quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

DO CONVERSA AFIADA

Transporte do Cerra. Duas horas e meia para chegar ao trabalho

Paulo Henrique Amorim



Beth saiu hoje de casa às 6H30 da manhã, em Pirituba.

Pegou um ônibus e saltou na Estação Vila Clarice, no Jaraguá.

E lá ficou.

Esperou.

Esperou.

Passaram sete trens e ela não conseguia entrar.

Nem ela nem ninguém na plataforma.

Sete trens e nada.

Beth se queixa do tamanho da composição: são só seis vagões.

E os vagões são apertados.

Quem for de mochila com a marmita dentro, sofre.

Enfim, ela conseguiu desembarcar na Estação da Barra Funda.

Pegou o metrô e chegou aqui em casa às 8H50.

Como não choveu em São Paulo esta manhã, o Padim Pade Cerra não pode botar a culpa em Deus.

Beth é uma trabalhadora baiana.

É assim que os tucanos, há 16 anos, tratam os trabalhadores de São Paulo.

Se fosse na Argentina, a Beth tinha quebrado a estação do trem.

E o Cerra estava exilado no Cairo.

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