quinta-feira, 29 de julho de 2010

A ESTRADA: OUTRAS IMPRESSÕES

Tenho essa mania de assistir a um mesmo filme várias vezes. De vez em quando, eu compro alguns filmes; outros, eu simplesmente consigo uma cópia. Ao longo dos anos, esse hábito me ajudou a forma uma razoável filmoteca, ou seja, uma coleção de filmes, que vão do Homem-Aranha à Gaviões e Passarinhos.

Ontem, mais uma vez, assiti ao filme A Estrada (The Road), que já foi tema de uma postagem anterior. Muito bem; nesse caso, porque se justifica um segundo texto a respeito?


Basicamente, porque, ontem, eu assisti ao filme acompanhado. E a companhia me ajudou a perceber algumas coisas que eu não tinha notado da primeira vez.

Uma segunda olhada em A Estrada, e o debate subsequente a respeito, enquanto eu e minha companheira íamos até a pizzaria, me mostraram que o filme - que trata basicamente da luta de um pai e seu filho para tentarem sobreviver em um futuro apocalíptico, no qual a civilização entrou em colapso depois de alguma espécie de evento natural - não é assim tão cinza. 

É claro que o filme tem momentos tristes. Afinal, os dois estão atravessando um mundo devastado, onde não há comida suficiente e o frio impera. 

Apesar disso, no fundo, no fundo, A Estrada mostra uma relação entre pai e filho daquelas que vemos apenas nos filmes antigos.  Aqui, a única razão para o pai continuar a viver em um mundo onde tudo perdeu o sentido é a de proteger o seu filho a todo custo. 


É fácil de notar que, em todos os momentos em que o pai encontra algum tipo de alimento pelo caminho - ou mesmo uma simples lata de Coca-Cola - sua primeira atitude é a de oferecer ao menino.

Atualmente, não estamos mais acostumados a ver esse tipo de relação entre pai e filho. Estamos mais habituados a ver famílias disfuncionais em filmes e na telvisão, porque esse tipo de família - onde as pessoas não se falam, ou, quando falam, apenas discutem - espelham melhor as relações familiares que vemos por aí. 

A arte imita a vida, certo? Certo, eu concordo. E acho muito bom que ela faça isso. Do contrário, veríamos apenas contos de fada. Ou filmes de horror abomináveis.
Por outro lado, é bom ser lembrado de como as coisas poderiam ser. E, quanto à relação familiar, A Estrada mostra um pouco de nostalgia, ou seja, saudade de algo que não se tem mais.

Paz e Bem!

Um comentário:

  1. Muito boa percepção sobre o filme. Assisti hj ao mesmo e devo considerar que tanto o filme como o presente texto vieram em um momento bem oportuno pra mim. Grato pela indicação deste blog. Abç a todos!

    www.dennisportell.blogspot.com
    (Manifetando-se!!!)

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