto pretende ser uma descrição da reunião, a mais completa possível. Infelizmente,. ainda existem lacunas que pretendo preencher depois.
As reuniões públicas na associação acontecem às sextas-feiras e têm duração de duas horas, começando às 20 horas e terminando às 22 horas.
O centro se localiza em uma casa. O salão central é dividido em duas partes. Na primeira, a principal, estão reunidas as pessoas que já participam da associação. Elas ficam de pé.
No salão central, onde acontece o "gira", ou seja, a reunião, existe uma cachoeira artificial rodeada por imagens de Santos e por fotos de pessoas que fizeram parte da entidade.
A segunda metade do salão é dedicada às pessoas que estão visitando o centro. Neste local existem cadeiras e a acomodação é feita a partir da divisão entre homens e mulheres. À esquerda, ficam as mulheres. À direita, os homens.
Todo o salão é branco, assim como todos os objetos, como móveis e as cortinas.
Além do salão principal, ainda existe uma pequena recepção, na qual os visitantes interessados em fazer uma consulta às entidades devem pegar uma ficha; no caso, a ficha é um CD com um número escrito à caneta.
A associação conta ainda com uma pequena biblioteca, com cerca de 200 títulos, todos ligados à doutrina espírita. Não encontrei nenhum livro sobre umbanda, por exemplo.
A medida que as pessoas chegam ao local, caso não façam parte da associação e estejam interessadas em assistir a cerimônia, elas são encaminhadas ao local destinado à assitência. A separação física entre os dois locais - o da assistência e o dos fiéis - é feito por uma pequena bancada de madeira e uma cortina branca, que é mantida fechada até o início dos trabalhos.
O "gira" começa às 20 horas. Os fiéis posicionam-se de pé, de frente para o altar. No lado esquerdo do salão, ficam dois tambores, que são tocados por dois rapazes.
O objetivo do trabalho espiritual é permitir às pessoas presentes - apenas os fiéis - incorporarem seus guias espirituais. Toda incoporação é precedida por um cântico, no qual a entidade de Umbanda é invocada, desde Iemanjá aos Exús.
Os fiéis permanecem de pé todo o tempo. Ao toque do tambor, eles dão início às canções que invocam os orixás e/ou entidades em questão. É importante ressaltar que todos os fiéis incoporam as entidades e que isso é feito com a seguinte ordem: todos incorporam um tipo de entidade de cada vez, ou seja, todos incorporam a figura do caboclo; depois, todos incorporam a figura do marinheiro, e assim consecutivamente.
Em geral, a incoporação é precedida por algum tipo de choque físico, que faz com que lançem seus corpos para trás. Muitos dão a impressão de um certo desnorteamento. Alguns, se ajoelham. Logo depois, é perceptível uma mudança na postura da pessoa incorporada, assim como de suas feições. Normalmente, os olhos ficam semicerrados e eles se cumprimentam uns aos outros.
Muitos fumam - cigarros e charutos - e bebem - vários tipos de bebidas alcóolicas- sempre de acordo com os hábitos da entidade.
Não existe nenhuma tentativa de expor algum tipo de doutrina, ao contrário de reuniões de grupos espíritas kardecistas, nas quais existe muito esforço no sentido de se expor uma visão do mundo como entendido pela doutrina de Kardec. No centro de Umbanda, todo o processo se resume à incorporação das entidades por parte dos fiéis.
As consultas espirituais acontecem a partir das 21 horas. E as pessoas da assistência que se inscreveram são chamadas ao salão principal. Essa é única vez em toda a reunião em que elas são autorziadas a penetrar nessa parte do espaço. As consultas são feitas com os fiéis, quando eles estão incorporados pelas entidades. As consultas são feitas individualmente, a apenas um médiuns.
Após a consulta, as pessoas retornam ao local da assistência e aguardam o final dos trabalhos, no qual um médium, ainda incorporado, realiza um "passe" na pessoa.
Às 22 horas, a reunião é encerrada.
