sábado, 26 de junho de 2010

NOVAMENTE, A ORAÇÃO

A minha disciplina espiritual favorita é a oração. 

Por disciplina espiritual, entendo uma série de atividades diárias, ou quase diárias, ligadas à vida espiritual que, cada vez mais, tem se tornado para mim a verdadeira vida. O resto, ao poucos, vai se transformando em acessório e, algumas vezes, em um incômodo necessário.

Na verdade, uma série de atividades cotidianas estão sendo redimensionadas por mim agora, e estou revendo a importância de algumas coisas. Nada é acessório.

Quanto à oração, ela se tornou minha disciplina favorita devido não a algum tipo de experiência mística - nada disso aconteceu e nem espero que aconteça, é importante deixar claro - mas, principalmente, quanto ao gosto em que tenho em me dedicar a ela.

É claro que, em alguns dias, a oração flui melhor - mais espontânea e autêntica - do que em outros.

Já escrevi alguns textos sobre o assunto aqui no blog, e não vou retomar os temas tratados anteriormente.

Hoje, apenas um acréscimo: a oração, quando não atendida, pode nos ensinar humildade e confiança em Deus, na medida em que testa o nosso real compromisso com a fé que afirmamos ter.

Um exemplo: há pouco mais de um ano, todos os dias, um assunto é tema de minhas orações. Sim, eu sou persistente. 

E, mesmo com a minha persistência, estas orações não foram atendidas. E talvez nunca venham a ser. 

Há algum tempo já, ao invés de optar por brigar com Deus, ou a simplesmente dizer a ele o que deve fazer - tendo como base os meus pequenos desejos, é claro - eu simplesmente aceito mais um dia em que sua resposta para mim não foi a que eu esperava.

Eu aguardo. E o processo de aguardar me força a reavaliar minhas vontades e a forma como me comporto. Hoje, não oro mais pedindo o que eu passei um ano e pouco pedindo. 

A oração não muda Deus; quando bem-feita, ela nos muda. 

E é aí que está toda a diferença: as orações não-atendidas podem nos ajudar a reavaliar nossas prioridades e, em última instância, do que é feita a fé que afirmamos ter.
Hoje, sou forçado a entender que não posso ter tudo o que quero. E que este mundo tenebroso não gira ao redor do meu umbigo. Eu não sou o eixo do universo. Mas Deus é. 

Paz e Bem!

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