domingo, 4 de abril de 2010

AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO E O PLEBISCITO

Teremos eleições em outubro. 

Neste pleito, serão eleitos os novos ocupantes da Presidência da República, dos governos estaduais, senadores e deputados. Aos poucos, as coisas vão ficando mais claras, com candidaturas definidas e "programas" esboçados.

Tenho a tentação de escrever sobre o tema já há algum tempo, mas estou me segurando. Em grande parte, o meu voto já está decidido, fruto principalmente de minhas convicções ideológicas e de preconceitos vários. 

Para algum leitor desavisado que ainda não sabe, eu esclareço: normalmente - e isso já tem mais de dez anos - eu voto no PT e em outros partidos de esquerda, mesmo que possamos discutir se existem partidos de esquerda no Brasil.

Como afirmei acima, estou me segurando. Mas algumas palavras já podem ser ditas. 
Esta eleição que ocorrerá em alguns meses é fundamental para que qualquer projeto de Brasil possa ser esboçado. 

Em primeiro lugar, o pleito de outubro marca o fim da Era Lula (2002-2010), independentemente da eleição de Dilma Roussef à Presidência, ou da vitória de José Serra, candidato da oposição.

Em termos políticos, isso significa uma espécie de plebiscito entre o modelo proposto pelo PSDB, implementado na Era FHC (1994-2002) e o projeto do PT, atualmente sendo desenvolvido.

Nós teremos a opção de fazer uma escolha entre os dois modelos.

Aqui, neste momento, não vou tentar comparar os dois projetos, uma vez que não tenho a capacidade de oferecer uma análise completa e, muito menos, imparcial.

Entretanto, tenho certeza de que é isso que estará em jogo em outubro. Daí a importância de nós, os eleitores, levarmos esse fato em consideração e tentarmos, mesmo que seja apenas uma vez, de votar com o estômago, ou seja, com base em ódio e preconceito. 

Esta eleição, apesar da nossa eterna falta de bons políticos - o que parece quase uma contradição em termos - e de programas definidos, é realmente importante para o futuro do país, algo que deveria ser o nosso principal motivo na escolha de candidatos. 

Nos próximos meses, a escolha dos lados será acentuada e ficará clara, tanto na sociedade em geral, como na imprensa e demais meios de comunicação. E, no Brasil, a imprensa, as empresas e o Estado agem como cabos eleitorais de seus candidatos. Não existe imparcialidade.

Com o tempo, o discurso dos dois principais candidatos também ficará claro. Até o momento, Dilma Roussef reverbera as posições de Lula e do PT; enquanto Serra permanece calado, deixando o papel de interlocutores homens como Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. 

Hoje, será publicado em muitos jornais um artigo de FHC sobre as eleições. Em sua visão, que é obviamente partidária, o ex-presidente reconhece a importância do pleito de outubro, comparando-o, inclusive, ao movimento pelas Diretas Já, na década de 1980. 

Em parte, como sempre, ele tem razão. Apesar de sua visão partidária, comprometida com o seu candidato, FHC está certo em atribuir grande importância ao que acontecerá em outubro, como tentei expor acima.

Ontem, o instituto de pesquisa Vox Populi anunciou que a diferença entre Serra e Dilma diminuiu. Neste levantamento, Serra tem 34% das intenções de voto, enquanto Dilma surge com 31%. A diferença de três pontos percentuais, caso seja real, confirma um empate técnico entre os dois candidatos, o que já era de se esperar.

Em pesquisa divulgada pelo Datafolha há uma semana, Serra teria 34%, enquanto Dilma estaria bem abaixo, com 27% das intenções de voto. 

Alguma dessas pesquisas está errada; entretanto, elas apontam a tendência a um empate entre os candidatos, tendência que deve se confirmar, ou não, nas próximas semanas. 

Aqui, neste encerramento, reitero a importância dessas eleições e de que gostaria de acreditar que nós faremos a melhor escolha.

Paz e Bem! 

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