sexta-feira, 30 de abril de 2010

QUANDO A FONTE DA ÁGUA VIVA SE CONVERTE EM POÇO DE JACÓ

João 4

Uma mulher com sede de amor ouviu dos lábios livres de Jesus que a sede que a fazia buscar dessedentar-se em amores sucessivos, indo de peito de homem em peito de homem, casando-se e descasando-se, nada mais era que sede de Deus.
Jesus disse também a ela que Ele tinha a água espiritual que mitigaria sua sede para sempre.
A mulher creu. E em perplexidade correu à cidade de Siquem da Samaria e contou “aos homens”—os quais ela bem conhecia—, tudo o que Jesus dissera sobre ela. E lhes perguntou: “Seria esse o salvador do mundo?”
Os homens da cidade foram ouvir a Jesus. E já chegaram ‘como quem crê’; pois, a perplexidade da mulher lhes fizera crer que algo genuíno e diferente havia sido percebido por ela num homem; e não era de natureza sexual a satisfação que eles na mulher discerniam.
Depois de ouvirem Jesus lhes falar pessoalmente, disseram à mulher: “Já agora não é pelo que disseste que cremos, mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo”.
Ora, esse milagre da percepção aconteceu porque eles convidaram a Jesus para estar com eles.
Jesus ficou dois dias entre eles.
Para eles foram dois dias ouvindo a Palavra da Palavra.
Palavra encarnada.
Palavra humanizadamente divina e divinamente humana.
Palavra limpa, feita também de gestos.
Palavra pura, sem disfarce.
Palavra doce e cortante.
Palavra des-nudadora e penetrante.
Palavra das Boas Novas da Água da Vida!
Dois dias...
Dois dias sendo iluminados pela Palavra que sai da boca de Deus em Cristo.
Dois dias... e tudo mudou em suas existências.
Dois dias... e eles dizem “já agora não é pelo que disseste a nós, mas porque nós mesmos ouvimos e sabemos...”
Dois dias... e eles discernem por revelação que Aquele era o salvador do mundo.
Dois dias... e eles dizem “já não é mais pelo que disseste, mas por que nós ouvimos e sabemos...”.
E isto simplesmente mostra que eles haviam passado do estado de pessoas impressionadas para o de pessoas conscientes na fé.
Dois dias... e eles já podiam andar com as próprias pernas.
Dois dias... e eles já podiam seguir o caminho tendo ouvido e discernido “por si mesmos” que Jesus era Aquele.
Vejo isto e me assusto!
Assusto-me porque o que vejo a minha volta é muito diferente.
Isto porque conheço muito pouca gente que “já agora” crê não “por causa” da existência de um alguém especial na fé, mas porque eles mesmos têm “ouvido e sabido” que Jesus é Aquele.
Sendo, portanto, o Tudo que tais pessoas esperavam para si mesmas.
Assusto-me porque vejo que a maioria depende da fé de outros.
Precisam do “testemunho” de outrem para o resto de suas existências; do contrário, perdem a fé.
O que vejo são pessoas que não conhecem jamais a Deus para si mesmas e por si mesmas, mas dependem fundamentalmente da experiência de outros a fim de caminharem daqui para ali na existência, sendo que jamais chegam a conhecer a Deus nesta vida... embora sejam “crentes”.
O que vejo são pessoas eternamente dependentes de testemunhos, e que jamais são elas próprias o testemunho.
O que vejo são pessoas que só sabem de Deus por informação de terceiros, e que “crêem”, mas não conhecem para si mesmas aquilo no que confessam crer; pois, quem de fato conhece a Deus para si mesmo, e, por si mesmo, esse ouviu a Palavra diretamente da boca de Deus.
O que vejo é a ‘samaritana’ se tornar garota propaganda de Jesus, e, depois de uns poucos anos já estar pedrada em sem Água da Vida, apesar de ter dado o seu testemunho em muitos jantares, e com muito boa comida.
O que vejo são os ‘homens de Samaria’ ficando na cidade, não saindo para encontrar Jesus, e, ao invés disso, contratando a ‘samaritana’ para lhes dar testemunho; testemunho esse que se corromperá em muito pouco tempo.
O que vejo é a ‘samaritana’ logo voltando a ter sede, só que agora ela não tem mais nem mesmo a liberdade para ser ela própria, posto que já não dorme com os ‘homens da cidade’, mas é contratada deles; e por essa razão tem que ter sede em silencio. A ‘samaritana” prostitui-se no espírito e vendeu a alma, embora cubra o corpo de falso pudor.
O que vejo é a ‘samaritana’ procurando a Jesus apenas para ter o que reproduzir aos ‘homens da cidade’ no sermão do domingo seguinte.
Sim, o que vejo é a Fonte de Água viva ser trocada pelas artificialidades do poço de Jacó; e vejo a ‘samaritana’ vendendo acesso ao lugar da “experiência com Jesus”.
Vejo o poço de Jacó virar “igreja”, templo da saudade, memorial ao que se soube, e já não se sabe mais; e, por fim, vejo-o tornar-se apenas um grande negócio de ludíbrio e engano, no qual Jesus nem água quer beber, posto que tal água não é fria nem quente; por isso acerca da água de tal “poço” Ele diz: “Porque não és nem frio nem quente, mas morno; estou a ponto de vomitar-te da minha boca”.
Pense nisso!

Caio

DO UOL NOTÍCIAS

"Tudo Pode dar Certo" marca volta de Woody Allen a NY

  • Cena de ''Tudo Pode dar Certo'', filme de Woody
 Allen Cena de ''Tudo Pode dar Certo'', filme de Woody Allen
SÃO PAULO (Reuters) - Woody Allen volta ao seu lar cinematográfico, Nova York, com a comédia "Tudo Pode Dar Certo". Depois de uma temporada de quatro filmes europeus --apenas temporariamente interrompida aqui-- ele volta à sua cidade.
No filme, Allen mergulha mais uma vez numa história de amor entre duas pessoas totalmente improváveis. Um físico nuclear sessentão, intelectual, pessimista e pedante, Boris Yellnikoff (Larry David, co-criador da série "Seinfeld") e uma jovenzinha loura, caipira e ingênua, Melody St. Anne Celestine (Evan Rachel Wood).
O filme estreia em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Interpretando o papel que seria de Woody Allen, caso ele atuasse no longa, David mostra-se uma versão altamente mais ácida e amarga do que o diretor seria. Falta-lhe aquele toque de fragilidade e confusão que torna Allen digno de compaixão e simpatia.
David provoca deliberadamente a fúria do espectador e de todos à sua volta, encarnando um homem vaidoso e profundamente ferido em sua autoestima e que, por isso, descarrega sua bílis em todas as direções.
Nenhum encontro humano genuíno se faz sem alguma contradição ao próprio comportamento habitual. Isso acontece inclusive ao antissocial Boris, quando ele contraria a própria impiedade militante e acolhe em sua casa Melody, a garota sulista que desembarcou em Nova York cheia de ilusões e agora sequer tem um canto onde dormir.
Com uma formação totalmente oposta à de Boris, numa família típica do Mississipi, cristã praticante, conservadora e armamentista, Melody empolga-se com o discurso pessimista crônico de seu anfitrião, sempre jogando a absoluta falta de sentido do universo na cara dos otimistas e sorridentes, como ela.
Ele já desistiu da primeira esposa por ser perfeita demais e até tentou o suicídio --e falhou. Se levasse a própria filosofia niilista às últimas consequências, ele só poderia procurar a morte outra vez. Mas, evidentemente, não faz, usando seu vício do pessimismo como estímulo cômico neste romance de contraste.
Um saboroso núcleo complementar se estabelece quando os pais de Melody, cada um por sua vez, vão em busca da filha. A mãe, Marietta (Patrícia Clarkson), chega de malas na mão e disposta a ficar, diante de mais uma traição do marido, John (Ed Begley Jr.).
A exposição dela ao ambiente profano de Nova York opera milagres e logo se verá uma versão de uma Marietta artista plástica da moda e envolvida em múltiplos relacionamentos. Quando o marido chega, depois de um choque inicial, será sua vez de experimentar uma renovação igualmente radical.
Novamente, é o Allen pessimista em relação à natureza e à duração do amor que sustenta esta história singela, embora repleta de comentários irônicos e até políticos, já que o casal Marietta/John é a mais pura encarnação de uma parcela de uma elite nacional rica, reacionária e sócia da Associação Nacional de Rifles da América.
No fundo, trata-se de uma grande reciclagem de bons momentos e de outros nem tanto da, a esta altura, vasta obra de Woody Allen.
Pode não ser o seu melhor filme, mas já se sabe que um ou dois outros estão vindo pelo caminho, de novo na Europa: "You'll Meet a Tall Dark Stranger", filmado em Londres e com première mundial marcada para o próximo Festival de Cannes, em maio, e "Midnight in Paris", que será produzido na capital francesa e com a primeira-dama Carla Bruni no elenco.
Um deles pode dar mais certo.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

DO JBLOG QUADRINHOS

Quadrinhos e religião: algumas resenhas.

genesis de robert crumb

Gênesis, de Robert Crumb (Conrad Editora)
Fruto nada proibido de um trabalho que consumiu quatro anos e foi eleito como um dos melhores lançamentos de 2009, o primeiro livro da Bíblia ganhou uma versão completa em quadrinhos. O único (e importantíssimo) detalhe é que pela caneta de Robert Crumb, um ícone da contracultura dos anos 1960 que, além de ateu, ficou conhecido pela sua visão liberal sobre sexo e drogas.

Tudo isso poderia gerar uma grande apreensão, sobretudo por parte da Igreja. Mas o artista não faz críticas a instituição, apenas limita-se a contar de forma ilustrada e didática a complexa história – sobretudo quando narra as inúmeras linhagens de descendentes dos personagens mais importantes, como Abraão.

O livro começa com a criação do mundo e do casal Adão & Eva, segue com o episódio de Noé (que foi revisitado recentemente no filme 2012, numa versão atual do dilúvio e já disponível em DVD), a destruição de Sodoma e Gomorra, e termina com a morte de José, aos 110 anos de idade, no Egito. “José teve uma lição de humildade muito mais valiosa que a de seus irmãos bábaros, que aprenderam através do medo”, comentou o autor na última página.

E bota barbaridade nisso. Numa época em que se matava por pouco, e de forma cruel – cortando cabeças e gargantas, quando não com pedras – as cenas de lutas são intensas e ricas em detalhes. Esta e outras marcas registradas de Crumb estão marcadas no papel, como o traço hachurado e as mulheres de formas generosas. No exterior, as cenas de sexo e de nudez incomodaram autoridades cristãs e, por precaução, a versão brasileira se limitou a estampar na capa o ícone que representa a criação. A estrangeira traz a cena em que Adão & Eva são expulsos por Deus do Jardim do Éden (abaixo).
capa gringa Genesis de Robert Crumb

Distribuídas em 224 páginas, ilustrada em preto e branco com cenários e figurinos fiéis aos originais – vide a foto abaixo, com referências usadas pelo quadrinista – Gênesis é um livro para deixar na mesa de centro, ou ler algumas páginas por dia como fazem os religiosos. Se você tem fé na boa história em quadrinhos, pode comprar. O traço de Crumb tem poder.
P.s: Em tempo, ele confirmou presença na Flip (4 a 8 de agosto em Paraty-RJ).

Mesa de Crumb ao fazer Genesis


O Quilombo Orum Aiê, de André Diniz (Galera Record)
O novo projeto do autor carioca desta vez foi roteirizado e também ilustrado por ele, num total de 112 páginas. Chama a atenção o estilo, que remete às xilogravuras dos artistas populares do Nordeste. Tendo como mote a fuga de escravos em Salvador, o momento mais interessante do livro é justamente a jornada de quatro personagens rumo ao utópico quilombo. Acontecem inúmeras situações em torno do protagonista, o escravo Vinicius “Capivara”. Ele simpatiza com Sinhana (escrava de um escravo), que por sua vez nutre algo mais pelo escravo malês Abul, num sentimento recíproco. Ao mesmo tempo, Capivara vive uma dualidade de amor e ódio com o branco Antero, que passa a viagem toda filosofando. O final é de certo modo previsível, mas vale pela mensagem otimista.
Quilombo Orum Aie os 4 personagens juntos

A Bíblia em Mangá, de Siku (Editora JBC)
Um caso que repercutiu no mundo todo aconteceu em 2007, quando a editora inglesa Hodder and Stoughton lançou uma nova adaptação da Bíblia no formato mangá. Desenhada pelo inglês Siku, que é casado com uma brasileira, em parceria com seu irmão, a Bíblia em Mangá vendeu milhares de exemplares e foi publicada aqui pela editora JBC, especializada no formato japonês de quadrinhos. No fim das contas, o que vale independente do tema e da religião é a intenção por trás do projeto.

Apesar das ilustrações coloridas que circularam pela internet, a versão comercializada aqui é em preto e branco, com preço de capa bastante acessível (R$ 9,90). O que torna a leitura maçante é o próprio texto do Velho Testamento e do Novo Testamento, com o uso excessivo de expressões nada populares como “destruístes todos os vossos ídolos, todos os vossos astaretes, todos os vossos baals”. Porém, do ponto de vista doutrinário, uma adaptação para o formato pop do momento possa ser bem visto pelos cristãos.
Moises abrindo o mar na Biblia em Manga

jesus e apostolos na Biblia em Manga


Yeshuah, assim em cima assim embaixo, de Laudo Ferreira Jr. (Editora Devir)
Ao mostrar a sua visão pessoal de Jesus e ângulos diferentes de Maria, José, Pedro, João Batista e Maria Madalena, aproximando o humano do sagrado, o artista pesquisou em fontes diversas como o misticismo, o budismo, o islamismo e a Cabala. O traço expressivo e carregado de emoção perde fluidez na linguagem carregada do texto original - assim como na versão da Bíblia em Mangá - num livro que não se encerra nele mesmo. O primeiro volume da trilogia não funciona sozinho, mas tem o mérito por jogar luz sobre um assunto delicado sem perder o respeito pelo tema.

Yeshauh de Laudo Ferreira Jr

Crucificados em Yeshauh de Laudo Ferreira Jr

DO UOL NOTÍCIAS

Decisão do STF foi "absurda, estúpida e totalmente fora da realidade", diz ex-presa política; veja repercussão

Raquel Maldonado e Camila Campanerut
Do UOL Notícias
Em São Paulo e Brasília

A ex-presa política Amélia Telles disse que ficou bastante decepcionada com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de não revisar a Lei de Anistia. “Essa foi uma decisão absurda, estúpida e totalmente fora da realidade. Com essa decisão, nos foi negado o direito à memória, o direito à verdade.”
Em entrevista ao UOL Notícias, ela afirmou que a postura adotada pelos ministros do STF foi reacionária. “Todos eles sabem o que foi a ditadura e o que isso significou para tantas famílias. Votar contra a revisão da lei significa estar contra os direitos humanos, através de uma postura extremamente reacionária”, completou.
Bastante desiludida, Telles ainda fez questão de frisar que, com o resultado do julgamento, o Brasil continua muito atrasado com relação aos outros países da América Latina, que já começaram a punir seus torturadores. “É uma vergonha, é um retrocesso”, critica.
O resultado do julgamento também foi mal recebido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A decisão do STF “reproduz o discurso da época em que se vivia sob o medo e sem liberdades". Essa é a opinião de Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB e um dos responsáveis pela ação apresentada ao Supremo, em outubro de 2008, na qual questionava a aplicação da lei sobre os agentes do Estado que praticaram torturas durante o regime militar (1964-1985).
"Nossa expectativa era bastante otimista. Esperávamos que o Supremo fizesse uma interpretação de acordo com a nossa Constituição, mas isso não ocorreu”, afirmou Cavalcante após o julgamento.
Mesmo com o resultado desfavorável, ele diz que a ação significou muito. “Sem a postura da Ordem, não se conheceria o Brasil de ontem. A ação foi muito importante porque reabriu uma discussão que estava esquecida, a discussão sobre a reabertura dos arquivos e sobre o valor da memória histórica. Essa discussão é importante para que a sociedade não repita os mesmos erros do passado”, defendeu Cavalcante.
Também contrário ao parecer dos ministros do STF, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apontou que o Brasil está muito atrasado em relação aos países vizinhos “Acho um imenso atraso o Brasil não conseguir punir os torturadores. O que está acontecendo na Argentina: em uma semana tivemos dois presidentes presos. Na semana passada, no Uruguai, um ex-chanceler foi condenado à prisão por desaparecimento político, a mesma coisa aconteceu no Chile".
Sobre a definição de que a ação da OAB seria um instrumento de revanchismo e de vingança contra os militares, Valente afirma que “revanchismo seria levar o torturador ao pau de arara e não investigar quem cometeu os crimes. O STF não poderia dar cobertura para isso. Essa página da história precisa ser virada, mas não será enquanto houver impunidade. O assunto não será encerrado com esta decisão”, declarou.

Mais sobre a Lei de Anistia

O movimento que levou ao projeto e à sanção da Lei de Anistia começou logo após a instituição do regime militar, em 1964. No início, apenas intelectuais e lideranças políticas que tiveram seus direitos cassados faziam parte do movimento. Depois, a proposta ganhou a sociedade conforme aumentava a repressão por parte da ditadura. No final da década de 70, sob forte pressão popular e já em processo de liberalização, o então presidente general João Baptista Figueiredo encaminhou o projeto de lei ao Congresso, que o aprovou.
Outro parecer contrário ao STF é o de Walter Maierovitch, juiz de direito e presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone. “A decisão é uma vitória da tortura e um desrespeito a dignidade humana e dos direitos naturais que não estão escritos. É lamentável sob o aspecto técnico e sob o aspecto político”.
Já o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) se mostra favorável à decisão, afirmando que não há como rever o passado. “Concordo perfeitamente com a decisão do Supremo. A Lei da Anistia perdoa todo mundo. Participei do movimento goiano pela anistia, depois de tantos anos por que rever este assunto? Houve crimes, houve excessos de parte a parte. Está no Código Penal. A decisão não implica em tirar o direito a indenização ou abrir arquivos e reconhecer os erros do passado. Mas vamos voltar a criar ódio no Brasil?”.
Com relação à comparação com alguns países da América Latina, o senador é categórico: “O Brasil é diferente destes que estão revisando os crimes do passado, que são democracias cada vez mais frágeis [em referência a Argentina e Uruguai]”.

Outra personalidade ouvida pelo UOL Notícias que também enaltece a decisão do STF é o jurista Ives Gandra Martins. Para ele, “foi corretíssima a decisão, porque a lei anistia todos os crimes sem distinção. Tortura não é diferente deles. A Lei de Anistia diz que ‘onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir’”, assinalou.

“Sou absolutamente contra a tortura. Fui perseguido, tive os meus bens bloqueados, mas nunca pedi ressarcimento”, disse o jurista. “A lei pode ser modificada para dar eficácia para o futuro e não para o passado”, finalizou.

O julgamento
Após dois dias de julgamento, o STF decidiu nesta quinta-feira (29), por 7 votos a 2, pela improcedência da ação apresentada pela OAB. Acompanharam o voto do ministro relator Eros Grau, pela manutenção da lei, os ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Ellen Gracie, Marco Aurélio, Celso de Mello e o presidente do STF, Cezar Peluso. Já os ministros Ricardo Lewandowski e Ayres Britto entenderam que a ação da OAB era parcialmente procedente.
Peluso iniciou seu voto dizendo que "é desnecessário dizer que nenhum ministro tem nenhuma dúvida da profunda aversão dos crimes praticados, não só pelo nosso regime de exceção, mas de todos os regimes de todos os lugares e de todos os tempos”.
Para finalizar, ele afirmou que, se é verdade que cada povo resolve seus problemas de acordo com a sua cultura, "o Brasil fez uma opção pelo caminho da concórdia". Ele disse ainda que "os monstros não perdoam. Só o homem perdoa, só uma sociedade superior é capaz de perdoar".
Na ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental), a OAB pedia que o Supremo desse uma interpretação mais clara ao artigo 1º da lei, defendendo que a anistia não deveria alcançar os autores de crimes comuns praticados por agentes públicos acusados de homicídio, abuso de autoridade, lesões corporais, desaparecimento forçado, estupro e atentado violento ao pudor, contra opositores ao regime político da época.

DO UOL NOTÍCIAS

Por 7 votos a 2, STF decide pela manutenção da Lei de Anistia

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Após dois dias de julgamento, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (29), por 7 votos a 2, pela improcedência da ação apresentada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que questiona a aplicação da Lei de Anistia sobre os agentes do Estado que praticaram torturas durante o regime militar (1964-1985).
Acompanharam o voto do ministro relator Eros Grau, pela manutenção da Lei de Anistia, os ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Ellen Gracie, Marco Aurélio, Celso de Mello e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso. Já os ministros Ricardo Lewandowski e Ayres Britto entenderam que a ação da OAB era parcialmente procedente.

Mais sobre o relator da ação

  • O relator da ação, o ministro Eros Grau, foi o único dos 11 membros do STF a ter sofrido tortura durante o regime militar. Ele foi preso e torturado nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo, por advogar em defesa de opositores do regime.
O presidente Cezar Peluso iniciou seu voto dizendo que "é  desnecessário dizer que nenhum ministro tem nenhuma dúvida da profunda aversão dos crimes praticados, não só pelo nosso regime de exceção, mas de todos os regimes de todos os lugares e de todos os tempos”.
Para finalizar, ele afirmou que, se é verdade que cada povo resolve seus problemas de acordo com a sua cultura, "o Brasil fez uma opção pelo caminho da concórdia". Ele disse ainda que "os monstros não perdoam. Só o homem perdoa, só uma sociedade superior é capaz de perdoar". 
Na ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental), a OAB pedia que o Supremo desse uma interpretação mais clara ao artigo 1º da lei, defendendo que a anistia não deveria alcançar os autores de crimes comuns praticados por agentes públicos acusados de homicídio, abuso de autoridade, lesões corporais, desaparecimento forçado, estupro e atentado violento ao pudor, contra opositores ao regime político da época.
A favor da revisão
O voto mais contundente foi do ministro Ayres Britto, que classificou os torturadores de "monstros" e "tarados". "Perdão coletivo é falta de memória e de vergonha (...) O torturador é um monstro, um desnaturado, um tarado. Não se pode ter condescendência com um torturador”, disse.
Ele justificou seu voto dizendo que “exclui qualquer interpretação que signifique estender a anistia a qualquer tipo de crime hediondo, como a tortura, por exemplo”.
Para Ricardo Lewandowski, os agentes públicos que cometeram crimes comuns não estão anistiados automaticamente, mas seu voto abre a possibilidade para que eles sejam formalmente acusados e futuramente julgados por esses crimes. A decisão final caberia ao juiz, na análise caso a caso dos processos.
Ele disse ainda que os crimes cometidos com crueldade não podem ser considerados como políticos ou a ele relacionados. “Se assim fossem, teríamos casos de pedofilia, estupro e genocídio sendo classificados como meros crimes políticos”.
Contra a revisão
Ontem, durante a leitura de seu voto, de 76 páginas, o relator Eros Grau disse que, no Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário não está autorizado a alterar e reescrever a Lei da Anistia. “Quem poderia revê-la seria exclusivamente o Poder Legislativo”, disse Eros Grau. O relator citou decreto do Chile que concedeu anistia naquele país e posterior pedido de alteração no Senado. “Como se vê, a revisão da Lei da Anistia será feita pelo Poder Legislativo.”

Mais sobre a Lei de Anistia

O movimento que levou ao projeto e à sanção da Lei de Anistia começou logo após a instituição do regime militar, em 1964. No início, apenas intelectuais e lideranças políticas que tiveram seus direitos cassados faziam parte do movimento. Depois, a proposta ganhou a sociedade conforme aumentava a repressão por parte da ditadura. No final da década de 70, sob forte pressão popular e já em processo de liberalização, o então presidente general João Baptista Figueiredo encaminhou o projeto de lei ao Congresso, que o aprovou. A lei foi sancionada no dia 28 de agosto de 1979.
 
Eros Grau disse ainda que "a decisão pela improcedência da ação não exclui o repúdio a qualquer tipo de tortura. Há coisas que não podem ser esquecidas”, complementou.
Utilizando o mesmo argumento apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pela Procuradoria Geral da República (PGR) durante a sessão de ontem, a ministra Cármen Lúcia disse que “não se pode negar que a anistia brasileira resultou de uma pressão social e foi objeto de debate de diversas personalidades e entidades, dentre estas, o próprio Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB”.
“Não vejo como reinterpretar uma lei, 31 anos depois”, disse a ministra.
O ex-presidente do Supremo, Gilmar Mendes, começou seu discurso dizendo que o voto de Grau foi “um voto memorável”. Ele também relembrou a posição do relator da ação afirmando que a OAB foi uma protagonista da construção da Lei de Anistia. “Ainda como um jovem estudante de direito, lembro das discussões sobre o modelo de anistia. A OAB participou e foi construtora deste modelo”, disse.
Como já era esperado, o ministro Marco Aurélio também votou pela improcedência da ação apresentada pela OAB. Ele destacou que não enxergava motivo nem mesmo para julgar a ação, já que não existiria, segundo ele, controvérsia jurídica no caso. Ele, que costuma qualificar o regime militar como um "mal necessário", havia adiantado posteriormente que considera a anistia uma "virada de página".
Também votou contra a ação da OAB o ministro Celso de Mello, que finalizou seu discurso dizendo que "a improcedência da ação não impõe nenhum óbice da verdade e da preservação da memória histórica".

*Com informações do Última Instância e da Agência Brasil

DO UNIVERSO HQ

Cursos, oficinas e palestras sobre quadrinhos na Casa das Rosas, em São Paulo

Por Marcelo Naranjo   Siga Marcelo 
Naranjo no Twitter   | 30-04-2010


A Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura (Avenida Paulista, 37, São Paulo/SP) tem sua programação de maio voltada para a arte das Histórias em Quadrinhos, com palestras e oficinas, demonstrando a relação estreita entre HQ, literatura e poesia.
São inúmeros destaques, como o curso A Guerra dos Quadrinhos, no qual o jornalista Gonçalo Jr. dará ênfase à evolução histórica e censura nas HQs, discutindo desde as primeiras experiências no final do século XIX até chegar às graphic novels e à invasão dos mangás, mostrando como os quadrinhos foram perseguidos, acusados de induzir jovens ao crime, à prostituição e ao homossexualismo.
Caco Galhardo é o responsável pela Oficina de Criação em HQ, falando sobre criação e desenvolverá um processo coletivo com tiras, cartuns e HQs, com a finalidade de produzir um fanzine.
Gualberto Costa fará a Oficina de Fanzines, na qual os alunos que já têm experiência com desenho terão a oportunidade de conhecer as várias formas de confecção de uma publicação independente de quadrinhos e de fazerem sua própria revista.
Mayumi Ito apresenta a Oficina de Mangá, com orientações para desenhar o personagem no estilo mangá, proporções, estilos, olhos, cabelos, roupas e movimento.
HQ e a Rebelião da Linguagem será ministrado por Reynaldo Damazio e abordará criadores de histórias em quadrinhos da segunda metade do século XX que realizaram variada experimentação com as linguagens literária e da ilustração.
O Papel Invisível do Desenhista - Ilustrando uma HQ, com Sam Hart, terá aulas que serão compostas pela elaboração de uma página de HQ por meio do estudo e exercícios de composição de página, narrativa, layout e comunicação voltada à linguagem da HQ.
Duas mesas redondas serão apresentadas:
As Atuais Mudanças e Transformações dos Quadrinhos no Brasil, com Silvio Alexandre (mediador), André Conti (Companhia das Letras), Rogério de Campos (Conrad), Douglas Quinta Reis (Devir) e Rogério Saladino (Panini/Mythos); e Mangá é a nossa Língua: o Fenômeno Cultural dos Quadrinhos Japoneses no Brasil, com Marcelo del Greco e Arnaldo Oka, ambos da editora JBC.
Destaque para as palestras:
Toninho e a presença da Circo Editorial, com Toninho Mendes, falando sobre a trajetória das revistas Chiclete com Banana, Circo, Geraldão, Piratas do Tietê, Striptiras, Big Bang Bang.
Quadrinhos como Poesia, com Fábio Moon e Gabriel Bá, mostrando que, tanto em quadrinhos quanto na poesia, se o artista sabe escolher bem as palavras, atinge a todos de uma maneira que a prosa ou a ilustração não conseguem. O que incluir e o que deixar de fora é a chave para contar uma boa história.
A Produção Editorial dos Estúdios Mauricio de Sousa, com Sidney Gusman. Há quase quatro décadas, as revistas em quadrinhos de Mauricio de Sousa reinam absolutas nas bancas brasileiras. São, pelo menos, três gerações de leitores que cresceram com as aventuras da Turma da Mônica.
Bienvenido aos Quadrinhos Argentinos, com Paulo Ramos. Quino, Maitena e Liniers são três dos poucos autores que tiveram trabalhos em quadrinhos traduzidos e publicados no Brasil. As editoras nacionais historicamente ignoram a produção argentina de historietas. Durante a palestra, haverá o lançamento do livro Bienvenido - um passeio pelos quadrinhos argentinos.
Além disso, o local apresentará uma homenagem ao cartunista Glauco, com Caco Galhardo.
MÍSTICA OU MISTICISMO?

Tem gente me achando muito místico de uns tempos para cá. Já soube de várias dessas leituras que os “experts” nos “outros” fazem de mim; e dou risadas.
No tempo da Idade da Pedra eu fui considerado pentecostal...[1973-1981].
Depois carismático... [Presbitério de Niterói, um certo “Cleomenis”, 1982-85].
Depois social... [1986-1994]...
Depois político... [1998-1999]...
Depois esotérico... [Nephilim]...
Depois em fuga... [morte do meu filho Lukas]...
Agora, místico demais...
Entretanto, a viagem é deles, não minha. Afinal, sempre cri em tudo o que creio...
Na realidade eu já fui muito mais místico do que hoje, entretanto, a mística de minha alma amadureceu...
Antes eu queria ver... Hoje, sem buscar, vejo.
Antes eu esperava sinais... Hoje eu sei que vivo e ando entre sinais...
Antes eu invocava... Hoje me sinto invocado...
Antes eu buscava saber... Hoje o saber me arromba quando quer...
Antes eu pensava... Hoje me vejo sendo pensado por Ele...
Mas para os que me acham hoje muito místico [rsrsrs], quero dizer o seguinte:
Eu amo a “onda” que a anestesia dá. Rsrsrs.
A primeira vez que fui anestesiado, aos 7 anos de idade, tive uma experiência inusitada. Enquanto me sedavam com aquela velha mascara de anestesiar, fui entrando em outra dimensão, não qual a luz era âmbar e o cenários era ao estilo Escocês, cheio de grama, relva a perder de vista, montanhas, água cruzando os vales... Eu, entretanto, corria em fuga, pois, uma voz me perseguia de cima, como se sobre mim voasse, a qual dizia: Quem é da Terra não vem à Lua!
Tal experiência nunca me deixou... É mais nítida do que a maioria das coisas nítidas.
Depois fui anestesiado de modo geral algumas outras vezes... Sempre voltei em estado de alegria das anestesias... Somente em janeiro de 2005, quando quase morri de uma parada respiratória, em razão de outras complicações, foi que voltei da anestesia em angustia, pois, havia um enorme e grosso tubo enfiado no fundo de minha garganta... Mas, uma vez tirado o tubo, a ondinha diferente daquele sono induzido, voltou a me ninar com carinho...
Nesta semana, enquanto operava o coração por meios novos e modernos, ao voltar, sentia mais que tudo a alegria de um ambiente no qual eu havia entrado...
Não vi ninguém... Não saí do corpo... Não ouvi conversas na sala de operação... Não fui a lugar algum... Mas, estranhamente..., sabia...; sabia; sabia; sabia...
Era como entrar na luz. Na luz não há necessidade de ver nada... Na luz tudo está visto, dito e contado... para além de sons, visões e imagens. Na Luz o que é, é.
Saí do “ambiente” como quem tinha sido levado muito, muito além, embora, de algum modo, meu ser soubesse de tudo o que acontecia a mim na mesa de operação.
Ora, os que acham que estou ficando místico, dizem isto por varias razões, entre elas por afirmações como a que acabei de fazer; e mais: em razão, por exemplo, de eu crer que anjos e óvnis são manifestações dos mesmos poderes espirituais... Mas é apenas opinião minha, e não um fato revelado da fé; pelo menos por enquanto...
O mundo, todavia, continuará ainda girando, e, então, em não muito tempo, saber-se-á se eu estava certo ou apenas misticamente enganado.
Enquanto isto eu sigo, dizendo: Eu cri; por isto é que falei!
De minha parte tenho muita dó do fato que mística de crente seja apenas expressão de emoção em cultos públicos; e olhe lá!...
Ou seja:
A mística dos crentes é nervosa, angustiada e histérica; posto que seja apenas uma crença no sobrenatural em razão da necessidade ou da angustia, mas não o fruto do amor que discerniu o diapasão das melodias silenciosas..., somente perceptíveis na quietude da fé que deita na cama de Deus e vira para o lado como quem se aninha no lugar mais seu da vida: o amor de Deus.
Misticismo é pagão; é um sistema mágico e mecânico; não vem das livres expressões do amor e da confiança, mas sim das mecânicas de suposta manipulação do mundo espiritual; o que não passa de macumba.
Mística, todavia, é a certeza da companhia invisível...; e é o discernimento das presenças e sinais de tamanha delicadeza que somente os discerne quem anda aberto para eles..., pela fé.
Balaão era crente no misticismo, por exemplo.
Ezequiel, Zacarias, Maria, Paulo e tantos outros, eram apenas seres místicos; ou seja: abertos para certezas de coisas que se esperam e capazes de, pela fé, verem as coisas que não estão obviamente visíveis.
Assim, digo: sem mística a fé não tem alegria e nem gosto; o tempero da fé está na cozinha dos ambientes invisíveis...

Nele, que via anjos de Deus subindo e descendo... e que disse que nós também veríamos,

Caio

DA TIME MAGAZINE NORTE-AMERICANA

Luiz Inácio Lula da Silva

 
Marco Grob for TIME
When Brazilians first elected Luiz Inácio Lula da Silva President in 2002, the country's robber barons nervously checked the fuel gauges on their private jets. They had turned Brazil into one of the most inequitable places on earth, and now it looked like payback time. Lula, 64, was a genuine son of Latin America's working class — in fact, a founding member of the Workers' Party — who'd once been jailed for leading a strike.
By the time Lula finally won the presidency, after three failed attempts, he was a familiar figure in Brazilian national life. But what led him to politics in the first place? Was it his personal knowledge of how hard many Brazilians must work just to get by? Being forced to leave school after fifth grade to support his family? Working as a shoeshine boy? Losing part of a finger in a factory accident?
No, it was when, at age 25, he watched his wife Maria die during the eighth month of her pregnancy, along with their child, because they couldn't afford decent medical care.
There's a lesson here for the world's billionaires: let people have good health care, and they'll cause much less trouble for you.
And here's a lesson for the rest of us: the great irony of Lula's presidency — he was elected to a second term in 2006 and will serve through this year — is that even as he tries to propel Brazil into the First World with government social programs like Fome Zero (Zero Starvation), designed to end hunger, and with plans to improve the education available to members of Brazil's working class, the U.S. looks more like the old Third World every day.
What Lula wants for Brazil is what we used to call the American Dream. We in the U.S., by contrast, where the richest 1% now own more financial wealth than the bottom 95% combined, are living in a society that is fast becoming more like Brazil.

Moore's latest film is Capitalism: A Love Story

DO UOL NOTÍCIAS

"Time" nega que tenha escolhido Lula o líder mais influente do mundo

Do UOL Notícias
  • Time divulga lista 
enumerada de líderes e diz mais tarde que numeração não é ranking "Time" divulga lista enumerada de líderes e diz mais tarde que numeração "não é ranking"
A revista "Time" negou no início da tarde desta quinta-feira (29) que tivesse colocado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o primeiro em uma lista de líderes mais influentes do mundo.
Pela manhã, o site da revista norte-americana divulgou uma relação com os nomes dos 25 líderes mais influentes do mundo escolhidos pela publicação. A lista era numerada de 1 a 25, não estava em ordem alfabética, e colocava o presidente brasileiro em primeiro, ao lado do número 1 (veja foto acima). Na edição eletrônica da publicação, ao clicar na sessão "líderes", o internauta era direcionado automaticamente para um perfil de Lula escrito pelo cineasta Michael Moore.
O UOL e outros sites noticiosos brasileiros e internacionais divulgaram a informação que Lula havia sido escolhido o líder mais influente do mundo. A redação do UOL Notícias entrou em contato com o departamento de Relações Públicas da revista "Time", que negou que a lista numerada era um ranking. Segundo a assessoria, "a Time não faz distinção no nível de influência das 100 pessoas que aparecem na lista."
Após os questionamentos do UOL, o site da "Time" retirou os números na lista de líderes mais influentes do mundo.

Perfil de Lula

No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.
A revista relembra que Lula decidiu entrar para a política quando, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa Maria, grávida de oito meses, pelo fato de os dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “Deixem os povos terem bons cuidados com a saúde, e eles causarão muito menos problemas para vocês”.
Moore afirma que quando os brasileiros elegeram Lula pela primeira vez em 2002, os "barões do roubo", que transformaram o país em um dos locais mais desiguais do planeta, nervosamente verificaram os medidores de combustível de seus jatos particulares.
Entre os líderes em destaque também estão a ex- governadora do Alasca e ex-candidata republicana à Vice-Presidência dos EUA, Sarah Palin; o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn; os primeiros-ministros japonês e palestino, respectivamente Yukio Hatoyama e Salam Fayyad, e o chefe do Governo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
A lista mostra os 100 nomes de pessoas mais influentes do mundo em diversas áreas –líderes da esfera pública e privada, heróis, artistas, pensadores, entre outros.
Outras posições de destaque
Lula apareceu na lista da "Time" pela primeira vez em 2004, dois anos depois de ser eleito pela primeira vez à Presidência. Na ocasião, Lula ganhou destaque pela posição na reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio) no México, em setembro passado, quando liderou uma coalizão de nações em desenvolvimento que se recusaram a negociar novas regras de investimento estrangeiro até que os EUA e a União Europeia prometessem o fim dos subsídios agrícolas à exportação.
O perfil do presidente em 2004 afirmava que "ao contrário dos radicais contra a globalização, Lula, 58, insiste que não quer destruir a nova ordem mundial. Ele só quer que funcione de forma mais justa." O texto lembrava também os escândalos de corrupção que caíram sob seu governo, mas ressaltava que, apesar de alegações, ele havia se tornado porta-voz do novo mundo em desenvolvimento.

Líderes mais influentes do mundo:

Luiz Inácio Lula da Silva
J.T. Wang
Almirante Mike Mullen
Barack Obama
Ron Bloom
Yukio Hatoyama
Dominique Strauss-Kahn
Nancy Pelosi
Sarah Palin
Salam Fayyad
Jon Kyl
Glenn Beck
Annise Parker
Tidjane Thiam
Jenny Beth Martin
Christine Lagarde
Recep Tayyip Erdogan
General Stanley McChrystal
Manmohan Singh
Bo Xilai
Mark Carney
Irmã Carol Keehan
Xeque Khalifa bin Zayed al-Nahyan
Robin Li
Scott Brown

Ano passado, Lula ganhou destaque internacional quando foi eleito personagem do ano pelo jornal espanhol El País e pelo francês Le Monde.

Mais categorias
O ex-presidente americano Bill Clinton aparece em destaque na categoria dos “heróis” pelo trabalho realizado no Haiti depois do terremoto de 12 de janeiro por meio da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo seu perfil, escrito pelo cantor Bono, da banda irlandesa U2, “sem ele, o universo não seria tão amigável para os seres humanos.”
Ao lado de Clinton aparecem: a sul-coreana Kim Yu-na, que conseguiu o primeiro ouro em patinação artística para seu país em Vancouver; o opositor iraniano Mir Hussein Musavi, e o ator Ben Stiller por seu trabalho na reconstrução de escolas no Haiti.
A cantora Lady Gaga aparece na categoria “artistas” e recebe elogios da colega Cyndi Lauper, que mostra sua admiração pelo trabalho da nova-iorquina de 24 anos. Lauper destaca que “a arte de Lady Gaga capta o período em que estamos agora” e rasga elogios à postura polêmica de Gaga: “ela mesma é a arte. Ela é a escultura.”

Além disso também aparecem a cantora Taylor Swift, os atores Ashton Kutcher e Neil Patrick Harris, assim como o produtor e popular juiz do programa de talentos "American Idol", Simon Cowell.
Outros que estão na lista artística são: o humorista Conan O''Brien, que abandonou seu programa na rede de televisão americana "NBC"; a cineasta Kathryn Bigelow, primeira mulher a ganhar o Oscar de melhor direção por seu filme "Guerra ao Terror" e a apresentadora Oprah Winfrey.
Ex-governador do Paraná aparece em lista
Na lista dos “pensadores”, o urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, aparece em destaque por seu “maravilhoso legado de sustentabilidade urbana", destacado pelo prefeito de Vancouver.
A revista "Time" também inclui uma análise de quem de sua lista são os mais influentes na internet, através de uma análise do número de seguidores e de conexões que essas pessoas acumulam nas redes sociais Facebook e Twitter.

terça-feira, 27 de abril de 2010

DE A FOLHA DE S. PAULO

Cubanos do Buena Vista Social Club abrem Virada Cultural 2010

da Reportagem Local

Os músicos cubanos Barbarito Torres e Ignácio Mazacote, integrantes do Buena Vista Social Club, vão abrir a programação da Virada Cultural de São Paulo, que neste ano ocorre entre os dias 15 e 16 de maio.
Além deles, outras atrações internacionais vão se apresentar. As bandas de Janis Joplin (Big Brother & The Holding Co.) e Frank Zappa (Grand Mother Re:Invented) são alguns dos destaques, junto com o multinstrumentista Booker T. e a banda americana Living Colour, famosa nos anos 80.

Entre os destaques nacionais, haverá shows das cantoras Zélia Duncan e Céu, além de Toquinho, Geraldo Azevedo, Hermeto Pascoal, Arrigo Barnabé, André Abujamra, entre outros.
As cantoras que vem se destacando na música brasileira, como Juliana Kehl, Tulipa Ruiz, Karina Buhr e Mallu Magalhães, também ganharam espaço no palco Casper Líbero.

Jose Luis Magana/AP
Texto: Members of the Cuban band Buena Vista Social Club pose for a
 photo prior to a press conference in Mexico City, Mexico Wednesday Feb.
 26, 2003. From left, Guajiro Mirabal, Cachaito Lopez, Barbarito Torres,
 Juan de Marcos, Compay Segundo, seated, and Omara Portuondo. The group 
is in Mexico City for the second time in five months to give a concert. 
(AP Photo/Jose Luis Magana)
Barbarito Torres (terceiro da esq. para a dir.), da banda cubana Buena Vista Social Club, se apresenta na Virada
Um dos palcos será dedicado exclusivamente ao samba. Nomes como Nelson Sargento, Arlindo Cruz, Paulo Vanzolini, Jair Rodrigues e Elza Soares passarão por lá. Além disso, haverá apresentações do Clube do Balanço e de Wilson Simoninha e Max de Castro no Baile do Simonal.
No palco dedicado ao rock, haverá shows de Pitty, Raimundos, Titãs e a banda CPM 22 cantando apenas as músicas do Ramones. Também se apresentam a banda Patrulha do Espaço, fundada por Arnaldo Baptista (que não está nesta formação) e o projeto de Arnaldo Antunes de músicas para crianças, o Pequeno Cidadão.
Já a Osesp (Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo) e a São Paulo Companhia de Dança se apresentarão juntas ao ar livre pela primeira vez, em frente à Estação da Luz.
O encerramento da Virada será feito pelo Abba The Show, que conta com dois integrantes originais da banda sueca.
Evento
Realizada pela Prefeitura de São Paulo, a Virada Cultural promove shows e atrações culturais durante 24 horas ininterruptas. O público estimado para este ano é de 330 mil pessoas.
O evento terá um perímetro maior que o do ano passado, já que incorporou ações na região da Luz.

DO UOL NOTÍCIAS

Documentário inédito "A Verdadeira Face de Jesus" será exibido na TV paga

Da Redação UOL

Divulgação
Documentário "A Verdadeira Face de Jesus" vai ao ar dia 29/4
 
Alvo de diferentes interpretações ao longo dos tempos, as características físicas de Jesus podem ter ganhado proporções mais próximas da realidade graças a um projeto usando tecnologia em 3D, realizado pelo Studio Macbeth. O resultado pode ser visto no documentário "A Verdadeira Face de Jesus", que vai ao quinta-feira (29), às 21h, no The History Channel.

Liderado pelo artista de computação gráfica Ray Downing, o projeto recriou a imagem de Jesus baseado no Santo Sudário -lençol que muitos acreditam ter recoberto o corpo de Jesus após a crucificação, embora o artista reconheça que sua autenticidade é contestada no mundo científico. Para obter uma visão tridimensional de seu rosto, os especialistas empregaram a mais avançada tecnologia 3D e recursos da computação gráfica.

O documentário mostra o desafio enfrentado pela equipe, que teve como material de apoio apenas um leve contorno do rosto de Jesus deixado no Santo Sudário, prejudicado pela presença de sangue, terra, manchas de água, buracos e queimaduras. Mesmo com danos em seu material, o manto sagrado foi crucial para o projeto por conter elementos em três dimensões. Com isso, revelou características jamais vistas em pinturas ou obras de arte.

Apesar de não ser a primeira vez que a equipe do Studio Macbeth dá vida a um ícone da história –em 2009, eles recriaram a face do ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln em razão do bicentenário de seu nascimento–, o projeto sobre Jesus se diferencia pelo trabalho em conjunto da ciência e da religião.

Permanentemente armazenado e sem acesso à visitação pública, o Santo Sudário de Turim terá sua primeira exposição em 10 anos, de 10 de abril a 23 de maio, na catedral de S. João Batista de Turim, na Itália. São esperados mais de dois milhões de pessoas do mundo inteiro e, segundo o Vaticano, o Papa Bento XVI deve visitar o Manto no dia 2 de maio.

A Verdadeira Face de Jesus
Quando:quinta-feira (29), às 21h
Onde: The History Channel

segunda-feira, 26 de abril de 2010

DO BLOG 02 NEURÔNIO

As festas clandestinas
 
Fecharam uma festa clandestina aqui em São Paulo. Todo mundo sempre disse que era muito legal. A festa rolava em um prédio no centro, meio ocupado. E lá as pessoas fumavam cigarro (essa coisa tão simples que virou contravenção pesada), o ingresso era barato e a freqüência misturada. Não tinha carão. O endereço era passado na ultima hora por e-mail. Eu sempre recebia o endereço. Mas por comodismo, preguiça e velhice, acabei não indo. Agora, fecharam a tal festa.
Claro, era uma festa clandestina. Não tinha alvará. E as pessoas não seguiam todas as determinações da prefeitura e do governo do estado. Aquelas todas: não pode fazer barulho, não pode fumar, não pode, não pode, não pode, NÃO PODE! Não pode nada. Em SP, atualmente, não pode nada. Mas eu acho que, não por acaso, a cidade poucas vezes esteve tão legal. Qualquer passeio no Baixo Augusta mostra isso. Abre um bar atrás do outro, as pessoas se vestem como querem sem levar pedrada, e se não pode fumar nos lugares, elas fumam na rua. O que é perigoso, porque aí podem reclamar que elas estão fazendo barulho e chamar o Psiu. Assim anda São Paulo.
A festa mais legal que eu fui ano passado também era clandestina. Foi em um prédio ocupado em Berlim. Também podia fumar na pista. O ingresso custava um euro e eles te davam água de graça. Não tinha segurança, porque não precisava. Todo mundo estava feliz, impossível acontecer algo de ruim ali! Perigoso é festa cara cheia de playboy, não?
Eu estava toda feliz por saber que em SP estava rolando uma festa parecida. Mas agora fecharam a festa.
O que seria da cultura pop sem a clandestinidade? Os shows punks tinham alvará? As raves tinham autorização? Ok. Esse texto pode não ter muito a ver com o que eu costumo escrever nesse blog. Mas espero que vocês entendam.
Meus amigos não falam de outra coisa. E, quando falam disso, falam de liberdade.  E só as pessoas conversarem sobre essas coisas, bem, eu acho que isso é muito bom. A gente vive uma era  moralista. Mas, ao mesmo tempo, essa é uma época muito boa. Eu acho.  
(Nina Lemos)

domingo, 25 de abril de 2010

INTERROMPENDO O INTERVALO



TOME UMA ATITUDE CONTRA A IMPUNIDADE DA TORTURA NO BRASIL

DIVULGUE EM SUAS LISTAS E NÃO DEIXE SUA OPINIÃO DE FORA!

MANIFESTE-SE
Envie sua carta aos Ministros do STF

4ª feira dia 28/04/2010 o Supremo Tribunal Federal julgará a ADPF-153 sobre a Lei da Anistia. Os Ministros irão decidir sobre um tema grave nos dias de hoje: a IMPUNIDADE DA TORTURA em nosso país. Esta decisão é importante pois uma derrota representará a não apuração dos crimes de lesa-humanidade praticados no Brasil, entre os anos 1964-1985, ocorridos durante o regime militar. Caracterizará também o descumprimento dos tratados internacionais RATIFICADOS PELO BRASIL sobre Direitos Humanos junto à ONU e será um retrocesso que contribuirá para a banalização da tortura no país.



"Nós estamos num momento crucial, acho eu, da história contemporãnea do Brasil. Trata-se de saber se a Corte Suprema vai ou não, defender a dignidade do estado brasileiro. Se o Supremo Tribunal Federal, que Deus não permita, julgar que a ADPF-153 em relação à Lei de Anistia, não é procedente. Só nos resta denunciar o Brasil perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos e outras instâncias internacionais. É preciso então que o estado brasileiro, assuma a sua posição repugnante de réu, de crimes contra a humanidade."
                                                                                                      Fábio Konder Comparato

NÃO VAMOS DEIXAR QUE ISSO ACONTEÇA!
SEIS ATITUDES QUE VOCÊ PODE TER CONTRA A IMPUNIDADE DA TORTURA NO BRASIL

1- Coloque o banner anexo em sua página da internet ou Blog com o link: http://docs.google.com/View?id=dgn2gh6p_176hngc4jxn para multiplicar o acesso à página da campanha.
2- Encaminhe este email às suas listas para a difusão da campanha e potencialização do envio de cartas aos Ministros do STF.
3- Envie sua carta aos Ministros do STF posicionando-se a favor da OAB e da reinterpretação da Lei da Anistia, bem como pela responsabilização dos torturadores.
4- Assine o Manifesto que será entregue aos Ministros do STF. (Até 23/04 - temos 17.944 assinaturas)
5- Assista o Documentário "Apesar de Você - os caminhos da justiça" e recomende aos seus amigos, alunos e etc...
6- Reforce a presença em Brasília para o julgamento da ADPF-153 no STF dia 28/04/2010 às 14 horas. Podendo compareça ao julgamento!

DIGA NÃO À BARBÁRIE!


Entidades que convocam esta campanha

AJD - ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA
AMB - ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS
CEJIL - CENTRO PELA JUSTIÇA E DITREITO INTERNACIONAL 
ASSOCIAÇÃO AÇÃO SOLIDÁRIA MADRE CRISTINA - SP
ANIGO - ASSOCIAÇÃO DOS ANISTIADOS PELA CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DE GOIÁS
APAP - ASSOCIAÇÃO DOS ANISTIADOS POLÍTICOS DE PERNAMBUCO
ACAT - ASSOCIAÇÃO DOS CRISTÃOS PARA A ABOLIÇÃO DA TORTURA
ASSOCIAÇÃO DOS METROVIÁRIOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO RJ
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ANISTIADOS POLÍTICOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO RJ
CUT - CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
COMISSÃO DE FAMLIARES DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS
CJP-SP - COMISSÃO JUSTIÇA E PAZ DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
DHNET - REDE DE DIREITOS HUMANOS E CULTURA - RN
FORÚM DE REPARAÇÃO E MEMÓRIA DO RIO DE JANEIRO
FORÚM DOS EX-PRESOS E PERSEGUIDOS POLÍTICOS DO ESTADO DE SP
GRUPO TORTURA NUNCA MAIS - BA
GRUPO TORTURA NUNCA MAIS - SP
INSTITUTO HELENA GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE
MPD - MINISTÉRIO PÚBLICO DEMOCRÁTICO
MJDH - MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS - RS
MNDH - MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
MOVIMENTO TORTURA NUNCA MAIS - PE
NÚCLEO DE PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA POLÍTICA DE SP
OBSERVATÓRIO DAS VIOLÊNCIAS POLICIAIS - SP
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO ABC
SINDICATO DOS METROVIÁRIOS DO RJ
UNE - UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES
UNIDADE NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO PELA ANISTIA - RJ

INTERMISSION II

Estou de férias... Não estou escrevendo no blog nenhuma das minhas corriqueiras - e pouco profundas  - reflexões. Por ora, estou silencioso...

Mas, se você é leitor, ou leitora, vai encontrar aqui textos de outros autores. E um deles, como sempre, desde o início dessas anotações, é o pastor Caio Fábio.

Entretanto, caso você goste do que o Caio escreve, recomendo uma visita em seu site. O endereço é 
http://www.caiofabio.net/2009/
Boa leitura!

E Paz! E Bem!
POR QUE VOCÊ BUSCA O BEM?

Por que um homem busca o bem?

A resposta verdadeira, na maioria esmagadora dos casos, é:

Por medo de Deus, ou do Inferno, ou da Lei ou do Estado — e também do cônjuge! (rsrsrs).

Poucos fazem o que é bom porque o que é bom faz bem. Tudo o que é bom faz bem. Faz bem! É simples assim! Além disso, é bom! Pois se algo, em sendo considerado bom, nos faz mal; pode até ser em si uma coisa boa, mas se não fizer bem a quem a experimenta, para esse a tal coisa não é boa.

Há então algo que seja bom e que não faça bem a todos?

Claro! Pois se houvesse essa coisa ou ser, ele teria que se tornar um “Ele”; visto que somente Deus pode fazer bem a todos a um só tempo. Somente Ele conhece todas as variáveis infinitas de qualquer questão, existência ou possibilidade. Por isto somente Deus pode fazer bem a todos a um só tempo.

Porém, em nosso mundo de relatividades — pois relativos somos todos nós, bem como tudo em nós —, todas as coisas existem sob o signo da relatividade. Portanto, o que é bom para uns, nem sempre é bom para outros. Entretanto, nenhuma escolha será boa se ela fizer algum mal desnecessário e deliberado a quem quer que seja.

Jesus nunca nos disse o “por que” de se buscar o que é bom. Ele assumiu que todos sabiam o que era mal. E, por essa razão, propôs de saída o que era bom num mundo de ambigüidades e maldades — mas sem muitas palavras; porém com muitas ações.

Para Ele chorar não deve ser algo buscado, mas é bom chorar. É uma pena que o mundo precise sempre de misericórdia, mas a misericórdia é boa. Não se deve pecar contra o irmão, ao mesmo tempo em que Ele manda o irmão ofendido perdoar até 70X7 o seu ofensor se ele vier pedindo sinceramente o perdão.

Para Jesus, embora o inferno existisse, não era ele o motivador de nada, aparecendo nas falas de Jesus como um fato-da-consciência do juízo. Mas para Ele o inferno não tinha o poder de conduzir nada e nem ninguém a Deus. Inferno é extinção e juízo; não tendo em si mesmo a força da criação e produção de amor.

Em Jesus a única razão para se buscar o que é bom e o que faz bem, é porque o “Pai celeste é assim!”

E mais que isto: é porque o Pai celeste faz assim com todos, maus e bons! Mas nos proíbe de separar o joio do trigo; ou seja: os maus dos bons!

Desse modo, para Jesus, o homem deve buscar o que é bom apenas a fim de ser como o Pai que está nos céus. E, como decorrência, ser filho de Deus num mundo de filhos de desejos do inferno e do diabo; desejos de morte, de divisão e de desvalor.

Esta é a missão do seguidor de Jesus, conforme Ele mesmo: Ser como o Pai celeste no mundo!

Portanto, Jesus não ensina as leis da bondade, mas, vivendo entre nós, ensina como um homem pode ser servo da bondade como bem para si mesmo e para os outros.

Jesus ensina que o trágico Fim do que é bom é a Ressurreição dos mortos!

O prazer de Jesus no que é bom tinha a ver com Seu prazer na vontade do Pai, que é vida; e, também, pelo Seu amor absoluto a tudo o que é criação do Pai.

Para Jesus, não se tem que buscar o que é bom; mas antes disso, tem-se que olhar para cima, para o Pai, e buscar apenas refletir esse Rosto Invisível de Amor.

Assim, para Jesus, o que é bom tem que deixar de ser uma aspiração e passar a ser a respiração do ser!


Nele,


Caio
A MORTE DO PECADO


Aquele que não teve pecado, Deus o fez pecado por nós...

Comparável a essa frase em seu conteúdo esmagador somente uma outra:

Ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar...

Ambas referem-se ao Cordeiro de Deus, a Jesus, o Senhor.

O que me choca é que está tudo feito e acabado, menos para quem diz “crer”. Os que “crêem” não sabem que ainda não crêem, ou não sabem no que crêem. Pois se o soubessem, saberiam que a Lei morreu em Cristo; que a força do pecado é a Lei, mas que com sua morte, ela, a Lei, já não tem poder sobre nós. Ora, essa morte da Lei matou a força do pecado, pois onde não há Lei, também não há transgressão. Assim, o que Jesus Pagou por nós, está Pago para sempre. Mas quem crê?

Então você pergunta: Se é assim, como então nós ainda pecamos?

Ora, o pecado que eu peco é fruto de minha queda, mas já não carrega em si mesmo o poder de me matar, tanto quanto já não carrega mais o poder de me fazer “compulsivo”, pelo simples fato de que em minha consciência ele já não se faz acompanhar da condenação da morte.

É o medo da morte e a certeza da condenação o poder que gera toda compulsão!

O pecado faz mal ao meu ser, mas já não tem o poder de daná-lo, se se está confiante no poder e na consumação do que Jesus já fez por nós. Afinal, o pecado só existe em mim, mas já não existe como algo que pende como espada da morte sobre minha cabeça. Eu estou em Cristo!

Já não há mais nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus!

Agora eu ouço:

Filhinhos meus, não pequeis; se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai; Jesus Cristo, o Justo; Ele é a propiciação pelos nossos pecados; e não somente pelos nossos próprios, mas inda pelos do mundo inteiro!

O Deus que se fez carne também se fez pecado por nós!

E certamente Ele não fez isto para que continuasse tudo igual. Tem que haver um fato-fator-real que decorra dessa ação. O fato real é um só: o pecado existe na vida de cada um de nós, mas já não existe como condenação. O fato do pecado em mim é inegável. Todavia, é também inegável que ele já não tem poder sobre mim.

Como? Não tem poder? Como?

Ele existe como produção de minha carne (corpo-totalidade-do-ser), pois faz parte de minha constituição caída. Hoje ele pertence à dimensão de minha animalidade não elevada em consciência, pois ainda está presa à minha condição de “egoísta-essencial”. No entanto, o pecado virou gripe: amolece, mas já não me mata.

Então, eu constato o pecado em mim. Grito: “Desventurado sou!”. Mas meu grito já não ecoa para a eternidade, não ecoa nem mesmo no tempo, exceto em mim, que me entristeço comigo mesmo. Entretanto, ele já não passa daí. Pois a Lei do Espírito e da Vida em Cristo, me libertou da Lei do pecado e da morte!

Agora, se creio no que “está feito”, vivo pelo que Ele fez por mim, não em razão do que eu, mesmo crendo, ainda faço contra mim.

Aquele que não teve pecado Deus o fez pecado por nós, para que nós que pecamos já não sejamos pecado, mas sem pecado Nele, que nunca tendo pecado, foi feito pecado em meu lugar.

A lógica é uma só: quem nunca foi...foi feito...para que quem é...possa já não ser, mesmo que ainda seja...pois mesmo sendo, só o é para si mesmo...mas não mais para Aquele que por nós se fez aquilo que Ele mesmo não era...para que nós que somos...já não o sejamos como quem em sendo morre do é.

Quem eu sou já não me mata!

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo!

Com efeito Deus condenou na carne o pecado!

Com efeito a condenação do pecado aconteceu na Cruz!

Com efeito, quem crê já está liberto; ainda que pratique a sua própria liberdade tomando consciência de que quem ele é, o é em Cristo; não em si-mesmo.

Com o pecado morto, e com a Lei sepultada, o que sai da morte e da sepultura não é mais o que me mata, mas o que me salva.

Cristo morreu pelas nossas transgressões e ressuscitou para a nossa justificação!

Eu sei, no entanto, que é muito difícil crer na pregação. Isaías ainda pergunta: Quem creu na pregação?

Ora, pouca gente crê!

Quem dera essas multidões que confessam a Jesus como Senhor soubessem e cressem também; e quem dera que sobretudo cressem no que “os penosos trabalhos de sua alma” realizaram por todos nós!

A promessa divina era que o Salvador veria os resultados dos “penosos trabalhos de sua alma e ficaria satisfeito; pois que como o Seu ‘conhecimento’ Ele justificaria a muitos”.

Há um conhecimento a ser apreendido!

Somos salvos pela fé. Mas há um “saber em fé” que é o “conhecimento” da justificação já realizada.

É esse “conhecimento em fé” é aquilo que nos mergulha no descanso que declara: “o castigo que nos trás a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras nós fomos sarados”.

Para mim já está pago!

Não aceito nem mesmo os débitos que minha carne me apresenta para que eu os pague. Olho, constato, e declaro: “Todo escrito de dívidas foi encravado na Cruz”.

Eu não creio em mim, mas Deus sabe que eu creio na pregação!


Nele, que Resolveu para sempre,


Caio