sábado, 26 de setembro de 2009

MAIS UMA VEZ, SOBRE A ORAÇÃO

O que é a oração? Em seu nível mais simples, orar é se comunicar, estabelecer um vínculo com uma divindade, uma vez que os fiéis de todas as religiões existentes no mundo oram.

A oração pode ser individual ou coletiva. Pode ser feita por uma pessoa, em seu quarto, com a porta trancada, como recomendava Jesus; ou pode ser feita em uma comunidade de fé.

A oração pode adquirir várias formas: louvor e adoração a Deus (ou às divindades), súplica ou petição, quando apresentamos a Deus uma de nossas necessidades e rogamos para que seja atendida, ou ainda, pode ser em forma de um lamento, expressando nossa angústia, como a oração da mãe de Samuel, retratada no primeiro livro do profeta.

A oração no Novo Testamento

No relato neotestamentário, temos várias recomendações de Jesus quanto à oração. Os comentários que seguem são sobre os textos mais explícitos sobre o tema, que permeiam todos os evangelhos, de ponta a ponta.

Em Mateus, na porção identificada com o Sermão da Montanha, no capítulo VI, versículos 5 a 15, Jesus recomenda a oração privativa, em oposição à oração pública, mas permeada de hipocrisia. Alem disso, Jesus recomenda a confiança em Deus, "porque o seu Pai sabe do que precisam, antes mesmo de o pedirem".

Em seguida, ele apresenta uma versão da Oração do Pai-Nosso.

No Evangelho de Lucas, o ensino de Jesus sobre a oração está registrado no capítulo XI, versículos 1 ao 13. Neste trecho, além de sermos apresentados a uma versão simplificada do Pai-Nosso (é preciso lembrar-se que os evangelhos foram escritos em um período histórico posterior à vida de Jesus e, portanto, são transcrições da tradição oral cristã da igreja primitiva), temos os incríveis versículos 9 e 10: "Por isso lhes digo: peçam e lhes será dado; busquem e encontrarão; batam, e aporta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra, e àquele que bate, a porta será aberta"

Em João, no capítulo 17, temos o registro de uma oração de Jesus, que, entretanto, pode ser dividida  em duas seções: a primeira, por si mesmo; (versículos 1 ao 5) a segunda, por seus discípulos (versículos 6 ao 26).


1   Depois de dizer essas coisas, Jesus olhou para o céu e disse: - Pai, chegou a hora. Revela a natureza divina do teu Filho a fim de que ele revele a tua natureza gloriosa.
2   Pois tens dado ao Filho autoridade sobre todos os seres humanos para que ele dê a vida eterna a todos os que lhe deste.
3   E a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, que és o único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo.
4   Eu revelei no mundo a tua natureza gloriosa, terminando assim o trabalho que me deste para fazer.
5   E agora, Pai, dá-me na tua presença a mesma grandeza divina que eu tinha contigo antes de o mundo existir.
6   - Eu mostrei quem tu és para aqueles que tiraste do mundo e me deste. Eles eram teus, e tu os deste para mim. Eles têm obedecido à tua mensagem
7   e agora sabem que tudo o que me tens dado vem de ti.
8   Pois eu lhes entreguei a mensagem que tu me deste, e eles a receberam, e ficaram sabendo que é verdade que eu vim de ti, e creram que tu me enviaste.
9   - Eu peço em favor deles. Não peço em favor do mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus.
10   Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu; e a minha natureza divina se revela por meio daqueles que me deste.
11   Agora estou indo para perto de ti. Eles continuam no mundo, mas eu não estou mais no mundo. Pai santo, pelo poder do teu nome, o nome que me deste, guarda-os para que sejam um, assim como tu e eu somos um.
12   Quando estava com eles no mundo, eu os guardava pelo poder do teu nome, o mesmo nome que me deste. Tomei conta deles; e nenhum se perdeu, a não ser aquele que já ia se perder para que se cumprisse o que as Escrituras Sagradas dizem.
13   E agora estou indo para perto de ti. Mas digo isso enquanto estou no mundo para que o coração deles fique cheio da minha alegria.
14   Eu lhes dei a tua mensagem, mas o mundo ficou com ódio deles porque eles não são do mundo, como eu também não sou.
15   Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno.
16   Assim como eu não sou do mundo, eles também não são.
17   Que eles sejam teus por meio da verdade; a tua mensagem é a verdade.
18   Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei.
19   Em favor deles eu me entrego completamente a ti. Faço isso para que, de fato, eles também sejam completamente teus.
20   - Não peço somente por eles, mas também em favor das pessoas que vão crer em mim por meio da mensagem deles.
21   E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste.
22   A natureza divina que tu me deste eu reparti com eles a fim de que possam ser um, assim como tu e eu somos um.
23   Eu estou unido com eles, e tu estás unido comigo, para que eles sejam completamente unidos, a fim de que o mundo saiba que me enviaste e que amas os meus seguidores como também me amas.
24   - Pai, quero que, onde eu estiver, aqueles que me deste estejam comigo a fim de que vejam a minha natureza divina, que tu me deste; pois me amaste antes da criação do mundo.
25   Pai justo, o mundo não te conhece, mas eu te conheço; e aqueles que me deste sabem que tu me enviaste.
26   Eu fiz com que eles te conheçam e continuarei a fazer isso para que o amor que tens por mim esteja neles e para que eu também esteja unido com eles.

A oração na prática cotidiana


Se restringirmos a observação acerca da prática da oração ao que é observado nas igrejas evangélicas brasileiras hoje, podemos afirmar que essas comunidades de fé tornaram-se algo como um imenso balcão de negócios que, de alguma forma, tenta operar entre o Céu e a Terra.



De um lado, temos os fiéis, pessoas comuns, na maior parte do tempo afligidas por algum tipo de dificuldade da vida, seja ela no campo financeiro, no campo emocional ou atingidos em sua saúde física. Do outro lado do balcão, temos os pastores, "bispos" e "apóstolos", negociando a concessão da benção divina à essas pessoas. 


E este é justamente o problema acerca da prática da oração: nós a vemos como uma força que pode mover o braço de Deus que, se seguirmos o princípio lógico, antes de nossa oração, ou da "oração forte" dos "314 pastores" ou do número de pastores determinado por cada igreja, estava, no mínimo, indeciso sobre nos oferecer a resposta positiva à nossa súplica.

A questão é: se entedemos a oração como uma força que move um Deus antes indisposto, temos, necessariamente, de jogar fora o conceito da Graça, conceito sem o qual, é impossível, por exemplo, entender todos os escritos do apóstolo Paulo.


A noção de que é possível convencer Deus, por meio de orações, acerca da justiça de nossas pequenas e, muitas vezes, egoístas petições individuais, contraria todo o Novo Testamento e, ainda mais grave, vai contra o próprio ensino de Jesus acerca da oração e da natureza de Deus. 

E isso é grave porque essa contradição é vivida diariamente por pessoas que se julgam e se afirmam como cristãs, mas estão afastadas do Evangelho (aqui, a palavra "Evangelho" pode ser lida como um sinônimo para o ensino de Jesus).


O resultado prático dessa contradição, que é a maciça migração de fiéis entre as igrejas e  o aumento de pessoas decepcionadas com a religião e com Deus,  fruto da irresponsabilidade de muitos líderes religiosos, e, infelizmente, de sua ganância, uma vez que a concessão da benção é sustentada pelo binômio oração-dízimo/contribuição financeira, já vem sendo sentido pelas igrejas evangélicas brasileiras há alguns anos e, provavelmente, tenderá a aumentar no futuro.  

A chave para entender essa contradição é a noção de que nem todas as orações são respondidas da forma como desejamos, e que isso não depende da fé do indivíduo ou dos atos de bondade e caridade que uma pessoa possa vir a fazer. 

Nesse caso, o que sobra? Se nem todas as orações são respondidas favoravelmente e se meus atos não determinam a resposta às minhas petições apresentadas a Deus, qual deve ser a esperança da pessoa que crê?


Acredito que a resposta, no caso dos cristãos, deva ser a confiança e o compromisso com o ensino do Evangelho. 


Paz e Bem!


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SOBRE FÁBULAS: A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

Tenho escrito muito neste blog sobre o poder das fábulas, que vem, aos poucos, tornando-se um dos meus gêneros literários - e cinematográficos - prediletos.

Bom, as fábulas têm a seu favor o fato de serem atemporais. Normalmente, elas nem precisam se definir como parte de um período histórico, porque, em sua essência, os fatos narrados por elas poderiam acontecer a qualquer momento, em qualquer lugar.

Isso torna as fábulas extremamente atraentes aos leitores, uma vez que, em geral, não é necessário nenhum tipo de preparo anterior ou informação prévia para poder apreciar o seu conteúdo. Elas não necessitam de nenhum tipo de contextualização.

Um exemplo de fábula escrita no século passado é o livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell.



Escrito em 1945, A Revolução dos Bichos narra a vida em uma fazenda da Inglaterra, na qual, após muitos abusos do proprietário, os animais tomam o poder depois de uma revolução, inspirados pelo "Animalismo", doutrina que prega a absoluta igualdade entre todos os animais, professada por um porco chamado Old Major, o Velho Major, que falece antes da tomada do poder.

Depois da revolução, os animais esforçam-se para criar um novo modelo de sociedade na fazenda, mas, após algum tempo, os porcos do lugar, liderados por Napoleão, tomam as rédeas e começam a decidir todas as questões, contrariando os princípios do "Animalismo", chegando inclusive a matar pretensos traidores à causa por eles abandonada.

A Revolução dos Bichos é uma fábula política, que pode ser lida a partir dos acontecimentos - e desvios - do processo revolucionário que criou a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), cuja experiência histórica, iniciada em 1917, terminou em 1991.

Nesta leitura, podemos identificar o cruel Napoleão com o secretário-geral Joseph Stálin, e outros personagens do livro podem ser relacionados à figuras históricas.

Mas, se tirarmos esse contexto, podemos entender A Revolução dos Bichos como um fábula do uso e, principalmente, do abuso do poder político, carregada de um profundo ensinamento moral, ou seja, o de que o poder corrompe.

E é essa perspectiva que pode tornar as fábulas contos imortais.

Paz e Bem!

SOBRE O PEREGRINO

Hoje, depois de muuuuuita enrolação, comecei a ler a novela O Peregrino, de John Bunyan.




O Peregrino é uma fábula cristã sobre a peregrinação espiritual do homem, de todos os homens. A novela foi escrita na Inglaterra, segunda metade do século XVII, e desfila muitas das idéias político-religiosas dos puritanos ingleses., grupo do qual fazia parte seu autor.

Uma contextualização necessária: em 1640, após uma guerra civil entre o Rei Charles I e o Parlamento, da qual os parlamentaristas saíram vitoriosos e o rei, executado, a Inglaterra foi governada pelo puritano Lorde Protetor Oliver Cromwell e seu regime foi chamado de Protetorado.


Foi durante o Protetorado que foi criada a Commonwealth britânica, ou a comunidade britânica, e a Inglaterra preparou-se para se transformar na potência da aurora capitalista, principalmente por meio do comércio marítimo.

Bunyan escreveu sua fábula no período histórico posterior, ou seja, o da restauração monárquica, quando Charles II, filho do decapitado Charles I, subiu ao trono, e deu início à revanche contra os puritanos.

Logo, o autor de O Peregrino foi encarcerado e, por se recusar a abdicar de suas convicições religiosas, foi mantido preso durante 12 anos, período no qual escreveu o livro, que foi publicado em 1676.

Bom, como disse no início dessa postagem, comecei a ler o livro hoje. E estou no oitavo capítulo, o que significa que é cedo para fazer comentários, mas um ponto me chamou a atenção: durante sua caminhada rumo à cidade celestial, o herói do livro, Cristão (ou Cristiano, em algumas traduções) enfrenta várias adversidades, ao mesmo tempo em que se encontra com muitas pessoas.

O interessante são os nomes escolhidos por Bunyan para esses personagens: vemos, por exemplo, o Obstinado ou o Flexível, assim como o Hipócrita e o Sábio-Segundo-o-Mundo, ou seja, na verdade, somos apresentados a estados de espírito que o próprio Bunyan teve de enfrentar no seu processo de conversão, que pode ser muito doloroso.

Mas a leitura continua.

Paz e Bem! 

PROJETO DE MESTRADO - DIVAGANDO

No ano que vem, pretendo cursar o Mestrado em Ciências da Religião, na PUC de São Paulo. No momento, estou trabalhando em um projeto de pesquisa.

Minha  proposta inicial é estudar a diferença entre o que chamo "Teologia da Graça" e a Teologia da Prosperidade na prática das igrejas evangélicas brasileiras.

Neste caso, a ênfase principal da pesquisa tem um viés antropológico, uma vez que é necessário estudar a prática cotiodina dessas igrejas: no momento, prefiro estudar cultos e reuniões privadas (as chamadas células ou iniciativas das igrejas).

E porque antropólogico? Por que a Antropologia oferece uma série de instrumentos para realizar esse tipo de pesquisa, seja através de diários, pesquisas de campo e outros meios.

Além disso, é necessário definir explicitamente as duas teologias e, para tanto, uma aproximação histórica (feita, inclusive, por meio de levantamento bibliográfico) é necessária.

Mas vamos andando.

Paz e Bem!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O LUTADOR


Ontem à noite, assisti ao filme "O Lutador". Dirigido por Darren Aronofsk, de "Requiém para um sonho", na época de seu lançamento, no ano passado, o filme foi considerado a "resurreição cinematográfica" do ator Mickey Rourke, famoso nos anos 80 por obras como "Coração Satânico" e "9 1/2 semanas de amor".


O filme narra a vida atual de Randy "The Ram" (O Carneiro, em inglês), famoso lutador de luta livre nos anos 80, que hoje vive de bicos em um supermercado e de combates no circuito da luta livre. Ao mesmo tempo em que tenta sobreviver, o Carneiro ainda tenta voltar ao topo no esporte.

O que me chamou a atenção no filme foi a completa inadequação vivida pela personagem principal em relação ao mundo de hoje, ao qual ele simplesmente não consegue se adaptar.

Além disso, depois de um ataque cardíaco, que o impediria de continuar lutando, Randy passa a tentar se aproximar de sua filha, com quem não tem muito contato, e fracassa. Mais tarde, fracassa também no emprego no supermercado.

Bom, então, o filme é a história de um fracassado?, perguntaria você, leitor. Não. É uma história sobre tentativas, uma história sobre a batalha que é viver o dia a dia, independente de nossas vitórias ou de nossos fracassos. 

Afinal, é mais fácil para uns do que para outros, certo?

Paz e Bem!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

CEGUEIRA E INFERTILIDADE: FÁBULAS SOBRE O SOFRIMENTO E A REDENÇÃO

Neste final de semana, assisti novamente ao filme "Ensaio sobre a cegueira", dirigido por Fernando Meirelles, com base em um romance do escritor português José Saramago. O filme narra o caos que segue o mundo após a eclosão de uma epidemia de cegueira que atinge a população, com exceção de uma única mulher.

Ensaio sobre a cegueira é uma fábula, que mostra a facilidade com que nossos valores sociais são abandonados quando as regras do jogo mudam. No filme, vemos um grupo de vítimas da epidemia confinados pelo governo em um asilo, que passam a roubar um dos outros e a abusar um dos outros de formas cada vez mais terríveis, até o desfecho da epidemia.

A fábula do fim do mundo no cinema

No cinema é bastante constante o uso de fábulas nesse sentido, o de mostrar a fragilidade de nossa sociedade e o uso de vários métodos para tentar manter a sociedade em funcionamento, tendo como principal recurso o uso da violência, seja ela física ou não.


Temos como exemplo de filmes dessa linha obras como "Filhos da Esperança", onde uma crise de infertilidade - no filme, passam-se 18 anos sem que o nascimento de nenhuma criança, em parte alguma do planeta, seja registrado - leva a sociedade à beira do colapso.


O ponto central desses filmes - seja a cegueira inexplicável ou a infertilidade - é simples: um ato que não pode ser explicado põe todos os valores tradicionais em cheque, o que leva a sociedade a tentar se defender, para se preservar dessa agressão inesperada.

E o principal recurso para proteger a sociedade, como não poderia deixar de ser, uma vez que estamos pensando em governos, cuja principal finalidade é preservarem-se e perpetuarem-se, é a criação de leis e restrições, mantidas pelo uso da violência do Estado, sem levar em conta se essas leis e restrições são absurdas ou não.

Sofrimento e Redenção

No caso de Ensaio sobre a cegueira e Filhos da Esperança, as catástrofes que acontecem não podem ser explicadas e têm curta duração. No primeiro caso, alguns meses; no segundo, 18 anos. Depois disso, apesar de não sermos informados a respeito nos filmes, a normalidade é restabelecida e o desfecho inspira esperança.



Em grande parte, isso reflete o nosso entendimento sobre a questão do sofrimento. A dor, seja ela individual ou social, tem uma espécie de efeito reparador e, justamente por isso, acredita-se que ela deva ter um fim, do contrário, caso o sofrimento fosse eterno, ele perderia completamente o seu sentido e tornaria-se absurdo.

Neste caso, obviamente, emprestamos ao sofrimento um certo grau de propósito ou de finalidade, o que nos leva a refletir sobre a causa do sofrimento.

Se o sofrimento possui uma causa e tem uma certa duração, presume-se um autor para esses males. No caso dos filmes citados, uma vez que ambas as condições, a da cegueira e a da infertilidade, simplesmente não podem ser explicadas pela ciência e, portanto, permanecem sem cura, mas que, num dado momento, simplesmente deixam de existir, acredito que possamos explicar esses fenômenos como "atos de Deus".

Se levarmos em conta o nosso contexto religioso cristão -  no qual esses filmes estão inseridos, apesar de, no caso de Ensaio sobre a cegueira, o autor do romance em que é baseada a película, José Saramago, tratar-se de um ateu notório por suas declarações anti-religiosas - ou judaico-cristão, como preferem os especialistas no assunto, veremos que existe um histórico de relatos sobre os "atos de Deus" e, até mesmo, sobre sua funcionalidade.

O Livro de Jó: o sofrimento e sua finalidade

Na Bíblia, a melhor e mais completa análise sobre a questão do sofrimento é o Livro de Jó que, acreditam os estudiosos, trata-se provavelmente do primeiro texto bíblico escrito, ou seja, o relato mais antigo contido no livro.

O Livro de Jó é a narração do processo de destruição da vida do patriarca Jó a partir de uma série de desastres causados por interferência maligna. No livro, Deus permite a Satanás que ataque a Jó, considerado um homem íntegro e temente a Deus.

Após a permissão divina, Satanás toma todas as posses de Jó, que era um homem rico; depois, toma a vida de seus familiares, com execeção da esposa do patriarca. Em seguida, uma vez que, apesar das calamidades, Jó permanece fiel a Deus, o Diabo obtém permissão para "ferir Jó em sua carne", e ataca o homem com feridas na pele.

Mas, mais do que simplesmente narrar as desgraças de Jó, o livro também demonstra sua fúria contra o criador, relatada nos diálogos que o patriarca trava com uma série de "amigos" que o visitam em sua dor. Em geral, a linha de argumentação dos "amigos" de Jó é a seguinte: o patriarca deve ter algum tipo de pecado secreto, do contrário, Deus jamais o castigaria com tanta violência.


Nossa concepção sobre o sofrimento é simples: ele tem uma causa e nós o merecemos, até certo ponto. E isso é justificado psicologicamente pela nossa idéia de um Deus de vingança, que pune a injustiça e esmaga o herege, o ímpio e o injusto.

O problema é que a nossa concepção de um Deus poderoso e vingador não se encaixa muito bem com a descrição de Deus fornecida pelo relato bíblico, principalmente se levarmos em consideração a exposição do Novo Testamento.

Ao longo de toda a Bílbia, somos apresentados a um Deus de perdão e reconcilliação, profundamente ap,aixonado pela humanidade, mesmo quando esta humanidade o abandona. Um bom exemplo disso são os relatos das falas de Deus à nação de Israel, quando esta o tinha trocasdo por outros deuses, contidas no livro de Jeremias, por exemplo.


No Novo Testamento, somos apresentados a um Deus que se fez carne e que, portanto, entende a condição humana, uma vez que Ele mesmo a viveu com uma pessoa normal.


Voltando aos filmes

Nos filmes citados no início desta postagem (que ficou longa demais, eu admito), o que chamamos aqui como "atos de Deus" - que trata-se de uma interpretação possível, mas nada além disso - têm como função expurgar pecados sociais e isso acontece por meio de pragas: uma praga de cegueira e uma praga de infertilidade, enfermidades que foram citadas no contexto bíblico.

Ao final dos filmes, quando as pragas são eliminadas e a normalidade é restabelecida, podemos compreender a reiteração de que a punição, seja ela divina ou não, mesmo que inclemente e apocalíptica, tem um fim e, portanto, cumpre a um propósito, ou seja, não é desprovida de sentido.


Paz e Bem!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CRÔNICA DE UM OUTRO ENCONTRO

Na noite de ontem, depois de algumas semanas  de ausência - quatro, para ser exato - passei algumas horas com amigos no Caminho da Graça aqui de São Paulo. 
Mas esta foi uma noite especial, pois pude conhecer pessoalmente um amigo que só conhecia via internet e contatos orkutianos.
Há alguns meses, talvez um ano, para minha surpresa, recebi via orkut uma mensagem de um tal Eduardo, de Florianópolis, que tinha descoberto que eu havia escrito uma monografia sobre a Igreja Evangélica Bola de Neve quando me graduei em Ciências Sociais, em 2004. O Eduardo queria que eu lhe enviasse o texto, pois também pretendia escrever a respeito.
Com alguma demora e alguma ajuda, mandei o material para ele. E depois, perdemos contato.
Ontem, qual não foi minha surpresa em descobrir que o Eduardo estava no Caminho da Graça!  Aqui em São Paulo! Conversamos bastante, tomamos café juntos e combinamos algumas coisas.
É nessas horas que você vê como algumas coisas acontecem de um jeito estranho. Mas, como os leitores já sabem, descarto idéias como coincidências ou acaso. 
Prefiro crer em uma mão bondosa governando o universo de Deus.
Paz e Bem!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

NA CIDADE MARAVILHOSA III - VISÃO MUNDIAL

A ONG Visão Mundial atua no Rio de Janeiro em 11 comunidades diferentes. Em termos gerais, a proposta da organização é promover a transformação e o desenvolvimento das comunidades locais, por meio da implementação de projetos variados, que atuem em áreas como Educação, Saúde e Cultura. Como se trata de uma organização cristã, a Visão Mundial também atua em um outro setor: o compromisso cristão.
Por desenvolvimento da comunidade, entende-se a superação da situação de pobreza a que estão sujeitas essas pessoas.
Por transformação, entende-se a criação de uma nova mentalidade, superando a antiga visão assistencialista dos serviços prestados pelas ONGs.
Na viagem, conheci o trabalho em Lins de Vasconcelos. Lá, a Visão Mundial, em conjunto com um grupo de ONGS, pastorais católicas e outros grupos, atendem um total de 3.100 crianças em situação de risco.
Segundo as pessoas com quem conversei, existe uma grande dificuldade na superação da antiga visão do trabalho das ONGs que, antes, era basicamente de cunho assistencialista, ou seja, atendia-se uma necessidade da população, seja por alimentos ou remédios, por exemplo. 
Hoje, para muitas pessoas atendidas por ONGs, essa ainda é a visão geral.
Nos últimos anos, tem havido um movimento em sentido contrário: as ONGs, até mesmo por uma questão logística, passaram a tentar apoiar iniciativas locais que promovessem o desenvolvimento da comunidade, tanto nas esferas econômica como social.
Ou seja, o atendimento assistencial ainda é feito, mas em casos de emergência. O foco agora é ajudar essas pessoas a, eventualmente, tornarem-se independentes de ONGs ou de políticos. 
Esse tem sido um trabalho difícil, principalmente no que diz respeito a garantir a continuidade da participação dessas pessoas nos projetos, uma vez que elas não percebem retornos imediatos ao seu engajamento.
Paz e Bem!  

NA CIDADE MARAVILHOSA II - COMUNIDADES

No Rio de Janeiro, existem atualmente 1 mil favelas. E muitas favelas ocupam espaços próximos, principalmente nos morros da cidade.
A Favela da Maré, por exemplo, é na verdade um complexo de 18 favelas agrupadas, com uma população de 200 mil habitantes. A Maré é localizada na região portuária da cidade, entre a Linha Vermelha, uma das principais vias de trânsito do Rio de Janeiro e o Aeroporto do Galeão.
As favelas, ou comunidades, como são chamadas pelos habitantes, estão em todos os locais do Rio de Janeiro.
Durante a minha viagem ao Rio, conheci um pouco da comunidade de Lins de Vasconcelos, que abriga um complexo formado por 12 favelas. 
No Lins, apenas metade da favela é acessível a veículos. O resto do caminho deve ser feito à pé. E é aí que é necessário solicitar permissão para fazer a visita. 
Pelo que pude ver, a maior parte das construções nas comunidades são bastante antigas e eles contam com serviços públicos básicos, como água e eletricidade, apesar da permanência de ligações clandestinas de pontos de luz. 
A questão que se coloca é: como foi possível essas comunidades se instalarem nesses locais e se desenvolverem? Segundo as pessoas com quem conversei, no Rio, durante anos, não existia uma política pública de habitação popular, o que gerou a criação de favelas, habitadas pela população migrante, principalmente por pessoas vindas do Norte e do Nordeste do Brasil.
Outra questão importanjte diz respeito à política local: como as favelas do Rio são densamente povoadas, isso significa a conquista de votos de vários eleitores. Se um vereador, ou prefeito, obtiver os votos totais da Maré, por exemplo, ele consegue uma vitória eleitoral.
Desta forma, o que muitas vezes acontece é que a situação da favela é mantida, com algumas benfeitorias por parte de políticos locais, que tentam amealhar votos. Isso torna a situação permanente.
Paz e Bem!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

NA CIDADE MARAVILHOSA - PANORÂMICA

O Rio de Janeiro é realmente uma das cidades mais lindas do mundo. Tive a sorte de ganhar uma viagem para lá nos últimos dias, a convite da Organização Não-Governamental (ONG) Visão Mundial. 
Nesta viagem, acompanhei um grupo de sul-africanos que esteve no Brasil - na verdade, agora, no momento em que escrevo, eles estão em São Paulo - para conhecer os projetos de intervenção urbana da organização. Eles também são funcionários da Visão Mundial. 
A minha função na viagem era servir de intérprete ao grupo, uma vez que eles não falam uma palavra de português.
A África do Sul é um país que está atravessando um grande processo de urbanização, ou seja, sua estrutura está deixando de ser rural para se tornar urbana - atualmente, 60% da população do país vive em cidades. E esse processo vem se incrementando principalmente depois do fim do sistema de Apartheid (separação total entre a população branca e a população negra, sendo que todo o poder político era exercido pelos brancos), em 1994.
Com esse processo de urbanização, a Visão Mundial na África do Sul precisa adquirir know-how para a realização de projetos em áreas urbanas, uma vez que sua experiência de trabalho é basicamente em relação à população que vivem na zona rural.
Assim, uma vez que a estrutura economica do Brasil e a da África do Sul são semelhantes - marcadas por pobreza e brutal concentração de riqueza - o grupo acredita que o nosso país - e a intervenção da Visão Mundial aqui - podem dar dicas de como reorganizar o trabalho em seu país.
Durante a permanência no Rio de Janeiro, conhecemos o trabalho de outras ONGs, assim como o da própria Visão Mundial lá. 
Voltaremos a isso em outras postagens.
Paz e Bem!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

VIAGEM

Nos próximos dias, não serão feitas atualizações no blog. Retorno as anotações após voltar do Rio de Janeiro.

Paz e Bem!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MEU MAIOR DESAFIO

Hoje, meu maior desafio é conhecer a Deus em mim.

Essa certeza decorre da minha opção por um novo tipo de vida, adotada há alguns meses, e sobre a qual já escrevi alguns textos aqui neste blog e no falecido Muyraquitã
E a questão que se coloca é: como diferenciar meus pensamentos e desejos da vontade de Deus que, em essência, é exterior a mim? 
O princípio de que sou imagem e semelhança do Criador não ajuda muito nessas horas. No final, muitas vezes, estou limitado a uma escolha entre o certo e o errado, mas, com base no que sei sobre Antropologia, seiique a noção de certo e errado muda muito de um lugar para outro, assim como de um tempo para outro.
Mais uma vez: quero conhecer a Deus, em mim, e vejo que este conhecimento, se possível, hoje está cada vez mais distante e difuso.
No domingo passado, o pastor disse que a essência do Evangelho pode ser resumida em três palavras, três comandos básicos: amar, perdoar e servir. 
E essas ações só podem ser feitas em relação a uma outra pessoa. Só posso amar, se amo alguém. Só posso perdoar a outra pessoa e devo servir aos outros. 
O foco dessa ação, na verdade, dessas ações, deve ser sempre uma outra pessoa, ou grupos de pessoas, e nunca a mim mesmo. 
E essa entrega, essa desistência, essa abandono de mim mesmo, talvez seja a única forma concreta de conhecer a Deus em mim. Ou seja, a partir da minha atitude para com outra pessoa. 
Paz e Bem!

REFERÊNCIA

O texto que segue esta postagem foi escrito pelo pastor Caio Fábio e retirado de seu website. O endereço é http://www.caiofabio.com.br

QUANDO A FONTE DA ÁGUA VIVA SE CONVERTE EM POÇO DE JACÓ

Evangelho de João, capítulo 4
Uma mulher com sede de amor ouviu dos lábios livres de Jesus que a sede que a fazia buscar dessedentar-se em amores sucessivos, indo de peito de homem em peito de homem, casando-se e descasando-se, nada mais era que sede de Deus.
Jesus disse também a ela que Ele tinha a água espiritual que mitigaria sua sede para sempre.
A mulher creu. E em perplexidade correu à cidade de Siquem da Samaria e contou “aos homens”—os quais ela bem conhecia—, tudo o que Jesus dissera sobre ela. E lhes perguntou: “Seria esse o salvador do mundo?”
Os homens da cidade foram ouvir a Jesus. E já chegaram ‘como quem crê’; pois, a perplexidade da mulher lhes fizera crer que algo genuíno e diferente havia sido percebido por ela num homem; e não era de natureza sexual a satisfação que eles na mulher discerniam.
Depois de ouvirem Jesus lhes falar pessoalmente, disseram à mulher: “Já agora não é pelo que disseste que cremos, mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo”.
Ora, esse milagre da percepção aconteceu porque eles convidaram a Jesus para estar com eles.
Jesus ficou dois dias entre eles.
Para eles foram dois dias ouvindo a Palavra da Palavra.
Palavra encarnada.
Palavra humanizadamente divina e divinamente humana.
Palavra limpa, feita também de gestos.
Palavra pura, sem disfarce.
Palavra doce e cortante.
Palavra des-nudadora e penetrante.
Palavra das Boas Novas da Água da Vida!
Dois dias...
Dois dias sendo iluminados pela Palavra que sai da boca de Deus em Cristo.
Dois dias... e tudo mudou em suas existências.
Dois dias... e eles dizem “já agora não é pelo que disseste a nós, mas porque nós mesmos ouvimos e sabemos...”
Dois dias... e eles discernem por revelação que Aquele era o salvador do mundo.
Dois dias... e eles dizem “já não é mais pelo que disseste, mas por que nós ouvimos e sabemos...”.
E isto simplesmente mostra que eles haviam passado do estado de pessoas impressionadas para o de pessoas conscientes na fé.
Dois dias... e eles já podiam andar com as próprias pernas.
Dois dias... e eles já podiam seguir o caminho tendo ouvido e discernido “por si mesmos” que Jesus era Aquele.
Vejo isto e me assusto!
Assusto-me porque o que vejo a minha volta é muito diferente.
Isto porque conheço muito pouca gente que “já agora” crê não “por causa” da existência de um alguém especial na fé, mas porque eles mesmos têm “ouvido e sabido” que Jesus é Aquele.
Sendo, portanto, o Tudo que tais pessoas esperavam para si mesmas.
Assusto-me porque vejo que a maioria depende da fé de outros.
Precisam do “testemunho” de outrem para o resto de suas existências; do contrário, perdem a fé.
O que vejo são pessoas que não conhecem jamais a Deus para si mesmas e por si mesmas, mas dependem fundamentalmente da experiência de outros a fim de caminharem daqui para ali na existência, sendo que jamais chegam a conhecer a Deus nesta vida... embora sejam “crentes”.
O que vejo são pessoas eternamente dependentes de testemunhos, e que jamais são elas próprias o testemunho.
O que vejo são pessoas que só sabem de Deus por informação de terceiros, e que “crêem”, mas não conhecem para si mesmas aquilo no que confessam crer; pois, quem de fato conhece a Deus para si mesmo, e, por si mesmo, esse ouviu a Palavra diretamente da boca de Deus.
O que vejo é a ‘samaritana’ se tornar garota propaganda de Jesus, e, depois de uns poucos anos já estar pedrada em sem Água da Vida, apesar de ter dado o seu testemunho em muitos jantares, e com muito boa comida.
O que vejo são os ‘homens de Samaria’ ficando na cidade, não saindo para encontrar Jesus, e, ao invés disso, contratando a ‘samaritana’ para lhes dar testemunho; testemunho esse que se corromperá em muito pouco tempo.
O que vejo é a ‘samaritana’ logo voltando a ter sede, só que agora ela não tem mais nem mesmo a liberdade para ser ela própria, posto que já não dorme com os ‘homens da cidade’, mas é contratada deles; e por essa razão tem que ter sede em silencio. A ‘samaritana” prostitui-se no espírito e vendeu a alma, embora cubra o corpo de falso pudor.
O que vejo é a ‘samaritana’ procurando a Jesus apenas para ter o que reproduzir aos ‘homens da cidade’ no sermão do domingo seguinte.
Sim, o que vejo é a Fonte de Água viva ser trocada pelas artificialidades do poço de Jacó; e vejo a ‘samaritana’ vendendo acesso ao lugar da “experiência com Jesus”.
Vejo o poço de Jacó virar “igreja”, templo da saudade, memorial ao que se soube, e já não se sabe mais; e, por fim, vejo-o tornar-se apenas um grande negócio de ludíbrio e engano, no qual Jesus nem água quer beber, posto que tal água não é fria nem quente; por isso acerca da água de tal “poço” Ele diz: “Porque não és nem frio nem quente, mas morno; estou a ponto de vomitar-te da minha boca”.
Pense nisso!
Caio

ALTERAÇÕES

Fiz pequenas alterações no blog, com o objetivo de torná-lo mais enxuto e mais fácil de ler. Espero que fique melhor para eventuais leitores, mesmo que silenciosos e misteriosos.

Ah, a última postagem é uma colagem de um texto previamente publicado no falecido Muyraquitã.

Paz e Bem!

O CAMINHO

Há cerca de um ano, frequento uma pequena comunidade cristã que se reúne semanalmente na Vila Mariana, onde resido. Os encontros, que acontecem sempre no início das noites de domingo, em um salão alugado de um clube japonês, reúnem cerca de sessenta pessoas.
Nosso pastor é um homem que vem se tornando aos poucos um grande amigo meu. Serei eternamente grato por sua voz amiga e seu companheirismo, em momentos bastante difíceis pelos quais tive de passar há algum tempo.
Mas a maior qualidade do pastor, sem dúvida, é sua capacidade de expor a Bíblia como algo que você ou eu jamais tinham visto antes. E, por favor, tenha em mente o quanto todo o texto bíblico, suas histórias, seus símbolos e personagens (se quisermos usar uma linguagem literária) são expostos às pessoas dia a dia.
E esta tem sido a minha dupla batalha em relação ao texto bíblico: em primeiro lugar, tomar contato com ele como algo inteiramente novo a cada leitura e, por outro lado, focar meus olhos, minha mente e meu coração na pessoa de Jesus, o Cristo.
Na verdade, a leitura da Bíblia é uma experiência de fé que, por sua vez, está alicerçada na esperança. Sim, eu tenho fé. Mas ela é minúscula e ainda pequenininha.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

IDA À CIDADE MARAVILHOSA

No próximo final de semana, mais precisamente no feriado da Independência, vou finalmente conhecer o Rio de Janeiro!

Sim, leitor! E o mais legal de tudo: na faixa!

A verdade verdadeira é que ganhei um presentão surpresa nos últimos dias: fui convidado por uma ONG a atuar como intérprete em um evento que acontece no feriado no Rio de Janeiro.

E, é claro, aceitei o convite.

Por isso, lá vou eu para Copacabana, Cristo Redentor e Rocinha!

Enfim, uma visita à cidade maravilhosa.


Paz e Bem!

CAMINHO: UMA EXPLICAÇÃO

Frequentemente, escrevo neste blog expressões como "estar no caminho". E eu acho que este seria um bom momento para explicar isso. 
 
No meu caso, Caminho possui um sentido triplo. Não apenas um, nem dois, mas três.

O primeiro sentido diz respeito a um projeto de reconstrução. Digo reconstrução, e não termos mais suaves como "realinhamento", por exemplo, porque acho que é importante dizermos as palavras corretas, nos momentos certos. 

As palavras certas para as coisas como elas são! Esse é um dos meus compromissos: o de acabar com toda mentira e falsidade que por tanto tempo se aninharam em mim e destruíram milhares de coisas, mas só uma delas realmente importante.

O segundo sentido ao termo Caminho diz respeito à comunidade cristã que frequento na Vila Mariana. Sobre isso, já escrevi vários textos e basta ao leitor dar uma circulada pelo blog.

A terceira significação de Caminho diz respeito à coisa realmente importante, ou seja, minha opção de vida. 
 
Em breve, falaremos mais sobre isso.

Paz e Bem!

UMA CONTINUIDADE

E tenho saudades, imensas, dolorosas, de tudo o que ainda não vi ou experimentei.

Ou seja, tenho esperança, também. Sempre e sempre, a velha esperança.

Paz e Bem!

AI, SAUDADE!

Às vezes, me pego com saudades. É interessante. É um sentimento de nostalgia, uma tristeza de algo que fiz, de um momento que vivi. E escrevo...
Do que sinto suadades, caro leitor?
Se eu escrevesse aqui, a lista seria enorme, porque, felizmente, fiz e vivi várias coisas. Mesmo que não tenha feito e vivido todas as coisas que poderia, ou que gostaria.
Mas, amigo, ou amiga, ou leitor, ou leitora, mesmo que desconhecidos ou misteriosos, este é um recado para você: ainda há tempo, não é tarde demais.
Bem-vindo. Bem-vinda.
Paz e Bem!

SAÍDA

No sábado passado, deixei meu emprego novo em uma escola de idiomas. Ficou claro que não sou muito bom em dar aulas para este tipo de instituição de ensino.

Mas a gente vai aprendendo aos poucos, não?

Paz e Bem!

ADMITO...

.. QUE não fiquei satisfeito com a última postagem. Infelizmente, algumas coisas são mais difíceis que outras, principalmente no que tange à escrita.

NO CAMINHO, EM SANTOS: UM RELATO

Há pouco mais de um ano, frequento uma comunidade cristã evangélica, chamada Caminho da Graça. Prefiro usar a definição de comunidade, ao invés de "igreja", simplesmente porque esse grupo não funciona exatamente como uma igreja. 
Aqui, em São Paulo, este grupo é coordenado por Carlos Bregantim; ele é pastor e, mais do que isso, é um amigo meu. 
No domingo passado, Carlos pregou (apresentou uma exposição sobre a Bíblia, mais especificamente, sobre o Novo Testamento) em Santos, na comunidade do Caminho que existe lá. 
E, se você, leitor ou leitora misteriosos, me conhecem, sabem que nasci e cresci em Santos.
Decidi convidar meu pai para ir comigo ao Caminho de Santos e conhecer o Carlos. Achei que seria legal os dois se conhecerem, afinal, de formas diferentes, são pessoas importantes para a minha vida. 
E, para minha surpresa, meu pai aceitou o convite, sem problemas.
Imagino que deva ter sido difícil para ele ir até uma igreja evangélica e ter permanecido lá por mais de uma hora. 
Carlos pregou sobre o Evangelho de João, versículo 17. O tema principal foi a questão da crucificação de Jesus como culto a Deus, culto em obediência e entrega. E de como os nossos cultos, sejam privados ou públicos, não podem ser comparados a ele.
Como disse, deve ter sido difícil para meu pai ter permanecido lá, mas ele foi e ficou! Até o fim!Eu o levei lá porque queria que ele conhecesse o Carlos. Simples assim.
Este é um texto difícil, e nem sei bem a razão disso. Não tenho muito o que dizer, infelizmente. 
Eu e meu pai não somos próximos. Esta é a verdade. 
Entretanto, como já disse aqui nesse espaço, as coisas estão mudando. Umas, mas rápido, outras, mais lentamente. Mas, as coisas estão mudando.
Talvez isso mude também...
Paz e Bem!