O filme Um Homem Bom (Good, no original inglês), de 2008, narra a trajetória do acadêmico John Halder que, de professor de literatura em uma universidade em Berlim, na década de 1930, passa a ser uma figura importante dentro do movimento nazista.
A ascensão de Halder acontece com a publicação de um romance de sua autoria, no qual ele defende o direito à eutanásia (a supressão da vida de pacientes com doenças crônicas e incuráveis). O livro, ou ainda, a proposta de Halder, é utilizada pelos nazistas como forma de defender sua própria política de "higiene racial", o que, anos mais tarde, a partir de 1942, precisamente, com a adoção da "Solução Final", levaria aos massacres de judeus, homossexuais e de minorias étnicas.
Após o reconhecimento do livro, Halder é convidado pela Chancelaria do Furher a escrever um ensaio defendendo a eutanásia.
No filme, o professor, inicialmente um opositor do nazismo, se bem que afastado de qualquer atividade política de oposição à Hitler, passa a colaborar com o regime, chegando a capitão da SS, órgão especial do regime, diretamente ligado aos massacres nos campos de concentração.
No processo, Halder falha em ajudar o seu melhor amigo, um psicanalista judeu, de escapar à perseguição. O psicólogo morre em um campo de concentração.
A principal questão abordada no filme diz respeito a como foi possível que um homem decente como Halder passasse a apoiar o regime nazista e, inclusive, a fornecer subsídios a suas políticas?
No caso do professor, a razão principal foi o acesso promovido pelo governo a ele, a partir de sua adesão ao regime. Halder é transformado em chefe do departamento da universidade em que leciona e recebe outras vantagens.
Em termos gerais, o filme é bastante parecido com o abordado no filme Mephisto, de 1981, obra-prima do cinema político dirigida por István Szabó.
Em termos gerais, o filme é bastante parecido com o abordado no filme Mephisto, de 1981, obra-prima do cinema político dirigida por István Szabó.
Em Mephisto, acompanhamos a história de um ator alemão, Klaus Hoefgen, originalmente de tendências socialistas, que passa a ser o principal ator do Terceiro Reich, com todas as implicações que o comprometimento com o regime nazista ocasionava.
Mas, como é possível julgar homens como Halder ou Hoefgen? Será que agiríamos diferente na sua situação?
O problema é que a vida é feita de escolhas e, muitas vezes, uma escolha leva a outra. E esse é o problema: não temos como voltar atrás e eliminar aquela primeira derrapada.
Paz e Bem!
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