O tom do artigo é o mesmo de todos os textos escritos pelos cheirosos e bem-pensantes admiradores do Zé Ladeira: o povo, a quem o jornalista chama de "bugrada", é ignorante.
Em tempo: a palavra "bugre" tem origem no francês bougre e significa velhaco. Além disso, é uma forma pejorativa de se falar dos índios da América do Sul.
Segue o artigo... Com o grifo merecido na palavrinha nojenta e preconceituosa...
Paz e Bem!
O Datafolha, Dilma, Serra e a teoria do 'buraco negro'
Saiu mais um Datafolha. A principal novidade da pesquisa é que ela não traz novidades.
Registra um quadro de densa estabilidade na disputa pelos votos que elegerão o sucessor de Lula.
Comparando-se com a sondagem da semana passada, apenas Dilma Rousseff oscilou. Para o alto: de 50% foi a 51%.
O movimento ocorreu dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais –para baixo ou para cima.
José Serra manteve-se no mesmo patamar: 27%. Marina Silva, com seus 11%, tampouco se mexeu.
Consolida-se a impressão de que o eleitorado dá de ombros para os escândalos que Serra se esforça para grudar na imagem de sua rival.
Se a eleição fosse hoje, Dilma prevaleceria sobre ele no primeiro turno. Beliscaria 57% dos votos válidos.
O brasileiro parece enxergar o ‘Fiscogate’ e o ‘Erenicegate’ como buracos negros, aqueles furos no universo em que a matéria desaparece.
Autoconvertido em Stephen Hawking da campanha, Serra apresenta suas teorias sobre os buracos negros da eleição.
Num instante em que a platéia já parecia não entender a teoria do buraco do fisco, o físico-candidato a convida para acompanhar o buraco do lobby.
Agora, além daquilo que não se interessou em saber, o eleitor vai ignorar a outra coisa que não se preocupa em conhecer.
Os pesquisadores do Datafolha aferiram o impacto do caso da violação do sigilo fiscal dos tucanos.
A maioria dos entrevistados (57%) disse ter tomado conhecimento do tema. Mas, desse total, apenas 12% consideram-se bem informados.
Não há muita gente disposta a debater os ataques ao IR do Eduardo Jorge e da Verônica Serra no intervalo entre o café da manhã e Passione, a novela noturna.
Num derradeiro esforço, a oposição alega que a candidatura da Dilma é, em si mesma, um buraco negro.
Coisa de efeitos devastadores, capaz de implodir o Sol e empurrar para dentro do buraco o eleitor, a mesa do café e o Toni Ramos.
A bugrada não escuta. Quem ouve não presta atenção. Quem se interessa acha que nada tem a ver com o seu café com leite.
Para usar expressão cara ao Serra, tudo termina em ‘tititi’.
Aliás, tomado pela irritação que exibiu na entrevista à apresentadora Marcia Peltier, os buracos negros já não interessam nem ao Serra.
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