quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SOBRE O PEREGRINO

Hoje, depois de muuuuuita enrolação, comecei a ler a novela O Peregrino, de John Bunyan.




O Peregrino é uma fábula cristã sobre a peregrinação espiritual do homem, de todos os homens. A novela foi escrita na Inglaterra, segunda metade do século XVII, e desfila muitas das idéias político-religiosas dos puritanos ingleses., grupo do qual fazia parte seu autor.

Uma contextualização necessária: em 1640, após uma guerra civil entre o Rei Charles I e o Parlamento, da qual os parlamentaristas saíram vitoriosos e o rei, executado, a Inglaterra foi governada pelo puritano Lorde Protetor Oliver Cromwell e seu regime foi chamado de Protetorado.


Foi durante o Protetorado que foi criada a Commonwealth britânica, ou a comunidade britânica, e a Inglaterra preparou-se para se transformar na potência da aurora capitalista, principalmente por meio do comércio marítimo.

Bunyan escreveu sua fábula no período histórico posterior, ou seja, o da restauração monárquica, quando Charles II, filho do decapitado Charles I, subiu ao trono, e deu início à revanche contra os puritanos.

Logo, o autor de O Peregrino foi encarcerado e, por se recusar a abdicar de suas convicições religiosas, foi mantido preso durante 12 anos, período no qual escreveu o livro, que foi publicado em 1676.

Bom, como disse no início dessa postagem, comecei a ler o livro hoje. E estou no oitavo capítulo, o que significa que é cedo para fazer comentários, mas um ponto me chamou a atenção: durante sua caminhada rumo à cidade celestial, o herói do livro, Cristão (ou Cristiano, em algumas traduções) enfrenta várias adversidades, ao mesmo tempo em que se encontra com muitas pessoas.

O interessante são os nomes escolhidos por Bunyan para esses personagens: vemos, por exemplo, o Obstinado ou o Flexível, assim como o Hipócrita e o Sábio-Segundo-o-Mundo, ou seja, na verdade, somos apresentados a estados de espírito que o próprio Bunyan teve de enfrentar no seu processo de conversão, que pode ser muito doloroso.

Mas a leitura continua.

Paz e Bem! 

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