domingo, 28 de novembro de 2010

DE A FOLHA DE S. PAULO

Polícia encontra corpo de jornalista de 29 anos sequestrada em SP

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A DAS (Divisão Anti-Sequestro) da Polícia Civil de São Paulo encontrou na tarde deste sábado o corpo da jornalista Luciana Barreto Montanhana, 29. A vítima foi sequestrada em 11 de novembro quando saía de uma academia de ginástica no shopping Eldorado (zona oeste de SP). O corpo da jornalista estava no km 44 da rodovia Anchieta. 
O principal acusado de sequestrar e matar a jornalista é, segundo a polícia, Rodrigo Domingues Medina, integrante da Tropa de Choque da PM paulista. 

Medina está internado no Hospital da Polícia Militar, na zona norte de São Paulo, desde o último 21. Ele foi baleado ao tentar resistir à prisão durante confronto com policiais civis da DAS.

No momento da tentativa de prisão, Medina estava em um orelhão na Vila Maria, também na zona norte, ligando para a família da jornalista e pedindo um resgate para libertá-la.

Segundo a polícia, hoje, uma semana após sua prisão, Medina confessou o crime. Disse ter matado a jornalista e jogado o corpo às margens da rodovia logo após o sequestro, e que, mesmo assim, resolveu exigir resgate.

Quatro policiais militares são acusados de sequestro e morte em SP

Documentos sigilosos da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo acusam quatro PMs da Força Tática de armar uma farsa, inclusive com a simulação do roubo de um carro, para tentar encobrir o sequestro e o assassinato do estudante Everton Torres Rodrigues, 21.
 
Na versão dos policiais, o rapaz morreu porque roubou um automóvel no dia 30, foi perseguido e atirou nos quatro PMs. Mas investigações da corregedoria apontam que Rodrigues foi preso pelos policiais militares em um ponto de ônibus na Freguesia do Ó (zona norte de São Paulo). O dono do carro roubado disse que foi vítima de dois ladrões em uma moto preta. Ele também não reconheceu Rodrigues.

Na investigação, a corregedoria descobriu que o soldado Adriano Santos tinha uma moto igual à usada pelos ladrões, que um dos PMs conheceu a vítima na adolescência, quando foi acusada por tráfico de drogas, e que a arma supostamente usada por Rodrigues não tinha feito "disparo recente". As roupas do rapaz também eram diferentes das dos dois assaltantes.
 
OUTRO LADO

Os PMs Jonas Paro Barreto, Adriano Roda dos Santos, Sandro Rodrigues de Souza e Fernando Félix, acusados pela Corregedoria da PM de sequestrar e simular uma perseguição com tiroteio para encobrir a morte de Everton foram procurados desde sexta-feira, mas não foram localizados pela reportagem.

O mesmo aconteceu com o advogado de defesa dos PMs. Procurado, ele não atendeu ao pedido de entrevista.

Em seus depoimentos à Corregedoria da PM, os quatro policiais sustentaram a versão de que Rodrigues foi, sim, morto em uma "resistência [à prisão] seguida de morte" porque roubou um carro, foi perseguido e atirou no carro da Força Tática.

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