segunda-feira, 5 de abril de 2010

ESCÂNDALOS NA IGREJA CATÓLICA

A Igreja Católica Apostólica Romana assiste nos dias de hoje ao espetacular aumento de denúncias envolvendo seus religiosos, acusados de praticarem a pedofilia (relações sexuais com crianças e adolescentes) em várias dioceses e instituições católicas ao redor do mundo.

Desde o início do ano, o Vaticano registrou 566 denúncias desse tipo, a maioria ocorrida em países europeus como a Áustria, onde recentemente surgiram os casos relatados. Em países como os Estados Unidos e a Irlanda, as indenizações às vítimas custaram à Igreja Romana milhares de dólares e geraram uma série de protestos públicos.

Na Áustria, a igreja afirma que indenizará as vítimas de abuso, ao mesmo tempo em que fornecerá serviços como atendimento psicológico. Recentemente, foi realizada uma missa de penitência em Viena, capital do país, na qual várias vítimas de abuso subiram ao púlpito para contar suas histórias.

No caso da Irlanda, uma investigação feita pelo governo daquele país afirma que milhares de crianças, a imensa maioria, do sexo masculino, sofreram abusos em instituições católicas (escolas e orfanatos), entre as décadas de 1930 e 1990. Segundo o documento, os abusos sexuais teriam sido "endêmicos" nesse período de 60 anos.

A questão da pedofilia na Igreja Católica, a medida que é investigada, sugere que esta é uma prática normal de uma imensa minoria de religiosos. 

A quantidade de casos denunciados, que já chega a casa dos milhares ao redor do mundo, sugere a necessidade do Vaticano de abordar o problema de forma mais profunda, não se limitando apenas a indenizar as vítimas de abuso.

Além da punição dos culpados identificados pelos crimes, será necessário alguma espécie de reforma entre o sacerdócio católica, que possa tornar impossível ou, pelo menos, diminuir essa prática. É importante perceber que isso já vem acontecendo, uma vez que as denúncias surgidas nos últimos anos, muitas vezes, fazem referência a casos ocorridos décadas atrás.
Hoje, a afirmação de que "a igreja é formada por seres humanos, e eles são passíveis de erros", apesar de correta, já não é mais suficiente.

Entre uma das medidas que deveriam ser tomadas, aparece a urgente necessidade de aprimorar o sistema de recrutamento, seleção e treinamento de religiosos e religiosas, de forma a tornar impossível a permanência na igreja de pessoas com tendência a cometerem crimes sexuais.

Outra possível medida é a permissão de que homens casados possam tornar-se padres, e não apenas agirem como ministros leigos.

Caso os escândalos continuem a ocorrer e serem denunciados, os ataques à Igreja Católica - o maior grupo cristão do planeta, seguido pelos pentecostais - aumentarão de intensidade e colocarão o catolicismo cada vez mais em descrédito, ameaçando seu futuro, uma vez que o Vaticano, que se arroga o direito de ser guia moral da humanidade, se vê forçado a admitir falhas morais tão hediondas entre os seus membros.
Uma eventual falência do catolicismo, hoje ainda improvável, só fará ainda mais mal ao cristianismo e as religiões organizadas.

Veremos....

Paz e Bem!

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