A tentação neste momento é a de tentar escrever um texto em terceira pessoa. Falar "dele", falar "dela", é mais fácil e mais seguro.
E impessoal.
Um ou outro leitor saberia que eu estaria falando de mim mesmo, mas, ainda assim, eu estaria a salvo. Sempre haveria o benefício da dúvida.
"Não, não! É só ficção, é claro. Isso nunca aconteceu e nem vai acontecer...", eu diria.
Entretanto, por alguma razão, não tenho a mínima vontade de estar seguro.
Ainda tremo nas bases quando encontro a minha ex-namorada. O estômago dá voltas, a cabeça fica sem nenhuma idéia brilhante e meu rosto fica vermelho.
Eu simplesmente perco o chão perto dela, como sempre aconteceu, desde a primeira vez em que nos falamos, em um distante 18 de julho.
Ontem, atendendo a um convite de uma amiga, estudante do curso de Biblioteconomia, fui à minha ex-faculdade, para uma festa.
E, como sempre, quando eu não espero encontrar a ex-mulher-da-minha-vida, pimba! Lá está ela.
Na verdade, ela chegou com amigas e amigos - e o Biel - quando eu estava de saída. E a sua chegada fez com que eu acabasse ficando um tiquinho mais.
Infelizmente, não nos falamos, como sempre.
Mas trocamos olhares, de forma inteligente e sagaz, quando achamos que nenhum dos dois estava olhando ao mesmo tempo.
Ela fingiu que não dava a mínima. Eu fingi que não estou nem aí. Mas, pelo menos para mim, a verdade é bem outra.
Tive - e ainda tenho - essa vontade de dizer "oi". Sei do meu coração e sei que, provavelmente, eu tentaria de novo.
Mas, por ora, eu fico quietinho, com o tremor nas bases. E tento viver a minha vida sem ela.
Paz e Bem!
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