O envenenangelho | ||||
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Cansei de ser “evangélico”! Sei que está em moda dizer isto, mas não digo por causa da moda, como quem vai sendo manobrado como massa, mas sim por causa do nó na garganta mesmo, do aperto no peito e da triste constatação do imenso engano que cegou a igreja evangélica espalhada por todos os lados. Graças a Deus nunca fui “gospel”, mas ser “evangélico” não diz mais o que deveria dizer e não representa tudo o que Deus me chamou para ser Nele em amor e Graça e que está para muito além das portas das igrejas (com “i” minúsculo). Meu lugar, e o convite que recebi, é para ser do Reino e deste privilégio não abro mão. O que digo certamente será combatido pelos “santos”, pelos “homens de ‘deus’”, por “pastores” e “gente da visão”. Serei chamado de “perturbador da fé”, “insubordinado”, “sem fé”, “sem aliança”, “sem cobertura”, dirão que estou causando escândalo ou coisas semelhantes a estas, mas assumo o que estou dizendo com a convicção de quem não vai pular do barco naufragando, mas que tem a vontade firme na rocha de ganhar a quantos conseguir, dentro e fora do barco, com minha pregação simples, sem arranjos, sem perverção e o mais sincera/verdadeira possível. Estou enojado e farto de Atos (feiticeiramente) Proféticos, Teo-loteria da Prosperidade, declarações esquizofrênicas de autoridade, coberturas espirituais e recados dados por um “deus” que nunca cumpre o que promete e muda de idéia e direção como quem troca de sapato. Apóstolos, pastores e bispos que subiram no pináculo do templo e se fazem mediadores entre “deus” e os homens tentando fazer-se iguais a Deus, dizendo o que seu rebanho pode ou não pode fazer, julgando o servo alheio, sob a pena de não ordenar mais a bênção de “deus” aos seus discípulos através de sua autoridade. Campanhas de promoção barata e tentativas algemadas de lotar templos com gente que vem enganada e enganando-se, tentando frustradamente, de todos os jeitos, alcançar a inalcançável oração para a qual Deus não disse “amém”, mas que o “profeta” declarou que aconteceria. É gente que lê e ouve o Evangelho, mas leva pra casa e para o coração o envenenangelho. Há lugar firme na rocha! Mas estes loucos teimam em construir suas casas/templos na areia. Negaram a cruz, afirmando não haver nela salvação suficiente, inventando quebras humanas de maldições hereditárias e uma santidade apenas moral/sexual/farisaica, sem ética e sem caráter, sem verdade de vida no Evangelho. Não crêem que a armadura de Deus, o capacete da salvação, o escudo da fé, a couraça da justiça, o cinturão da verdade e o calçado do evangelho da paz são equipamentos dados gratuitamente a todos os que crêem, até mesmo aos mais pequeninos na fé e não somente a uma “elite sacerdotal” detentora de uma “revelação nova”. Denuncio estes lobos enganadores, raça de víboras, envenenadores do Evangelho que, não se contentando em mudar apenas uma vírgula ou til da revelação, perverteram todo o sentido da Palavra, ensinando doutrinas perversas que nada tem a ver com o Caminho/Boa Nova anunciada em Jesus, o Filho de Deus. Não creio, de modo algum, em um “deus” que só age ou me livra do mau/mal se eu orar/verbalizar/declarar/profetizar meu pedido. Eu creio em um Deus que ouve minhas orações, sim! Todas elas. Muito antes delas me virem aos lábios. Ele me livra de vales da sombra da morte que eu nem imagino que se levantaram contra mim e vou andando em fé. Meu Deus não se apresenta em “shows da fé”, não faz politicagem, não dá “jeitinho”, não me abençoa só porque sou fiel, mas em Graça e amor me reconciliou com Ele, sem merecimento algum, sem justiça própria, mas justificado mediante a fé Naquele que por mim se entregou mesmo sendo eu um pecador. Os cantores de Deus não estão nos palcos das TVs, não lotam auditórios, nem ginásios, não são performáticos, mas estão cantando e louvando a Deus dentro das prisões, no silêncio do seu quarto louvando somente a Deus. Não buscam seu próprio interesse de vender mais CDs, não são idólatras de sua própria imagem. É triste ver tantos amigos, colegas de ministério, gente querida e de Deus, mas que estão fascinados e tentados pela possibilidade de transformar as pedras em pães, de jogar-se do pináculo do templo e venderem suas almas ao principado deste século de sucesso, holofotes e aplausos. Minha oração é para que estes se arrependam e creiam no Evangelho. Abandonem o envenenangelho pregado por interesses pessoais, medidos em números e não na verdade de Deus produzida em amor. Por favor voltem ao Evangelho! Há um lugar de liberdade e vida pacificada, plenificada, renovada todos os dias. Sem trocas, sem barganha, sem modificar ou acrescentar nada à Palavra revelada em Jesus, nem mesmo as novas interpretações e revelações exclusivíssimas que alguns falsos mestres e falsos apóstolos dizem ter recebido. O caminho antigo ainda é o Novo e Vivo Caminho em Deus. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo é nossa garantia irrevogável que (todas) as nossas maldições e dores foram levadas sobre Ele. Está dito! Está escrito! Quem ouvirá? Quem vai crer em nossa pregação? O Deus que disse “arrependam-se e creiam no Evangelho” te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente! | ||||
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Senhor, dai-me serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu posso, e sabedoria, para que eu saiba a diferença.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
DO BLOG OVELHA MAGRA
DE A FOLHA DE S. PAULO: MORRE MOACYR SCLIAR
Morre aos 73 anos o escritor gaúcho Moacyr Scliar
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
DE PORTO ALEGRE
Morreu neste domingo (27) o escritor e colunista da Folha Moacyr Scliar, 73. A morte ocorreu à 1h. Segundo o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde ele estava internado, Scliar teve falência múltipla dos órgãos.
O velório acontece hoje na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a partir das 14h. De acordo com nota oficial da Academia Brasileira de Letras, o enterro acontecerá na segunda (28), às 11h, no Cemitério Israelita de Porto Alegre.
O escritor sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico no dia 16 de janeiro. Ele já estava internado para a retirada de pólipos (tumores benignos) no intestino.
Logo depois do AVC, o escritor foi submetido a uma cirurgia para extirpar o coágulo que se formou na cabeça. Depois da cirurgia, ele ficou inconsciente no centro de terapia intensiva.
O quadro chegou a evoluir para a retirada da sedação, mas no dia 9 de fevereiro o paciente foi abatido por uma infecção respiratória e teve de voltar a ser sedado e à respiração por aparelhos.
Por causa da idade, os médicos evitaram fazer prognósticos sobre a recuperação do escritor.
CARREIRA
Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio.
Scliar ganhou diversos prêmios Jabuti. Em 2009, o romance "Manual da Paixão Solitária" foi eleito livro do ano. Ele também emplacou dois na categoria romance, "Sonhos Tropicais" (1993) e "A Mulher que Escreveu a Bíblia" (2000), e um na categoria contos, "O Olho Enigmático" (1988). Em 1980, ele venceu o prêmio de literatura da APCA por "O Centauro no Jardim".
Seus livros frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina e a vida da classe média. A obra de Scliar já foi traduzida para doze idiomas.
Dois deles, "Um Sonho no Caroço do Abacate" e "Sonhos Tropicais", ganharam adaptação para o cinema.
Scliar consolidou a temática judaica na literatura brasileira
MICHEL LAUB
ESPECIAL PARA A FOLHA
ESPECIAL PARA A FOLHA
É sempre difícil falar da obra de um escritor tão prolífico quanto Moacyr Scliar.
Da estréia com "O Carnaval dos Animais (1968) até o elogiado "Eu Vos Abraço Milhões" (2010), foram algo como 70 livros entre romances, coletâneas de contos, crônicas, ensaios e infanto-juvenis. Um conjunto heterogêneo, naturalmente, tanto nos temas e na forma quanto no resultado --que, em seus melhores momentos, teve registros que iam do fantástico/mítico em "O Centauro no Jardim" (1980) ao realismo histórico de "A Majestade do Xingu" (1997).
Os manuais e enciclopédias do futuro devem creditar a ele, na esteira do pioneirismo de Samuel Rawet (1929-1984), a consolidação da temática judaica na literatura brasileira. Mais amplamente, das questões que envolvem imigrantes na sociedade moderna do país.
Nos anos 70, quando Scliar se firmou na geração que tinha João Antonio, Ignácio de Loyola Brandão, Ivan Angelo e outros tantos nomes menos ou mais engajados, os sentimentos característicos desse tipo de personagem --sua estranheza e ambiguidade diante de uma realidade muitas vezes hostil-- de alguma forma ganharam ressonâncias políticas condizentes com o espírito da época.
Mas o traço que mais define o autor talvez seja o de contador de histórias. Influenciado por tradições ancestrais como a narrativa oral e a parábola bíblica, poucas vezes ele se colocou acima de seus enredos, tanto em termos de estilo quanto de uma suposta sofisticação psicológica.
Para muitos que o conheceram ou trabalharam com ele --amigos, colegas, as dezenas de jovens escritores para quem ele escreveu prefácios, os editores de jornais e revistas que ele salvou de inúmeras emergências em prazos exíguos--, era como se esse procedimento literário, que transpirava interesse pelos pequenos dramas e comédias humanos, fazendo com que isso chegasse ao leitor da maneira mais despojada e saborosa possível, reproduzisse um traço pessoal seu: a generosidade.
DEZ PRINCÍPIOS PARA SER BEM-SUCEDIDO
Caio Fábio
01 - Creia que sua vida cumpre um propósito divino na terra. Você é influenciado pelos genes que herdou de seus pais e é bastante "circunstancializado" pelo meio no qual vive. Entretanto, mais forte que as determinações genéticas e os condicionamentos do meio social, é o seu chamado para ser. Você foi criado como um sacerdote neste universo de Deus. Por isso, você existe e sabe que existe. Encha sua consciência com esse significado. Quando você assumir sua vocação para ser, as outras pessoas vão "encontrar" você.
02 - Creia que seu dia ganha força e energia espiritual quando você ora. Portanto, ore sempre. Mesmo nos seus afazeres. Sempre que uma notícia ou informação lhe chegar, entregue-a a Deus. Ofereça a Deus os potenciais e as possibilidades que cada fato, percepção ou impressão lhe trazem ao coração. Além disso, pare um pouco todos os dias, ainda que seja só um pouco, e ore. Dê graças por tudo e abrace o Senhor no seu coração. Quando orar, peça coisas específicas, mas não se esqueça de sempre terminar de modo submisso e geral, dizendo: "Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos céu". Afinal, você não sabe se o que quer é o melhor. Mas o Senhor sabe!
03 - Creia que a maior inteligência que Deus lhe deu não é a intelectual nem a emocional, mas sim a inteligência. "O coração tem razões que a própria razão desconhece". Usar a cabeça (inteligência intelectual) e saber se relacionar com o próximo e as circunstâncias (inteligência emocional) é fundamental. Mas não é essencial. O essencial habita os mistérios do espírito, no mundo do coração. Portanto, dê atenção aos seus sonhos noturnos e aos seus sentimentos perceptivos. Quando você tiver uma "impressão", não a despreze de cara. Medite. Ore. Discirna. A resposta pode estar no passado. Mas, às vezes, trata-se de uma intuição profética. Pode ser um alerta sobre o futuro. Nesse caso, ore, corrija a rota e prossiga.
04 - Creia que quando alguém ama a Deus e ao próximo e respeita a vida, então tudo ganha sincronicidade e conectividade. Isso é apenas um outra forma de dizer que "todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus". O amor a Deus traz sentido para a sua vida. O amor de Deus transforma o cenário mais absurdo numa conspiração do bem.
05 - Creia que a leitura bíblica feita com os olhos do coração ilumina a alma e os caminhos da Terra. Ler a Bíblia é importante. Mas lê-la com os olhos da alma é essencial. Quem lê com o intelecto enxerga textos e os compreende. Quem lê com o coração discerne "caminhos sobremodo excelentes". Faça da leitura bíblica não apenas um meio de fortalecimento espiritual. Leia-a como caminho de descoberta e de insights para a sua visão do mundo, de si mesmo e de Deus.
06 - Creia que uma atitude mental positiva tanto é resultado de uma espiritualidade sadia como também pavimenta o caminho de todo ser humano bem-sucedido. Eu costumo dizer que mesmo ateus-positivos se dão melhor na vida que ateus-negativos. O mesmo princípio se aplica a cristãos.
07 - Creia que generosidade e dadivosidade são forças espirituais poderosas que atraem para quem as pratica as melhores oportunidades e possibilidades da vida. Por isso é tão importante dar dízimos e ofertas. Escolha causas, projetos e pessoas nos quais você acredita e dê no mínimo dez por cento dos seus ganhos para essas iniciativas. De fato, fazendo assim, você está abrindo portas invisíveis para você mesmo. E lembre-se: faça isso com entusiasmo e alegria.
08 - Creia que o que diferencia o fazer do não-fazer é apenas uma decisão seguida de gesto simples. Assim sendo, nunca adie o início de qualquer coisa na qual você acredita se a oportunidade se apresentar e seu coração responder com paz e fé. O gesto necessário, tanto para se levantar de cama quanto para levantar a cama, é um só: colocar-se de pé. Daí Jesus ter dito: "Levanta-te, toma teu leito e anda".
09 - Creia que a melhor composição de imagem exterior e de virtude interior para um cristão é aquela que combina a "simplicidade dos pombos" (imagem exterior) com a "prudência das serpentes" (virtude interior). Sendo assim, seja astuto por dentro e simples por fora. Sempre dá certo e protege a vida.
10 - Creia que a maior bênção de possuir uma consciência é poder usá-la para auto-examinar-se todos os dias. Quem se auto-examina resiste melhor às criticas, pois se utiliza delas para diminuir seus próprios equívocos, e se mostra imune a eles quando a consciência o convence de estar fazendo aquilo que é certo. Auto-exame é o que faz a diferença entre aqueles que vivem para preservar sua imagem e a reputação daqueles que vivem para o que é verdadeiro e real.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
DO UNIVERSO HQ: GRAPHIC NOVELS
Graphic Novel - Os quadrinhos colocados no seu devido lugar
Na época, Eisner não queria que a publicação fosse catalogada como um comic book, e a apresentou como sendo uma "graphic novel".
Tendo ou não sido o pioneiro no uso do termo, o fato é que isso "vingou". Hoje, ao pensarmos numa graphic, logo imaginamos uma publicação com tratamento de qualidade, papel idem, formato diferenciado, seja livro ou revista, e conteúdo de primeira (o que nem sempre acontece, convenhamos).
Pois bem, o dito termo foi nome de uma série homônima que fez história nas bancas nacionais. Graphic Novel, publicada pela Editora Abril entre janeiro de 1988 e junho de 1992, teve um total de 29 edições.
Começando com obras diferenciadas do Universo Marvel, logo passou a abranger também o Universo DC e, para surpresa de muitos leitores, chegou a trazer material europeu de qualidade. Várias edições traziam textos sobre a obra ou sobre os responsáveis pela mesma.
Algumas delas fazem parte do que há de melhor no quadrinho mundial, e com uma vantagem, na época do lançamento em bancas: preços acessíveis. Confira a seguir toda a série e suas respectivas capas:
1- X-Men - O conflito de uma raça, por Chris Claremont (roteiro) e Brent Anderson (arte). Um grupo age executando friamente mutantes, e os X-Men são vitimas de um terrível complô, armado pelo reverendo Stryker. Essa história foi tomada como base para o filme X-Men 2.
2- Demolidor - Amor e Guerra, por Frank Miller (roteiro) e Bill Sienkiewicz (arte). A esposa do Rei do Crime está doente. Desesperado, ele contrata um bandido para seqüestrar a mulher de um médico, e assim obter sua dedicação total na busca de uma cura. Mas o seqüestrador tem sérios problemas mentais, e o Demolidor é a única chance de salvação. Com artistas que dispensam apresentação, é uma edição imperdível.
3- A Morte do Capitão Marvel, por Jim Starlin (roteiro e arte). O alienígena da raça Kree encontra um inimigo que não pode derrotar: o câncer. Chegou a hora de todos os seus companheiros de batalhas prestarem sua última homenagem. Conheça aqui os motivos pelos quais Starlin ficou conhecido como assassino de super-heróis (que o digam Adam Warlock, Robin e vários outros).
4- O Homem-Aranha - Marandi, por Susan K. Putney (roteiro) e Berni Wrightson (arte). Uma estranha jovem aparece na vida do Aranha, e ela conhece sua identidade secreta. O herói da vizinhança parte com a garota para uma bizarra aventura em outra dimensão, repleta de monstros e desafios. Os maravilhosos desenhos de Wrightson fazem toda a diferença.
5- Batman - A Piada Mortal, por Alan Moore (roteiro) e Brian Bolland (arte). Um dos maiores (talvez o quase definitivo) confrontos entre Batman e seu arquiinimigo, o Coringa, que tem sua origem recontada. Bárbara Gordon leva um tiro do insano criminoso, e fica paralítica. Uma última chance de redenção é oferecida. Considerada uma das melhores histórias de super-heróis de todos os tempos, item indispensável para quem curte o gênero, e para entender por que Alan Moore é um gênio dos quadrinhos.
6- Homem de Ferro - Crash, por Mike Saenz (roteiro) e William Bates (arte). No futuro, o Homem de Ferro conta com uma poderosa ajuda: um robô idêntico ao herói, capaz de duplicar todos seus movimentos. No entanto, ele pode copiar muito mais do que isso. A primeira graphic novel com desenhos feitos em computador.
7- Batman - O Filho do Demônio, por Mike W. Barr (roteiro) e Jerry Bingham (arte). Rã's Al Ghul está de volta do mundo dos mortos. Batman é obrigado a aliar-se com o vilão e sua filha, Tália (com quem vive um romance), contra uma ameaça maior. No final, uma grande surpresa aguarda os fãs do Morcegão.
8- O Edifício, por Will Eisner (roteiro e arte) - Vida e morte passam pela trajetória de um antigo prédio numa grande metrópole, de uma maneira que somente o mestre Eisner poderia contar.
9- A Era Metalzóica, por Pat Mills (roteiro) e Kevin O'Neill (arte) - Um planeta futurista todo habitado por tribos de robôs é palco da batalha entre esses seres, que agem como verdadeiros animais selvagens. Uma história fantástica, no melhor estilo Heavy Metal.
10- Void Indigo - Prelúdio de uma Vingança, por Steve Gerber (roteiro) e Val Mayerik (arte). No passado distante, quatro poderosos e cruéis feiticeiros controlam cinco cidadelas. Uma horda de bárbaros invade e saqueia brutalmente o domínio dos bruxos. Estes, embora velhos, utilizam seus poderes e torturam cruelmente, até a morte, o líder bárbaro Athagaar e sua amante, Ren. Anos depois, no futuro, o bárbaro volta, reencarnado num corpo alienígena, em busca de vingança.
11- Surfista Prateado - Parábola, por Stan Lee (roteiro) e Moebius (arte). Galactus volta à Terra, e apresenta-se como um Deus, prometendo uma nova era. O Surfista sabe que existe algo por trás disso, e novamente revela sua presença aos humanos, na tentativa de deter o terrível ser. O resultado do encontro entre Stan Lee e Moebius, dois gigantes das HQs mundiais, só poderia resultar numa grande e bela história.
12- Rocketeer, por Dave Stevens (roteiro e arte) - Na década de 1930, nos Estados Unidos, um piloto encontra um projeto roubado do governo, e passa a utilizar um jato nas costas e um capacete, para atuar como herói. Mas os nazistas estão atrás do protótipo, e vão fazer de tudo para recuperá-lo. Uma linda recriação de época, com belos desenhos, com destaque para a belíssima namorada do herói, baseada em Betty Page. Rendeu um filme para o cinema, bastante fiel à HQ.
13- Contos de Asgard - A Bandeira do Corvo, por Alan Zelenetz (roteiro) e Charles Vess (arte). A maior honra para um guerreiro em batalha é carregar a Bandeira do Corvo, símbolo da vitória. Mas o encarregado disso tem o fardo de morrer na luta, e deixar o símbolo para seus descendentes. Só que os trolls trapaceiam um dos herdeiros desse legado, e para recuperar a bandeira terá que ser feita uma jornada enfrentando ogros, gigantes, trolls e feitiçarias. Uma aventura baseada inteiramente na mitologia nórdica, com a belíssima arte de Charles Vess.
14- A Morte de Groo, por Mark Evanier (roteiro) e Sergio Aragonés (arte). Num reino em que todos o detestam, o bárbaro mais atrapalhado do mundo é dado como morto após enfrentar um terrível dragão. E ele próprio acredita nisso! A primeira aventura desse divertido e atrapalhado personagem, que hoje dispensa apresentações, publicada no Brasil.
15- Legião Alien em Um Dia Para Morrer, por Alan Zelenetz (roteiro) e Frank Cirocco (arte). A Legião Alien é formada por um grupo de guerreiros mercenários, de diferentes raças alienígenas, numa poderosa unidade de combate. Eles terão que enfrentar o terrível desafio dos Tecnóides (uma espécie de andróides) que querem colocar um fim à ordem vigente.
16- O Sombra 1941 - O Horóscopo de Hitler, por Denny O'Neil (roteiro) e Michael Kaluta (arte e roteiro). Uma grande conspiração nazista envolve uma garota alemã e sua pesquisa sobre informações astrológicas. Mas o Sombra sabe o mal que se esconde no coração dos homens, e quer impedir de qualquer maneira o plano dos vilões, entre eles os principais comandantes do partido de Hitler.
17- Dr. Estranho em Shamballa, por J. M. DeMatteis (roteiro) e Dan Green (arte). O Doutor Estranho retorna ao santuário de seu mestre, sete anos após a morte do mesmo, e recebe de presente uma caixa que fora deixada para ele. Nela pode estar guardado o segredo para o fim do mundo, ou do próprio Estranho, que fará uma viagem de descobrimento de si próprio. A arte da edição é toda pintada.
18- Arena, por Bruce Jones (roteiro e arte). Sharon leva sua filha para um passeio nas montanhas. Ela acaba se deparando com um avião em queda, pilotado por uma mulher. Uma fenda no tempo é aberta, e passado e futuro se misturam. Para complicar tudo, uma família de camponeses seqüestra Sharon, com intuitos de reprodução. Toda essa mistura resultou numa historia interessante, que merece ser conhecida.
19- Blanche Epifany, por Jacques Lob (roteiro) e Georges Pichard (arte). Uma indefesa órfã é covardemente seduzida por um cruel banqueiro, mas o Defensor surge para proteger a virtude da pobre garota, e salvá-la deste e de outros perigos. Uma sátira à Belle Epoque, cheia de sensualidade, com desenhos em reconstituição de época, nessa ótima obra francesa da década de 1960.
20- Wolverine & Nick Fury - Conexão Scorpio, por Archie Goodwin (roteiro) e Howard Chaykin (arte). Um grupo de agentes da Shield é assassinado, e no local é deixado um símbolo com o desenho de um escorpião - Scorpio. Nick Fury acredita que seu irmão, um vilão que no passado fora morto pelo próprio comandante de SHIELD, está de volta. Wolverine, que fizera uma promessa a uma vitima do Scorpio, também quer acabar com o bandido. Em meio a uma complicada trama, tudo pode acontecer.
21- Blueberry em Forte Navajo, por Jean-Michel Charlier (roteiro) e Jean Giraud (arte). O tenente Blueberry está a caminho do Forte Navajo, acompanhando uma diligência. No caminho, encontram uma fazenda com vários mortos, num massacre promovido pelos índios. O tenente terá que colocar sua sorte e inteligência à prova para enfrentar os desafios que surgirão à sua frente. A primeira história de Blueberry, uma das melhores séries de faroeste já publicadas, com desenhos do famoso Jean "Moebius" Giraud, ainda num estilo mais tradicional do que as obras que o consagrariam em definitivo posteriormente.
22- Frank Cappa em Viet-Song, por Manfred Sommer (roteiro e arte). Frank, jornalista e correspondente, narra suas aventuras no Vietnã, quando da guerra, e os horrores que presenciou, escapando várias vezes da morte certa. O personagem é um grande sucesso da HQ européia.
23- As Aventuras de Dieter Lumpen - Inimigos Comuns, por Jorge Zentner (roteiro) e Rubén Pellejero (arte). Lumpen está viajando como ajudante de um comendador, num balão chamado Vesúvio, que é roubado por terroristas, em Túnis. Assim, o personagem principal se vê metido numa grande confusão, sem saber se vai escapar com vida.
24- Dead-End - Na Velocidade dos Anos Solitários, por Seyer. Uma história em preto-e-branco, passada na época dos gângsteres, com clima e desenhos estilo noir, recheada de crimes, violência e mulheres fatais.
25- Crepúsculo, por Pasqual Ferry. Um escritor recebe desenhos de uma enigmática pessoa, e prepara, a partir destas imagens, aterradoras histórias de suspense. Contudo, diversas mulheres morrem de maneira semelhante às suas histórias, e ele passa a ser procurado pela policia. Agora, terá que resolver por conta própria esse estranho mistério.
26- Mundo Cão, por Miguelanxo Prado (roteiro e arte) - Diversas histórias no estilo único de desenho e narrativa deste espetacular artista da nona arte, cheias de ironia e bom humor. Destaque para Hot-Dogs, com os cães mostrando seu verdadeiro lugar no mundo moderno, e Terror na Praia, na qual um marido "moralista" leva o seu devido castigo. Uma obra singular, de ótima qualidade.
27- Wallaye! - Keubla e Kebra na África, por Jano. Várias histórias curtas de Keubla, um negrinho percussionista, e Kebra, um rato guitarrista. Na África, em meio às drogas e à pobreza, levam com bom humor as encrencas e os acontecimentos do dia-a-dia, até mesmo os mais inusitados.
28- Pixotes, por José Louis Bocquet (roteiro) e Arno (roteiro e arte). Diversas histórias curtas envolvendo crianças, armas e guerra. A arte de Arno tem influência direta de Moebius.
29- Lulu Smack!, por Frank Margerin (roteiro e arte). Lucien volta para casa e para seus amigos, após cumprir serviço militar. Agora é hora desse rebelde sem causa arrumar um emprego, uma namorada e curtir a vida.
Outras séries similares seguiram os passos da Graphic Novel. São elas: Graphic Álbum e Graphic Marvel, pela própria Abril; Graphic Globo, pela Editora Globo e Graphic Sampa, pela Nova Sampa. Mas todas elas serão assunto para o próximo Museu dos Quadrinhos.
Marcelo Naranjo prometeu fazer essa coluna há mais de dois anos. É que só agora o cara tomou vergonha na cara, e arrumou a coleção dele, que é uma verdadeira bagunça. Foi só assim que descobriu que a coleção Graphic Novel estava realmente completa!
O MUNDO DE LÁ E O MUNDO DE CÁ
Vista aérea parcial da favela de Paraisópolis, no Morumbi, em São Paulo, capital, em 2011.
E a vergonha de ver isso me impede de escrever mais.
EXERCÍCIO DE AMOR
As pessoas me perguntam todos os dias a mesmas coisas, entre elas a seguinte pergunta:
Como posso amar a quem odeio, a quem detesto, a quem repudio tudo o que mostra ser e tudo o que faz?
Amar o inimigo apresenta o amor como uma decisão de misericórdia justa; a qual vê o mal, mas, ao mesmo tempo, não o combate com o próprio mal; porém com o bem.
Sim! Com o bem feito de ações de bondade séria, e que não barganham com o mal; mas que também não o resiste nos termos propostos pelo ódio; antes o enfrenta do modo mais odioso e, ao mesmo tempo, vulnerabilizante para o mau e para o mal — ou seja: com aquilo que é bom, mesmo que isso signifique ceder tudo, menos fazer concessões ante ao que seja verdade e justiça. Portanto, sendo capaz de enfrentar sem violência até à morte; sem, porém, jamais matar ou se encher de ódio; pois, o ódio é a arma do mal, e, assim, usá-lo como “instrumento” já é combater o mal com o mal, e, desse modo, inviabilizando o poder das armas do amor; e mais que isto: colocando o inimigo como nosso senhor, posto que aquele que odeia ao seu inimigo ou ao seu adversário é escravo daquele a quem odeia. Somente quem ama anda livre entre os homens.
Amar o inimigo é o amor negativo. Porém, o amor positivo é aquele que encontra reciprocidade nos vínculos, fazendo com que amar seja agradável e prazeroso.
Entretanto, amar a quem nos ama e amar a quem gostamos ou a quem tem como nos recompensar é algo que até os seres humanos mais alienados de Deus sabem fazer por natureza; isto se não se perderem na total desafeição.
O amor é tanto mais amor em sua largueza e divindade tanto mais quanto ele NÃO seja recompensado como galardão fraterno.
Assim, caso você realmente queira crescer em amor, faça o seguinte:
Ore todos os dias pelos seus inimigos ou antagonistas. E não se preocupe com a falta de romance na oração. Porém, ore sinceramente; e peça ao Pai que eles entendam a verdade do amor e do sentido das coisas; enquanto você pede ao Senhor que mantenha a sua vida na vereda do amor soberano sobre o ódio ou sobre as tentações de pagamento do mal com o mal.
Amor não é acordo. O amor acordo é um aspecto do amor que une amigos e que une homem e mulher. Entretanto, até com aqueles [seja o cônjuge ou o amigo] com quem temos acordo, ainda assim, haverá sempre uma multidão de ocasiões em que o amor terá que cobrir os desacordos do tempo, das estações e das circunstâncias.
Vamos parar de falar em amor e, ao invés disso, nos exercitarmos nele?
Se esta é a sua decisão, então faça uma lista das pessoas que o aborrecem ou que agem contra você?
Sim! Veja quem são as pessoas que você gostaria que sumissem do mundo!
Fez?
Então, agora, comprometa-se a orar por essas pessoas todos os dias, sem dar idéia a Deus acerca deles, porém, sincera e limpidamente apenas pedindo que o amor de Deus seja revelado a tais pessoas.
Você pode sinceramente orar dizendo — “Pai, perdoa-lhe, pois, em sua loucura ele (a) não sabe o que faz?”.
Se você deseja deixar o lixo de fora de seu ser e abraçar o sentido do Evangelho para sua existência, certamente o exercício que eu aqui proponho lhe será o mais vantajoso de todos!
Nele, que nos ensinou a orar dizendo: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”,.
Caio
sábado, 26 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
PROPAGANDA ANTI-FASCISTA SOVIÉTICA
O uso da propaganda foi fundamental na guerra contra o nazi-fascismo (1939-1945). Servia como fonte de inspiração e de motivação para a guerra.
Abaixo, alguns exemplos de cartazes da ex-URSS lançados durante o esforço da Grande Guerra Pátria, como os soviéticos denominavam a II Guerra Mundial.
Na seleção abaixo, há exemplos de estilos variados de ilustração, indo da charge (o cartum onde o camponês russo corta a cabeça de um oficial alemão), até a estética do "realismo socialista" stalinista.
Uma coisa que chama a atenção ao observar as ilustrações é a tentativa dos artistas de "demonizar" o inimigo de guerra (no caso, o ex-aliado nazista), ao retratá-lo de forma quase animalesca, ou mesmo utilizando-se de animais para caracterizá-lo.
Outra questão fundamental é o uso recorrente do símbolo da "mulher", da "mãe", como vítimas primordiais da agressão inimiga.
Na propaganda soviética da época, eram constantes as referências à necessidade de defender a "Grande Mãe Rússia" contra o invasor, daí o uso desse simbolismo nos cartazes.
Abaixo, uma seleção de ilustrações.
Paz e Bem!
VOCÊ LUTA CONTRA AS TENTAÇÕES?
Tentação!
Quem não as tem?
Quem nunca as teve?
Quem jamais as terá?
Sim, de todos os tipos e de todas as formas. Indo de realidades subjetivas às mais grotescas vontades de realizações objetivas e concretas.
O Evangelho praticamente inicia com o tema da tentação!
Por isto não é de admirar que Jesus tenha nos mandado vigiar e orar para não se “cair em tentação”. E com este “cair em...”, Ele revela que a tentação tem suas estações; ou seja: seasons. Ora, esta “estação das tentações” têm a ver com as dinâmicas psiquicas de nosso ser, conforme também aconteceu com Jesus.
Na fome, na necessidade de afirmação e no desejo de cumprir Sua missão, a tentação veio como indução para transformar pedras em pães (fome), como impulso para resolver quem Ele era aos olhos de todos de uma vez (Pináculo) e como um “bypass” no tempo, queimando etapas, sobretudo a etapa da Cruz (o Monte Alto).
Portanto, quando Ele mandou orar para evitar a tentação, com isto não ensinava nem a devoção neurótica (orar contra a tentação), nem a atitude paranóica (poderei ser atingido pela tentação a qualquer momento). Sim, porque o que Ele ordena é que se encha a mente de oração, de um falar constante com Deus, e que nada mais é senão um falar consigo mesmo em Deus; de tal modo que o pensar não é de si para si, mas acontece em Deus, vivendo assim em permanente estado de conferência com Ele; em tudo. Além disso, no Pai Nosso, Ele vincula o “não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mau” — ao contexto antecedente, que fala de estar cheio e tomado pelo Pai, pelo desejo de que Seu nome seja em nós santificado, que sei reino cresça em nós (venha!), que a vontade Dele tenha seu lugar e chão em nós; além de nos remetar para a busca do que é do céu aqui na Terra.
Assim, uma das maiores prevenções contra a tentação tem a ver com uma devoção profunda e não neurótica; posto que se propõe a buscar o que é maior e mais elevado, ao invés de se deixar tomar pelo que aqui da Terra. Botar as coisas da Terra sobre aquilo que é eterno, é o que abre o espaço existencial maior para a tentação.
Portanto, “orai...”, diz Ele, para que não se caia em tentação!
É esse orar aquilo que mais e melhor previne a estação das tentações. Todavia, se alguém decide orar contra ou por causa da tentação, mais tentado ainda ficará; posto que a tentação, pela via da oração e por ela própria, se torna algo “fixo como pensamento”, e que apenas cresce mais e mais em nós.
Este tema da tentação é interminável, como infindáveis são as pulsões de tentação humana. Entretanto, sendo simples e prático, eu digo que o que de melhor se pode fazer por si mesmo na hora da tentação, não é pensar que podemos vencê-la, mas sim que não temos o poder, em nossa carne, para combatê-la...
E, assim, sabendo disso, virmos a descansarmos em relação à tentação, pois ela se alimenta de nossa luta contra ela.
Afinal, o que não pode ser vencido pelas nossas próprias forças, havendo confiança na Graça, já deveria estar vencido como ansiedade em nós; pois, se não posso, por que se afligir com tal impossibilidade? Assim, é esse cinismo santo para com o poder da tentação, e que resulta de nossa confiança na Graça de Deus, aquilo que deve tirar o poder da ansiedade e do medo pelo qual a tentação cria metástases em nossa mente, em todo o nosso processo de pensar. Quanto mais se enfrenta a tentação como tal, mais ela cresce em nós; e se orarmos contra ou em razão dela, mais ela se "fixa" em nós; tornando-se uma devoção diabólica; fazendo-nos “orar” contra aquilo que só se torna o que tememos quando é tratado como tal.
A única maneira de enfrentá-la é deixando-a rouca... falando sozinha... sem resposta nossa... enquanto nos desobrigamos de conversar com ela... ou de respondê-la... ou de mostrar para Deus e para nós mesmo que temos "o poder do livramento"... e que por isto a venceremos. Isto porque o “poder do livramento” do qual nos fala Paulo, escrevendo aos Coríntios, só se efetiva na vida daquele que descansa no livramento que já é; e que não apenas será se o tornarmos real por nossas próprias forças!
Quando se confia na Graça e no amor de Deus por nós, toda tentação perde seu poder; e se descansarmos na certeza de que Jesus já foi também tentado por nós, conhecendo cada uma de nossas fraquezas ou tendências, mais vicária e transferível, pela fé, será a vitória de Jesus em nosso favor.
Se houver confiança e descanso, é claro!
Desse modo, descansando é que se vence a tentação, confiando na fidelidade e na imutabilidade do amor de Deus. Pois só assim recebemos o poder de resistir, ou de suportar a tentação; posto que desse ponto em diante as tentações deixam de ser “sobre-humanas”, e se tornam apenas humanas; e, portanto, reduzidas ao nosso próprio nível, deixando de ser um poder irresistível. Paulo e Hebreus ensinam que as tentações não suportam o nosso silêncio confiante na Graça; assim como não suportam nosso descanso na Cruz de Cristo. Afinal, o “Está Consumado” vale também para as tentações.
As tentações crescem na medida em que nossas pulsões psicológicas, provocadas pelas nossas próprias cobiças (insegurança essencial) — e que são os agentes progenitores do que chamamos tentação —, se aninham e se fixam em nós como medo de Deus e de Sua punição.
Sim, por essa via elas apenas aumentam, visto que tal realidade existencial e psicológica aceita a provocação do "medo de estar sendo tentado"...
Do mesmo modo elas crescem em razão de nosso de-bate com elas.
Tentação come medo; e se alimenta do seguinte cardápio: oração amedrontada, de-bate psicológico, discussão com ela, medo de Deus; e também de seu oposto, que é a arrogância que julga que por força própria se pode vencê-la.
Quem já não tem justiça própria, não tem mais assunto com nenhuma tentação!
"Vamo-nos daqui... Aí vem o principe deste mundo, e ele nada tem em mim..." — disse Jesus.
O principe deste mundo se alimenta do que “ele tem em nós”!
Assim, como há muita cobiça e outras loucuras em todos nós...! o melhor a fazer é confiar Naquele em quem o tal “principe” nunca teve NADA: Jesus.
Parece coisa boba, mas não é!
Quem desejar, pratique; e verá como as tentações não suportam a confiança e o descando na Graça; e isso em silêncio que nem ora contra... mas apenas ora em gratidão! O grande problema é aprender isto como confiança, e não como “teoria”.
E mais: aprender a ser grato e natural com Deus mesmo em tais horas críticas.
Quando a gente aprende isto, ela, a tentação, ao chegar... começa a perder o poder; posto que se alimenta de nossas importâncias; e sobretudo de nossa justiça-própria, de nossa necessidade de dar explicações a nós mesmos e aos céus; e, sobretudo, do medo de estar sendo tentado!
Nele,
Caio
DO CONVERSA AFIADA
Inês Nassif: muita briga e pouco debate dentro do PT
O PT não passou incólume por oito anos no poder e, se não alterar a rota, tende a acumular mais desgastes nos próximos quatro anos. Como já não se imaginava mais, o partido foi engrossado, nas bases, por um contingente de militantes lulistas — o partido de classe média intelectualizada, de esquerda, não apenas capturou eleitores na base da pirâmide social, como incorporou parte desse contingente em sua militância.
Esse é o sonho de todo partido de trabalhadores, mas isso acontece no momento em que a legenda, totalmente institucionalizada, consolidou um processo de transferência de lideranças criadas na estrutura burocrática para o Parlamento e elas delimitaram territórios, ungidas por um sistema partidário uninominal que é intrinsicamente personalista.
Esse descompasso se mostra mais agudo quando a direção nacional afrouxa e perde capacidade de unir a máquina partidária. As bancadas legislativas tendem a ocupar, então, maior destaque. Se não tomar um rumo, o PT pode perder o que tinha diferente em relação aos demais partidos, e a grande chance colocada, nesse momento, de renovação de quadros partidários.
No início de sua vida, o partido vivia o paradoxo de manter uma grande militância de classe média, de esquerda, nas ruas, mobilizá-la em torno das eleições mas, fechadas as urnas, enquadrar a representação parlamentar obtida ao restante do partido. A bancada parlamentar era o elo menos importante da organização partidária e os eleitos petistas, muitas vezes submetidos a decisões de outras instâncias que não tinham lógica na luta institucional.
Essa dificuldade interna foi sendo resolvida aos poucos, na medida em que as lideranças passavam a postular cargos eletivos e se consolidava ideologicamente, no partido, o consenso em torno da via democrática de conquista do poder. Ainda assim, as disputas ideológicas entre as diversas facções políticas mantinham paralelamente um debate político, ou seja, um confronto no campo das ideias.
Oito anos de governo Lula, quatro deles sob intensa investida de seus adversários, neutralizaram as disputas políticas. A unidade passou a ser uma questão de sobrevivência e um quesito de governabilidade a partir do episódio do mensalão, em 2005. Houve uma dissidência, a que resultou na criação do PSOL. Os grupos que se digladiaram nos momentos seguintes à revelação de um caixa dois do partido se recompuseram em seguida.
O último Processo Eleitoral Direto (PED) do partido, embora disputado, esteve longe de ser um grande mobilizador de debate ideológico ou político. A escolha de Dilma Rousseff como candidata para suceder Lula à Presidência, pelo próprio Lula, não provocou discordâncias. Lula, afinal, era o grande bônus eleitoral de um partido já totalmente institucionalizado e livre dos debates intensos sobre a melhor via para o socialismo.
O crescimento parlamentar do PT, embora importante sob o ponto de vista da governabilidade e da convivência com partidos da base aliada de perfil tradicional, ocorreu sob um sistema político que é por definição personalista. Enquanto as disputas ideológicas se reduzem internamente, se acirram as disputas individuais por postos de comando.
Na base, o PT vive um momento de grande oportunidade de renovação de quadros. Na cúpula, em especial do Parlamento, uma luta para manter os postos nas mãos de lideranças já consolidadas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre teve bom trânsito entre todas as correntes partidárias. No Congresso, a habilidade do deputado João Paulo (SP) também mantinha sob controle as disputas por cargos.
Era mais do que prevista uma reacomodação interna no período pós-Lula. A presidente Dilma, alheia à máquina partidária, tende a colocar as coisas nos seus devidos termos: governo é governo, partido é partido; o partido é do governo mas deve acomodar as suas questões internas no ritmo da dinâmica partidária, e não demandar a mediação do governo para isso.
Esses paradoxos vão se revelar com clareza na hora do debate sobre reforma partidária. A avaliação de um integrante do partido é que se perdeu muito tempo nas disputas internas, quer por cargos no Congresso, quer por posições de governo. Enquanto isso, o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, tomou a liderança do debate sobre reforma política, impondo à agenda a ideia do “distritão”, que tem o poder de demolir eleitoralmente o PT.
Ao mesmo tempo, a grande bandeira do partido, que é o voto em listas partidárias, perde interesse interno na medida em que tem o poder de acabar com os redutos pessoais de votos que foram se criando em torno de políticos petistas, e que produziram votos suficientes para elegê-los e mais alguns de seus colegas, pelo sistema de voto proporcional.
O financiamento público de campanha, que é outra bandeira do partido, também interfere no equilíbrio de forças interno de hoje, já que tendem a adquirir muita influência aqueles políticos com maior capacidade de captar recursos financeiros para a sua campanha e para a dos candidatos majoritários do partido num sistema em que o financiamento de campanha é privado.
Se o PT não assumir o debate sobre reforma política, ele ficará restrito a uma bancada no Congresso que foi eleita sob as regras atuais e, como os parlamentares de outros partidos, terá problemas de sobrevivência com as mudanças. A direção das negociações ficará também a cargo das lideranças que se lançaram na disputa inicial por cargos no Poder Legislativo, fortalecendo a burocracia partidária deslocada para o parlamento. O debate ideológico, orgânico, ficará muito prejudicado com isso.
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