sábado, 19 de março de 2011

DEUS E O DINHEIRO

A proposta deste texto é oferecer algumas considerações sobre as relações entre a Espiritualidade - entendida como um exercício constante em busca de Deus - e o Dinheiro, aqui, visto como o apego ao conforto material, e a consequente busca por acumulação de bens e posses. 

 
Mesmo que esta postagem não tenha como objetivo mais do que oferecer algumas ideiais iniciais sobre o tema, e isso de forma absolutamente despretensiosa, tendo como base apenas reflexões pessoais, sobre as quais eu sou inteiramente responsável, seria interessante o autor se posicionar a respeito. Logo, é o que vou fazer agora.

Minha opinião, estritamente pessoal, tem como base duas premissas. 

A primeira: o dinheiro é malévolo por sua própria natureza. 

E, a segunda: entretanto, apesar disso, não é possível viver sem dinheiro na atual sociedade, em que somos obrigados a sobreviver. 

A primeira premissa é uma afirmação categórica que, neste momento, com base em minha experiência pessoal, não permite contradições.
O dinheiro é malévolo.

Essa premissa contradiz a noção, tão comum hoje em dia, de que as coisas - dinheiro, sexo e distrações, por exemplo - não são ruins em si mesmas, mas o que pode ser pernicioso ou prejudicial seria o uso que se faz delas. 

Infelizmente, essa noção de que o dinheiro pode ser algo bom, dependendo de como dele fazemos uso, penetrou nas mentes e corações de todos. Até mesmo das igrejas "cristãs".
Entretanto, Jesus Cristo, cujos ensinamentos deveriam ser a espinha dorsal de qualquer grupo que se defina como "cristão", afirmou:
"Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem corroem e onde ladrões não minam nem roubam: Para onde está o teu tesouro, aí estará o seu coração também.
Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas". 
(Evangelho de Mateus 6:19-21,24)
O texto citado, que reproduz um discurso de Jesus - e que pode ser encontrado, com pequenas modificações no Evangelho de Lucas, Capítulo 16, Versículo 13 - não permite dúvidas ou interpretações divergentes, por mais que se queira torçer o que o Cristo disse para justificar os nossos pecadinhos.

 O demônio Mamon, segundo o ocultista francês Cllin de Plancy (Século XIX)

Segundo o Wikipedia: Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mammon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza, também é um dos sete princípes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de passáro negro (semelhante ao Abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.

Ou seja, em sua fala, Jesus identifica o Dinheiro a partir de uma associação com Mamon, um demônio. 

E, o mais importante: para Jesus, o Dinheiro não se parece com Mamon; o Dinheiro não tem características semelhantes ao tal demônio. 

O Dinheiro é Mamon. 

O caráter diabólico, perverso, do Dinheiro pode ser claramente visto no dia a dia, quando passamos por mendigos na rua, quando vemos crianças morrendo de fome, quando nos horrorizamos com guerras, torturas e massacres. Ou trabalhadores escravizados a uma rotina desumana de trabalho, que os transforma em máquinas movidas a pornografia, anti-depressivos, álcool e drogas.

Tudo isso são ofertas ao Deus-Dinheiro. Nós somos o sacrifício.


Mas, apesar do caráter perverso do Dinheiro, tente viver sem ele nessa sociedade! 

Enquanto formos governados pela ideia de que todas as coisas do mundo precisam ser trocadas, enquanto todas as nossas necessidades forem mercadoria, não haverá muita escapatória, infelizmente. 

Ainda assim, Paz e Bem!

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