sábado, 5 de março de 2011

DO CONVERSA AFIADA: RACISMO À BRASILEIRA

Em 3 assassinados, 2 são negros. Não, nós não somos racistas

Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada

Na pág. 12 da Carta Capital que chega hoje às bancas, Mino Carta (“A maior desgraça – três séculos de escravidão vincam até hoje os comportamentos da sociedade brasileira”); e Cynara Menezes, na pág. 24 (“Ecos da escravidão – nunca o fosso entre a segurança dos brancos e negros foi tão grande no Brasil. Enquanto o número de assassinatos de uns cai, o dos outros segue em alta”) tratam de racismo e violência.

Mino diz assim:

“Há quem pretenda que o preconceito à brasileira não é racial, é social, mas no nosso caso os qualificativos são sinônimos: o miserável nativo não é branco.”


Mino demonstra que Ronaldo, dito o Fenômeno, e mesmo Pelé, “um negro de alma branca”, se postados na calada da noite em certas esquinas do Rio e de São Paulo, seriam sumariamente conduzidos ao xilindró mais próximo.

Mino considera que a escravidão é o “mal maior da história do Brasil”.

Outro mal, o Golpe de 64, “último capítulo do enredo populista comandado por uma elite que, como diz Raymundo Faoro, quer um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”.

Como se sabe, o PiG (*) apoiou o Golpe com entusiasmo.

A Folha chegou a ceder carros de reportagem para os torturadores.

Como se sabe, o PiG apoiaria qualquer outro Golpe para derrubar qualquer presidente trabalhista.

Conclui Mino:

“CartaCapital confia na ação da presidenta Dilma e acredita que seu Governo saberá dar prosseguimento às políticas postas em prática pelo antecessor e empenhar-se a fundo no seu próprio programa de erradicação da miséria.”

Cynara dá os números para Mino bater.

O racismo se adensa.

“Em 2002, foram assassinados 46% mais negros do que brancos. Em 2008, a porcentagem atingiu 103%.”

“Em outras palavras, para cada três mortos, dois tinham a pele escura.”

“Na Paraíba, morrem 1.083% mais pretos. Em Alagoas, 974%. E, na Bahia dos blocos de Carnaval, 440%.”

Recomenda-se ardentemente a leitura do livro “Nós não somos racistas”, de Ali Kamel, o Gilberto Freyre da Globo.

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