domingo, 6 de março de 2011

TODO DIA É SEXTA-FEIRA; TODA HORA É MEIA-NOITE!

Terminei ontem de ler o álbum Cripta, publicado pela editora Mythos, que reúne histórias em quadrinhos (HQs) de terror norte-americanas, lançadas originalmente nos anos 60 e 70.


O material reunido neste álbum foi publicado nos EUA pelas clássicas (e hoje extintas) revistas Eerie e Creepy, da saudosa Warren Publishing, durante os anos 1960 e 1970. Recentemente, as histórias foram relançadas em álbuns de luxo pela editora Dark Horse, e é este material que a Mythos lança aqui agora.

No Brasil, algumas destas histórias foram lançadas na sensacional revista Kripta, publicada pela RGE durante a década de 1970. Essas revistas hoje são disputadas à facadas entre os aficcionados.

 
Felizmente, eu tenho alguns números aqui em casa, bem escondidos. 

Na época, a RGE usava a frase "Com Kripta, todo dia é sexta-feira, e toda hora é meia-noite", como tema-chave de suas propagandas da revista.


A proposta da Mythos é lançar vários álbuns com este material clássico e vale a pena investir a grana necessária para a compra, uma vez que o acabamento gráfico é ótimo. 

Quanto às histórias, uma das primeiras coisas a chamar a atenção é a qualidade da arte. Alguns desenhistas sensacionais, como Joe Orlando, Reed Candrall e Eugene Colan oferecem material de primeiríssima qualidade nas páginas da revista, desenhos que chegam a colocar no chinelo muita coisa do que é produzidos nas HQs atuais.

Já as histórias, elas seguem a clássica estrutura das HQs de terror: uma premissa que sempre termina em alguma "revelação surpreendente", que é o clímax da história.


Um exemplo: neste álbum, a minha história favorita é Nos olhos de quem vê, escrita por Archie Goodwin e desenhada por Jay Taycee.

Nela, conhecemos o drama de Gerald Lewis, um homem, que, destruído pela morte prematura da esposa, busca trazê-la de volta, sem se importar com o custo que isso possa acarretar.

Finalmente, após meses de busca, Lewis encontra um bruxo, que consegue trazer sua falecida esposa de volta. 

Infelizmente, os resultados não são os esperados. 

Como qualquer exploração do gênero Terror, as histórias de Cripta tratam de temas comuns à nós, meros e pobres mortais: o medo da morte, principalmente. 

Outras questões muito abordadas nas histórias dizem respeito ao nosso fascínio pelo oculto e pelo sobrenatural (o que dá combustível ao gênero Terror) e a loucura, um dos temas mais interessantes que existem.

Recomendo a leitura!

Paz e Bem!

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