Tenho um excelente amigo - e uso a palavra, como a maiorias das que uso, com todo o cuidado, no seu significado completo - que trabalha aqui perto de casa. Nós nos irritamos mutuamente, quando discutimos política.
Nos irritamos porque somos dois cabeças-duras. Somos razoavelmente impermeáveis aos argumentos alheios.
Somos de áries, se é que isso significa algo para você, leitor. Ou leitora.
Quando discuto política com ele, a minha tese é supersimples... O poder corrompe, sempre. E o poder absoluto corrompe absolutamente, sempre.
Dizer isso significa afirmar que não podemos esperar pela criação de um eventual "governo sério", ou "responsável".
Simplesmente, porque isso não existe...
Acredito que todo governo, por natureza, é corrupto. E a História gosta de mostrar que eu estou certo quanto a isso.
Governo não passa de uma classe de pessoas que, uma vez formada, retira o poder de decisão do povo, em nome de uma determinada classe social.
E que governa também em favor de si mesma, como estamos cansados de ver exemplos práticos disso aqui no Brasil.
A minha proposta é simples...
A única forma de ter um governo minimamente eficiente é a de que esse governo perca o máximo de seu poder, no que toca à liberdade de tomar decisões.
É claro que as decisões ainda teriam de ser tomadas, mas, ao invés do monstro fazer o que bem entender, as resoluções teriam de ser feitas pelo povo.
Ou seja, sou favorável a diminuir o poder do Estado, aumentando o poder do povo sobre ele.
E então, minha tese esbarra na inexorável barreira da realidade de que nós, o povo brasileiro, não temos o menor interesse de participar da política.
Afinal, não conseguimos nem convencer as pessoas a votarem uma vez a cada dois anos, como vemos toda vez em que as eleições caem em feriado prolongado.
E, apesar das pessoas justificarem essa posição de não votarem - como sempre fazemos com todas as nossas decisões, sejam elas boas ou obviamente ridículas - esse é o fato: não estamos nem aí pra política.
Isso não nos interessa, não nos diz respeito. O que nos diz respeito é quem come quem no BBB; ou se o Ronaldo está gordo demais para correr atrás de uma bola.
O que nos interessa são essas pequenas coisas egoístas, que ficam na nossa frente para nos distrair do que é realmente importante.
E, enquanto isso, os ratos em repartições públicas fazem a festa.
Sem Paz, nem Bem!
Parabéns pelo discurso, como Godwin dizia: "O melhor governo é aquele que menos governa"
ResponderExcluirPS: infelizmente fundo cinza com fonte cinza claro dificultam minha leitura.
Abraços Anarquistas
... embora eu tenha que concordar que todo poder corrompe e que todo poderoso está corrompido, não posso afirmar que a melhor coisa seria garantir a falta de governo como num anarquismo absoluto, pois sendo assim, todos teriam poder e todos estariam corrompidos!
ResponderExcluirE concordo com o "Anarquista Brasileiro", está um pouco difícil de se ler...
Mesmo assim, adorei o fato de você expor suas ideias! Faça-o sempre!