Quando me mudei para São Paulo, minha idéia era simples: eu seria um jornalista de relativo sucesso.
Não sou muito de fazer planos, nem a curto, nem a médio e, muito menos, a longo prazo. Mas esse me parecia um bom plano. Ser jornalista. Terminar minha faculdade de Sociologia. Daí, veríamos.
Mas, como na maioria das vezes, o plano, ou essa coisinha fantasiada de projeto, terminou de forma diferente. Eu virei repórter policial, o que me fez perder boa parte do encanto em relação à uma carreira na área.
O que importa dizer é: como toda pessoa que vem de outro lugar, eu estranhei São Paulo. Estranhei o barulho, que nunca pára, estranhei o trânsito caótico, e fiquei espantado com a frieza das pessoas.
Essa frieza congênita, essa mentalidade do "eu, eu, eu" cria certo desconforto inicialmente, e, depois, cresce e desabrocha em uma espécie de depressão.
Mas passa. Tudo passa. E é verdade: o que não mata, engorda. Ou aleija.
E então, você descobre que você não é a única pessoa que se sente solitária nesse agreste de concreto. E decide aproveitar.
No meu caso, me lancei a experimentos variados, em uma infinidade de áreas. Todos me deram alegria e satisfação, mesmo que por quase um segundo. Nem todos terminaram bem.
Mas o segredo é não pensar muito sobre isso. E manter o trem correndo solto.
Depois de um ano vivendo aqui, passei a gostar de São Paulo. Não voltaria para a casa paterna, a menos que fosse forçado a isso.
É necessário dar tempo ao tempo e estar preparado para dar aquele salto no escuro.
Paz e Bem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário