segunda-feira, 28 de março de 2011

MACBETH: UM ESTUDO SOBRE O MAL

Há muitos anos, sou fã do dramaturgo inglês William Shakespeare. Em sua obra, admiro os temas abordados: amor, ambição e ciúme, por exemplo. E também adoro a forma como ele os trata, com palavras inesquecíveis, que ficam gravadas na mente.

Entre os trabalhos de Shakespeare que admiro, está em destaque a tragédia Macbeth, escrita provavelmente entre 1603 e 1607. Nesta peça, temos um estudo sobre o mal que se esconde no coração humano.


A história é razoavelmente simples: depois de uma batalha contra rebeldes, os generais (thanes) Macbeth E Banquo estão retornando à corte de Duncan, rei da Escócia.

No meio do caminho, durante a noite, ambos encontram três bruxas, provavelmente a Hecatae das lendas gregas. As bruxas, então, saúdam o general vitorioso: "Salve, Macbeth, thane de Glamis!", diz a primeira mulher. "Salve, Macbeth, thane de Cawdor", grita a segunda. "Salve, Macbeth, rei da Escócia", completa a última das bruxas. 
Segundo Shakespeare, na época haviam três generais (thanes), que obedeciam a uma ordem hierárquica. Macbeth, como Thane de Glamis, estaria em uma posição intermediária. Acima dele, hierarquicamente, estariam o Thane de Cawdor e o Rei. 

O general Macbeth, que havia retornado de um massacre de camponeses rebeldes, entende a saudação das bruxas como uma premonição de seu futuro. Um dia, ele será Rei. 

Logo em seguida, como que a confirmar as palavras das bruxas, Macbeth é informado de que foi promovido a Thane de Cawdor, uma vez que o nobre que ocupava este posto havia sido preso por traição e executado. 

E isso basta. A partir desse encontro com as três entidades, a mente de Macbeth passa a ser comandada por essa obsessão. Ele se tornará Rei da Escócia um dia, afinal. Este é seu destino.

 Orson Welles como Macbeth

Com suas ambições alimentadas por sua esposa, Lady Macbeth, o general, por fim, assassina o Rei Duncan, seu primo, enquanto este pernoitava em sua casa. A profecia das três bruxas se realiza.

Mas Macbeth, agora Rei da Escócia, não se sente seguro em sua nova posição. Tomado de desconfiança, assassina Banquo, seu amigo, por este saber do encontro com as bruxas. 

Macbeth, depois de assassinar Duncan. 
Cena de Trono de Sangue, de Antunes Filho, com Luis Mello.

E Macbeth continua inseguro, o que resulta em um banho de sangue. E vemos o rei , e antes, sua esposa, serem devorados pela culpa que sentem pelos seus crimes, até o seu final trágico.

Macbeth, a peça, mostra como um homem normal, o general Macbeth pode ser corrompido por uma simples sugestão. E que, uma vez aceita a "necessidade" de se cometer um ato hediondo - no caso, o assassinato de Duncan - o mal se aloja em seu coração definitivamente. 

Gosto dessa interpretação dessa peça de Shakespeare. Macbeth é um estudo literário sobre os mecanismos do mal, sobre a forma como o mal atua em nossas mentes e corações, até nos transformar em pessoas completamente diferentes. 
No caso do general, que, aparentemente, até o primeiro encontro com as bruxas, era um homem razoavelmente decente, bastou uma sugestão para que ele se corrompesse. 

E a peça mostra até que ponto - a que distância - essa corrupção pode chegar.

Para mais informações a repeito da peça, visite http://pt.wikipedia.org/wiki/Macbeth
Graça, Paz e Bem!

2 comentários:

  1. para ver a onde pode chegar a manipulação de um simples comentário fixar uma ideia bizarra em corações sem virtude!

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  2. Eu entendi, após a leitura da obra, que outro motivo que levou macbeth a assassinar banquo, foi que este após ouvir das bruxas dizerem que seus filhos tambem seriam reis, poderia um dia se rebelar contra macbeth e assassina-lo, de acordo com a premonição das bruxas. Como se banquo fosse assassinar macbeth para que seu filho tornar-se monarca.

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