terça-feira, 31 de agosto de 2010

OSWALDO, O AGONIA

Hoje, tomado pela saudade, esse maldito sentimento horrível, comprei um CD do Oswaldo Montenegro, também conhecido como "o Agonia", segundo os humoristas do Casseta & Planeta.

É uma seleção de músicas do artista, lançada pela Warner Records, com 14 canções.

Cada vez que ele canta, é como uma facada no peito, literalmente. 

Ainda assim, Paz e Bem!

Queda da desigualdade de renda no país coloca mais 31, 9 milhões no mercado


Matéria publicada no jornal Valor Econômico desta terça-feira (31)

“No futuro, as pessoas não olharão Lula como o novo Getúlio Vargas. Mas entenderão Vargas como o Lula do passado. O presidente encarna a principal mudança por que passou o Brasil nos últimos anos, ele é a nova classe média. Lula é o Nelson Mandela tupiniquim”. A análise é de Marcelo Néri, economista da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) e um dos maiores especialistas em política social do país.

“Na última década, a desigualdade de renda caiu como nunca em nossa história. O equivalente a 31,9 milhões de pessoas ascenderam à classe C, ingressando no mercado consumidor, ampliando a capacidade de nossa economia crescer”, avalia Neri, para quem, no entanto, o futuro do país está nas classes A e B. “Quando terminarmos o processo de transferir pessoas das classes D e E para a C, passaremos a transferi-las da C para cima, o que gerará maior pressão sobre os ricos.”

A percepção de Neri não é isolada. Durante seminário realizado ontem pela Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, economistas e cientistas políticos configuraram o atual momento da economia brasileira como “privilegiado”.
Para o cientista político André Singer, as condições econômicas e sociais estão próximas do período do New Deal, nos Estados Unidos, quando o governo americano, por meio de gastos em programas de amparo social e em obras de infraestrutura, impulsionou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) após o “crash” de 1929. “Para ir além”, disse Singer, “é indispensável manter a elevação do salário mínimo”.

O processo virtuoso, conforme avaliação dos participantes do debate, está assentado em “pontos-chave”, como denominou Neri. Segundo números do economista da FGV, a renda oriunda do trabalho respondeu por 67% da redução na desigualdade, a frente dos 17% oriundos de programas de transferência direta de renda, como Bolsa Família, e dos 15,7% provenientes da Previdência Social . “O tripé é este”, diz Singer, “quer dizer, aumento do emprego, seguido de gastos com pobreza extrema e aposentadorias”.

Este quadro, no entanto, também revela problemas. “Do ponto de vista do crescimento acelerado combinado com redução da desigualdade, o jogo como está colocado hoje é preocupante”, avalia Mariano Laplane, economista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Ficamos por quase 30 anos completamente à margem do desenvolvimento. O mundo moveu seu eixo tecnológico e industrial para os países asiáticos, ao longo dos anos 1970, e nós ficamos parados, assistindo isso tudo”, afirma.

A lógica de Laplane, compartilhada por outros economistas da FGV, é que o ritmo acelerado do PIB – que neste ano, segundo estimativas do governo, deve passar por ampliação de 7%, a maior em 24 anos – não se sustentará, uma vez que o parque industrial brasileiro é pouco desenvolvido tecnologicamente, quando comparado com outros países, como a China.

“Os ganhos de produtividade que nossa indústria fez após a abertura comercial, em 1990, são claramente incapazes de fazer frente aos competidores externos”, avalia Laplane, para quem a ampliação do mercado de trabalho passa, principalmente, por maior oferta de empregos no setor industrial.

“Nos próximos dez anos, nosso crescimento será focado no mercado interno. Se não quisermos que a renda que estamos dividindo vaze para o exterior, por meio do consumo de importados, é preciso atenção maior com a indústria”, raciocina Paulo Gala, economista da FGV-SP.

A pressão por mudanças, no entanto, ocorrerá de forma difusa, avaliam Neri e Singer. Para este, a nova classe média é “parcialmente conservadora”, uma vez que quer continuar ascendendo socialmente, mas deseja que isso ocorra dentro da ordem, sem radicalizações. “Seja para fortalecer o processo de redução da pobreza, seja para efetuar mudanças do lado econômico, como alterar o câmbio e reduzir os juros, o Estado têm diante de si um novo proletariado, que está no setor de serviços, como os operadores de telemarketing”, diz Singer.

Para Neri, a nova classe média “não precisa tanto do Estado quanto os mais pobres”, assim, passa a ser natural que o Estado “foque mais em políticas sociais aos mais necessitados, deixando a classe ascendente com margem para desenvolvimento próprio”.

domingo, 29 de agosto de 2010

DE A FOLHA DE S. PAULO

Rodízio completa 15 anos com efeito quase nulo sobre ar de São Paulo

Na semana em que São Paulo registra um de seus piores índices de secura e má qualidade do ar, o rodízio de veículos completa 15 anos. A medida foi criada em 1995 justamente para lidar com a poluição. Sob esse ponto de vista, porém, sua eficácia hoje é quase nula.
Após dois anos de testes, ele seria repaginado. Em 1997, o objetivo central da ação passou a ser o aumento da fluidez do tráfego. A operação, pelos números atuais, não faz direito nem uma coisa nem outra.
Os índices de poluição, principalmente por ozônio e poeira, estão mais ou menos estabilizados, mas em níveis altos, indicam os registros.
O trânsito, principal alvo do rodízio em vigor, continua cada vez mais travado, por causa do aumento da frota. "O rodízio por si só e da forma como ocorre na cidade não é solução nem para a qualidade do ar nem para a mobilidade", diz a pesquisadora Leila Martins, especialista em poluição do ar. A pesquisadora lembra que a legislação brasileira é muito permissiva se comparada, por exemplo, com a da União Europeia e a dos EUA.
Para outra estudiosa do assunto, Maria de Fátima Andrade, da USP, quantificar o impacto do rodízio na poluição não é uma tarefa fácil. "A operação deve contribuir pouco para baixar os poluentes. Mas sua existência não deixa ainda de ser positiva", afirma Maria de Fátima.
Alfredo Szwarc, que dirigia a Cetesb (agência ambiental estadual) em 1995, diz que a experiência foi positiva 15 anos atrás. "Baixou os níveis de monóxido de carbono na atmosfera, que era o problema da época", afirma.
O fato de o rodízio ter mudado de meta altera as consequências da operação, diz o ex-diretor da Cetesb.
 
ULTRAPASSADO
 
Em 1995 e 1996, a restrição durava o dia inteiro e não apenas três horas no pico da manhã e outras três à tarde. "Atualmente, no máximo, o rodízio evita que o problema piore [em termos de poluição do ar]", diz Szwarc.
No quesito redução do trânsito, diz o consultor, o rodízio "está ultrapassado".
Na semana passada, especialistas voltaram a pedir a extensão do rodízio, novamente, por motivos ambientais. O governo do Estado chegou a recomendar oficialmente que os paulistanos deixassem o carro em casa.

Serra-2010 pode sair da urna menor que o de 2002

  Fotos: FolhaLonge dos holofotes, já não há nos arredores do QG de José Serra quem considere a hipótese de uma virada tucana.

Dá-se de barato que o favoritismo de Dilma Rousseff, por eloquente, levará a candidata de Lula à cadeira de presidente.

O Datafolha desta quinta (26), que traz Dilma 20 pontos à frente de Serra, tende a tonificar a atmosfera de desalento.

O tucanato preocupa-se agora com o tamanho da derrota. Um infortúnio que as sondagens eleitorais prenunciam como acachapante.

Avalia-se que, em sua versão 2010, Serra flerta com o risco de sair das urnas com estatura política menor que a de 2002.

Um dirigente do PSDB carrega no bolso da calça, enfiado na carteira, um papelucho com o resultado das duas últimas eleições presidenciais.

Na de 2002, informa a anotação, Lula prevaleceu sobre Serra, no segundo turno, por um placar de 61,27% a 38,72% dos votos válidos.

No turno inaugural da eleição daquele ano, Serra beliscara 23,2% dos votos. Havia porém, mais candidatos.

Atrás de Serra, vieram Anthony Garotinho, à época no PSB, com 17,87%; e Ciro Gomes, então no PPS, com 11,97%.

Agora, Serra frequenta um pelotão secundário que, noves fora o lote de nanicos que não pontuam no Datafolha, inclui apenas Marina Silva (PV).

Tomado por essa última pesquisa, Serra, em curva descendente, belisca, por ora, 29% das intenções de voto.

Dilma, em movimento ascendente, escala os 49%. Empurra-a um patrono cuja popularidade foi a 79%. Marina, estacionária, conserva-se na casa dos 9%.

Mantido esse cenário, diferentemente do que ocorrera há oito anos, Serra não chegará ao segundo round. Vai a nocaute no primeiro.

Segundo as contas do Datafolha, considerando-se apenas os votos válidos, Dilma já soma 55%. E ainda dispõe de 38 dias para ampliar o índice.

Se a velocidade da disparada não for interrompida, a pupila de Lula pode amealhar no primeiro turno mais do que os 61,27% que o cabo eleitoral cravara no segundo turno de 2002.

Pior: Serra pode chegar a outubro como uma espécie de sub-Alckmin.

Em 2006, ajudado pelos aloprados do PT, Geraldo Alckmin logrou arrastar Lula para o segundo turno.

Teve menos votos do que obtivera no primeiro. Mas somou, informa o papelucho do dirigente tucano, 39,17%, contra 60,83% de Lula.

Para adensar o tsunami que engolfa Serra, Alckmin é, hoje, forte candidato a retomar a cadeira de governador de São Paulo.

Se a vitamina que Lula tenta injetar na candidatura de Aloizio Mercadante não surtir efeito, Alckmin dividirá o estrelato do PSDB com Aécio Neves.

Praticamente eleito senador por Minas, Aécio será mais forte se conseguir eleger Antonio Anastasia governador. Sem isso, será um líder manco.

Seja como for, esboça-se um quadro em que Alckmin e Aécio vão às primeiras posições na fila da oposição para 2014.

Qual será o estilo da oposição a ser exercida pela dupla?, eis a interrogação que bóia na atmosfera.

Em tempos de falência das idelogias, Alckmin é tido como a asa direita do tucanato. Não é, porém, dado a rompantes. De resto, se eleito, precisará dos cofres de Brasília.

Tampouco Aécio é dado a arroubos. Ao contrário. Dono de personalidade acomodatícia, privilegia o acordo, não o confronto.

Somando-se a tudo isso a perspectiva de a oposição levar ao Congresso uma bancada lipoaspirada, chega-se a um cenário róseo para Dilma.

À oposição, não restará senão torcer em segredo para que a cópia não repita o êxito do original.

De resto, o tucanato, grupo de amigos integralmente composto de inimigos, terá de zelar para que Alckmin e Aécio cheguem a 2014 com os cotovelos recolhidos.

Texto retirado do blog do jornalista Josias de Souza, de A Folha de S. Paulo.

E COMO VOCÊ ESTÁ LIDANDO COM A SECURA??

HOJE E ANTIGAMENTE

Gosto dos discursos das pessoas que se acham fortes. E todos se acham fortes, até pelo menos atingirem o seu ponto de ruptura.

É isso que separa os supostos fortes dos fracos: um dia ruim. Ou, quem sabe, uma sucessão interminável de dias ruins, onde o único alívio encontra-se no sono ou na fuga, por qualquer meio possível.

Durante muito tempo, usei subterfúgios, válvulas de escape e me refugiei na química. Hoje, não faço mais essas coisas. Ao invés disso, me sento diante deste computador e digito algumas palavras.

Hoje, sei que não sou forte o suficiente. Mas também não sou mais tão fraco como antigamente.

Paz e Bem!

sábado, 28 de agosto de 2010

NOVAMENTE, SOBRE AS ELEIÇÕES

Uma boa forma de se perder amigos é discutindo política. 

Como sempre, com a proximidade das eleições, o vírus da política, antes em um estágio adormecido em meu sistema, volta à ativa. E eu ADORO discutir o assunto.

Tucano bom é tucano depenado

Bom, eu moro na Vila Mariana. Aqui, os moradores votam em Serra para presidente. Faxineiros, empregadas domésticas e zeladores votam na Dilma.

Quais conclusões podemos tirar desse fato, facilmente observável?

Hoje, como estou realmente cansado de falar sobre isso, deixo a você, leitor, a tarefa de tirar suas próprias conclusões. Isso se você quiser se dar ao trabalho.

Se não quiser, também, tudo bem.

A razão real dessa postagem é colocar no blog a ilustração do pobre tucano sem penas...

Paz e Bem!

PROFISSÃO: ENGLISH TEACHER

Eu estou professor de inglês. Faço isso há mais três anos; tendo o trabalho de lecionar o idioma como meu principal ganha-pão.

Já lecionei em escolas, empresas e em entidades como o Senac. Já dei aulas para grupos, duplas e pessoas corajosas, que enfrentaram uma aula sozinhas.

Sejamos honestos: a maioria das pessoas procura um professor de inglês porque precisa aprender o idioma, custe o que custar. Em geral, eles odeiam a língua, porque já passaram por uma infinidade de escolinhas por aí.

Na minha modesta experiência na área, pode-se dizer isso da maioria dos adultos que são - ou foram - os meus alunos. 

Eu gosto do desafio de estar em uma sala de aula com estudantes. Uso músicas, filmes, livros e artigos sobre vários temas como material de aula. Vez ou outra, uso um livro de apoio.

Mas, apesar de curtir o desafio, não pretendo morrer professor de inglês. Na verdade, não pretendo morrer por enquanto.

Mas sei que não vou passar o resto dos meus poucos dias em uma sala de aula. Pelo menos, não ensinando inglês. 

Isso, com certeza.

Paz e Bem!

LOVE FADES

Nunca fui romântico. É verdade. Já mandei flores, já dei chocolates e cestas de café-da-manhã de presente. Já coloquei pétalas de rosa na minha cama. 

Já fiquei de joelhos diante da mulher amada; apenas uma vez. E uma única pessoa.

Mas nunca fui romântico.

Penso nisso frequentemente, enquanto me lamento. "E se eu tivesse feito mais?", eu me pergunto. "Teria adiantado alguma coisa? As coisas teriam sido diferentes?"

Em "Noivo neurótico, noiva nervosa" (Annie Hall), depois que seu romance com Annie (Diane Keaton) termina, o comediante Alvy Singer (Woody Allen) pergunta a várias pessoas nas ruas sobre o amor, em uma tentativa de compreender o que deu errado. 
Uma das pessoas com quem ele conversa, uma velhinha, simplesmente responde: "O amor acaba".

Ainda tenho problemas em aceitar essa verdade evidente. 

Paz e Bem!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

CRUZADA NO PARAÍSO

Na cidade norte-americana de Warsaw, Ohio, um grupo de dançarinas de um clube de strip-tease deu início a um protesto pacífico contra uma igreja evangélica local, cujo pastor, Bill Dunfee, prega frequentemente contra o estabelecimento em que elas trabalham.

As meninas estão acampadas do lado de fora da igreja e usam biquínis e letreiros, acusando o pastor de filmar as placas dos carros dos frequentadores do clube. Essas imagens, segundo o proprietário da boate, estariam sendo divulgadas na internet. 

Segundo o pastor, as dançarinas recusaram sua oferta de ajuda financeira àquelas que largarem o emprego.
Eu gostaria de morar em Warsaw. Deve ser uma cidade maravilhosa, sem nenhum problema ou carência. Afinal, se o pastor não tem nenhuma causa mais urgente do que denunciar frequentadores de boates de strip-tease, a cidade deve ser um paraíso.

Paz e Bem!

O DEMÔNIO DO MEIO-DIA

Hoje, comecei a ler o livro O demônio do meio-dia - Uma anatomia da Depressão, de Andrew Solomon, publicado em edição de bolso pela Editora Ponto de Leitura. O livro, um calhamaço de mais de 800 páginas, pode ser encontrada em qualquer banca de jornais mais bem-equipada. 

Ainda estou nas páginas iniciais da obra, nas quais Solomon - escritor e jornalista com cidadanias norte-americana e inglesa - tenta definir o que é a depressão, com base em seus efeitos sobre o comportamento e o organismo humanos.

Para mim, o livro tem um valor especial, uma vez que o próprio autor sofre da doença e a enfrentou em diversos momentos de sua vida. Assim, trata-se de um relato de um companheiro de viagem, e não de um estudo impessoal feito por alguém distante.

Só escrevemos direito sobre aquilo que vivemos, certo?

Afinal, o que é a depressão? Como ela pode ser classificada, medida? Qual a diferença entre a depressão e a angústia generalizada em que todos vivemos mergulhados?
Não tenho nenhuma resposta para estas perguntas. Minhas opiniões a respeito têm como base apenas o que observo diariamente nas ruas, nas minhas frequentes conversas com desconhecidos, e na minha luta pessoal contra uma insatisfação que me corrói.

Não sou deprimido; sou insatisfeito. Não estou deprimido; estou desesperado.

Paz e Bem!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

GUIA MALVADO PARA O TRABALHO

UPDATING

Esta é uma postagem de aualização. 
Como estou sem saco para abordar temas com alguma profundidade - conheço minhas ilimitadas limitações para isso - seguem apenas algumas notas.

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ENTREVADO

Eu ando escrevendo muito pouco, eu sei.

O problema é que finalmente percebi a grande diferença, incomensurável, que existe quando detectamos nos nossos erros e defeitos - ainda assim, muito mais fáceis de se identificar nos outros do que em nós mesmos - e a coragem necessária para se fazer algo a respeito.

Ver o que precisa ser feito é fácil. O difícil é fazer. Ainda mais quando isso envolve uma certa persistência, algo em que notoriamente não sou nada bom.

Por isso, ando escrevendo tão pouco.

Não quero mais escrever sobre projetos mal-iniciados e não concluídos. Quero falar sobre realizações. Enquanto elas não chegam, a opção, a pior delas, mas a única possível, é ficar quietinho.

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TRANSHUMANISMO

Descobri hoje o website dos Transhumanistas, um grupo de cientistas, filósofos e intelectuais que planeja não apenas transformar o mundo em que vivemos, mas sim revolucionar a própria natureza humana a partir da aplicação da alta tecnologia em corpos humanos.

A idéia é antiga, provavelmente surgida com o Frankenstein de Mary Shelley, mas o plano é esse: usar a tecnologia de ponta para alcançar a imortalidade. 

E, segundo esses caras, isso deve acontecer muito em breve.

Li um artigo a respeito (publicado na revista Sexy deste mês) e li o site dos caras. As idéias são boas.

Infelizmente, elas ainda não tocam naquilo que considero como o nosso principal obstáculo à evolução: o vermezinho egoísta, sorrateiro e mentiroso que mora nos nossos corações. 

Em todo caso, socializando a informação, o endereço do website dos caras é http://humanityplus.org/

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DILMA LÁ

Em pouco mais de um mês, os eleitores brasileiros vão eleger a dona Dilma como presidenta da República. Creio que a parada será resolvida já no primeiro turno, cabendo ao PSDB e aos Demos reverem suas posições e perceberem que o Brasil mudou. E pra melhor, o que tornou o discurso da oposição à Lula completamente sem sentido.

A meu ver, Lula e o PT conseguiram fazer uma mágica política: combinaram o papel de gerentes do capitalismo brasileiro (que vai muito bem, obrigado), com uma preocupação legítima com os eternos deserdados pelos manda-chuvas, daí programas sociais como o Bolsa-Família e os aumentos do salário mínimo.
E foi essa a combinação que matou a oposição brasileira. Ou, pelo menos, vai colocá-la em coma  profundo a partir do dia 4 de outubro, com a maciça vitória da candidata do Planalto nas eleições presidenciais.

Talvez, depois dessa porrada, os nossos direitistas assumidos percam um pouco de sua plumagem arrogante.

Mas, pensando um pouco melhor, provavelmente, não.

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AMIGOS VIRTUAIS

Todos os dias, faço novos amigos - e, principalmente, amigas - por meio do Orkut. Ainda não estou completamente digitalizado - não uso Twitter e minha conta no Facebook anda às moscas, mas uso o Orkut com muita frequência.

Alguns amigos meus preferem o Facebook. Eu ainda não sei.

Hoje, felizmente, as pessoas gostam de escrever mais. E existe uma infinidade de blogs e outros recursos. E a maioria dos meus amigos virtuais mantêm blogs, assim como eu mantenho este negócio aqui, mesmo que mal e porcamente. 

Bom, descobri um blog legal e, como parte de minha política de socializar o conhecimento e a informação, escrevo um pouco sobre ele. 

O blog O Tempo é Outro é escrito pela minha amiga Luana. Não sei de onde ela é, nem quantos anos ela tem. Mas ela manda muito bem no que escreve. Sugiro uma espiada.

O endereço é http://www.otempoeoutro.blogspot.com/


Paz e Bem!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O colapso do Movimento Evangélico
 
Ricardo Gondim

Dois pastores paulistas se fantasiam de Fred e Barney. Isso mesmo, fantasiados de Flintstone, entre gracejos ridículos, acreditam que estão sendo "usados por Deus para salvar almas". Na rádio, um apóstolo ordena que tragam todos os defuntos daquele dia, pois ele sente que Deus o "ungiu para ressuscitar mortos". 
Os jornais denunciam dois políticos de Minas Gerais, "eleitos por suas denominações para representar os interesses dos crentes", como suspeitos de assassinato. O rosário se alonga: oração para abençoar dinheiro de corrupção; prisão nos Estados Unidos por contrabando de dinheiro, flagrante de missionários por tráfico de armas; conivência de pastores cariocas com chefões da cocaína .
Fica claro para qualquer leigo: O movimento Evangélico brasileiro se esboroa. O processo de falência, agudo, causa vexame. Alguns já nem identificam os evangélicos como protestantes. As pilastras que alicerçaram o protestantismo vêm sendo sistematicamente abaladas pelo segmento conhecido como neopentecostal. Como um trator de esteiras, o neopentecostalismo cresce passa por cima da história, descarta tradições e liturgias e se reinventa dentro das lógicas do mercado. É um novo fenômeno religioso.
É possível, sim, separá-lo como uma nova tendência. Sobram razões para afirmar-se que o neopentecostalismo deixou de ser protestante ou até mesmo evangélico.É uma nova religião. Uma religião simplória na resposta aos problemas nacionais, supersticiosa na prática espiritual, obscurantista na concepção de mundo, imediatista nas promessas irreais e guetoizada em seu diálogo cultural.
Mas a influência do neopentecostalismo já transbordou para o "mainstream" prostestante. O neopentecostalismo fermentou as igrejas consideradas históricas. Elas também se vêem obrigadas a explicar quase dominicalmente se aderiram ou não aos conceito mágicos das preces. Recentemente, uma igreja batista tradicional promoveu uma "Maratona de Oração pela Salvação de Filhos Desviados".
Pentecostais clássicos, como a Assembléia de Deus, estão tão saturados pela teologia neopentecostal que pastores, inadvertidamente, repetem jargões e prometem que a vida de um verdadeiro crente fica protegida dentro de engrenagens de causa-e-efeito. Os "ungidos" afirmam que sabem fazer "fluir as bênçãos de Deus". É comum ouvir de pregadores pentecostais que vão ensinar a  "oração que move o braço de Deus”.
O Movimento Evangélico implode. Sua implosão é visceral. Distanciou-se de dois alicerces cristãos básicos, graça e fé. Ao afastar-se destes dois alicerces fundamentais do cristianismo, permitiu que se abrisse essa fenda histórica com a tradição apostólica. 

1. A teologia da Graça

Desde a Reforma, protestantes e católicos passaram a trabalhar a Graça como pedra de arranque de um novo cristianismo. O texto bíblico, “o justo viverá da fé”, acendeu o rastilho de pólvora que alterou a cosmovisão herdada da Idade Média. A Graça impulsionou o cristianismo para tempos mais leves. Foi a Graça que acabou com a lógica retributiva que mostrava Deus como um bedel a exigir penitência. Devido a Graça entendeu-se que a sua ira não precisa ser contida. O cristianismo medieval fora infectado por um paganismo pessimista e, por isso, sobravam espertalhões vendendo relíquias e objetos milagrosos que, segundo a pregação, “ garantiam salvação e abriam as janelas da bênção celestial”.
Lutero, um monge agostiniano, portanto católico, percebeu que o amor de Deus não podia ser provocado por rito, prece, pagamento ou penitência. Graça, para Lutero, significava a iniciativa de Deus, constante, unilateral e gratuita, de permanecer simpático com a humanidade. Lutero intuiu que Deus não permanecia de braços cruzados, cenho franzido, à espera de que homens e mulheres o motivassem a amar. O monge escancarou: as indulgências eram um embuste. Assim, Lutero solapava o poder da igreja que se autoproclamava gerente dos favores divinos.
Passados tantos séculos, o movimento neopentecostal, responsável pelas maiores fatias de crescimento entre evangélicos, abandonou a pregação da Graça. (É preciso ressaltar, de passagem, que o conceito da Graça pode até constar em compêndios teológicos, mas não significa quase nada no dia-a-dia dos sujeitos religiosos).
Os neopentecostais retrocederam ao catolicismo medieval. É pre-moderna a religiosidade que estimula valer-se de amuletos “como ponto de contato para a fé”; fazerem-se votos financeiros para “abrir as portras do céu”; “pagar o preço” para alcançar as promessas de Deus. Desse modo, a magia espiritual da Idade Média se disfarçou de piedade. A prática da maioria dos crentes hoje se concentra em aprender a controlar o mundo sobrenatural. Qual o objetivo? Alcançar prosperidade ou resolver problemas existenciais. 

2. A compreensão da Fé

“A Piedade Pervertida” (Grapho Editores) de Ricardo Quadros Gouvêa é um trabalho primoroso que explica a influência do fundamentalismo entre evangélicos. 

“O louvorzão, assim como as vigílias e as reuniões de oração, e até mesmo o mais simples culto de domingo, muitas vezes não passam de um tipo de superstição que beira a feitiçaria, uma vez que ele é realizado com o intuito de ‘forçar’ uma ação benévola da parte de Deus, como se o culto e o louvor fossem um ‘sacrifício’, como os antigos sacrifícios pagãos. Neste caso, não temos mais liturgias, mas sim teurgias, nas quais procura-se manipular o poder de Deus” (p.28).

Ora, enquanto fé permanecer como uma “alavanca que move os céus”, as liturgias continuarão centradas na capacidade de tornar a oração mais eficaz. Antes dos neopentecostais, o Movimento Evangélico já se distanciara dos Místicos históricos que praticavam a oração com um exercício de contemplação e não como ferramenta de como tornar Deus mais útil.
Fé não é uma força que se projeta na direção do Eterno. Fé não desata os nós que impedem bênçãos. Fé é coragem de enfrentar a vida sem qualquer favor especial. Fé é confiança de que os valores de Cristo são suficientes no enfrentamento das contingências existenciais. Fé aposta no seguimento de Cristo; seguir a Cristo é um projeto de vida fascinante.
O neopentecostalismo ganhou visibilidade midiática, alastrou-se nas camadas populares e se tornou um movimento de massa. Por mais que os evangélicos conservadores não admitam, o neopentecostalismo passou a ser matriz de uma nova maneira de conceber as relações com o Divino.
A alternativa para o rolo compressor do neopentecostalismo só acontecerá quando houver coragem de romper com dogmatismos e com os anseios de resolver os problemas da vida pela magia.
O caminho parece longo, mas uma tênue luz já desponta no horizonte, e isso é animador.
 
Soli Deo Gloria

domingo, 22 de agosto de 2010

SONHO

De vez em quando, eu tenho sonhos perturbadores. 

Eles vêm do subconsciente e, matreiros, tomam conta de tudo. Normalmente, acordo demolido depois desses sonhos, que sempre chegam em grupo, os covardes.

Hoje, eu sonhei com alguém com quem eu preferiria não sonhar. Ou, pelo menos, não ter de sonhar. 

Esse alguém se infiltrou em sonhos diferentes, passeou por cenários particulares da minha memória -  e em outros cenários, entre eles, uma praia maravilhosa - e falou comigo.

Acordei com uma sensação amarga na boca, prestes a explodir e gritar. 
Não fiz nenhuma das duas coisas.

Paz e Bem!

sábado, 21 de agosto de 2010

CURIOSIDADE NÃO MATA

O mistério da cruz nazista e os desaparecimentos na Amazônia

Em uma pequena ilha de um afluente do Rio Jari no Brasil, existe uma cruz de três metros de altura, que está decorada com uma suástica:
nazicemeterycachoeirade O mistério da cruz nazista e os desaparecimentos na Amazônia
O estranho objeto fica localizado em Cachoeira de Santo Antônio, em Laranjal do Jari, Amapá, Brasil.
Pode parece estranho, e de fato é, que exista uma cruz mostrando uma sepultura de nazista num lugar ermo do Brasil. Mas o mais esquisito do que a cruz, são os dizeres gravados nela:
“Joseph Greiner, morreu aqui em 2.1.1936 “
A data indica que a morte do nazista se deu exatamente três anos antes da Segunda Guerra Mundial se iniciar em 1939 e mais de uma década antes que os nazistas começassem a fazer o seu caminho para o Brasil, na esperança de se esconder na América do Sul. Então, o que raios estava um nazista fazendo no Brasil, do outro lado do mundo de onde ele saiu, em 1936?
Segundo nos diz a misteriosa cruz, os dias do alemão chegaram ao fim graças a  “uma morte por febre à trabalho do serviço de pesquisa alemão”.
Conhecido como o “Projeto de Guayana, era uma missão de exploração e também um testemunho de quão grande o nazista imaginou que o seu império um dia seria. Segundo diz um dos relatórios do Terceiro Reich:
” As duas regiões mais ricas em recursos, áreas de terra e pouco populadas do planeta são a Sibéria e a América do Sul…”
Os Nazistas acreditavam que apenas estes dois lugares ofereceriam as condições ideias para a expansão e imigração para os arianos:
“… De forma que oferece possibilidades para fins de exploração pela raça branca, mais avançada.”.
Em 1935, sob o disfarce de uma simples pesquisa e coleta de amostras biológicas, Schulz Kampfhenkel (o líder da expedição), Joseph Greiner, e um outro soldado nazista, assim como muitos habitantes locais contratados – segundo o relatório enviado  em uma carta de volta para o Terceiro Reich como não sendo capaz de serem ” comparados em termos civilizados com os alemães” - exploraram a região do Brasil que faz fronteira com a Guiana Francesa,  e enviaram de volta detalhes sobre como os nazistas poderiam infiltrar-se e começar a colonizar o Brasil.
Foi sugerido que o Brasil estava nos planos de Hitler e seu grupo para dar início ao que seria o grande Império Sul Americano do  Terceiro Reich.
Por essa nem o Indiana Jones esperava, né?
Claro que não, isso não aconteceu. Como muitos antes deles, os Nazistas subestimaram os riscos e perigos desta Terra. Greiner, morreu de malária durante a  expedição, e Kampfhenkel sobreviveu para levar o seu relatório ao Reich.
Mas por mais incrível que pareça, no fim das contas, não foi a malária, ou a selva, ou os índios canibais assassinos que pôs fim aos planos de expansão nazista pelo Brasil, mas sim a “gigantesca e ineficiente burocracia, bem como a apatia e total desinteresse governamental”.
“Em determinado momento, o plano pode ser apresentado novamente”, escreveu Heinrich Himmler, que foi responsável pela aprovação dos planos.
Hoje, tudo o que resta deste plano é o megalomaníaco túmulo dos nazistas que morreram no exercício da curiosa missão na selva Brasileira. O local hoje é conhecido popularmente como “o cemitério nazista”.
Tal qual os nazistas, milhares de aventureiros, exploradores e caçadores de tesouros encontraram a morte nessas nossas terras. O mais famoso e icônico destes corajosos e itrépidos aventureiros, foi o Coronel Fawcett.
Percy Fawcett foi um militar inglês que trabalhou para a Real Sociedade Britânica de Geografia, mapeando os confins do mundo. Nas décadas de 10 e 20, quando não existiam aviões e nem satélites, os mapas eram repletos de áreas brancas, onde se lia: “desconhecido”. Pode parecer divertido imaginar isso nos dias de hoje, quando qualquer lugar está ao alcance de seu clique no Google Earth, mas naquele tempo,  saber o que havia numa região inóspita ou inexplorada como os polos, as ilhas do Pacífico e etc, era importante para o conhecimento do mundo e também um estudo de natureza estratégica num mundo prestes a eclodir em sangrentas batalhas que seriam batizadas de “Grandes guerras mundiais”.
Os europeus gabavam-se de serem os colonizadores do mundo. Enviavam pesquisadores e exploradores para todas as partes do planeta. Foi graças a Real sociedade Geográfica que o Dr. Livingstone descobriu regiões remotas da África e a nascente do Rio Nilo.
180pxpercyfawcett O mistério da cruz nazista e os desaparecimentos na Amazônia
Coronel Fawcett o predecessor de Indiana Jones
Muitos e muitos anos antes de Perry Fawcett se ver compelido a adentrar a perigosa selva amazônica (que era absurdamente maior do que é hoje) outros viajantes corajosos fizeram isso. O mais famoso deles, foi Francisco de Orellana. Francisco de Orellana foi aquele defunto em perfeito estado que o Indiana Jones encontra com relativa facilidade ao escavar um cemitério abandonado na floresta do Peru. No filme, Orellana havia guardado consigo o fabuloso crânio de cristal. Mas na verdade, Francisco de Orellana foi um conquistador espanhol, o primeiro a navegar por toda a extensão do Rio Amazonas, descoberto em 1500 por Vicente Pinzón, que o chamou de “o mar doce” tamanho era sua foz.
Fracisco de Orellana veio para a América do Sul com o Francisco Pizarro, um implacável explorador espanhol que desbravou o Peru e dizimou tribos inteiras. A missão de Orellana foi uma das mais absurdas e impressionantes histórias de sobrevivência em condições ruins que se conhece. Ele escalou as montanhas da Cordilheira dos Andes e desceu pelo outro lado, encontrando a foz e navegando toda a extensão do Rio Amazonas, até chegar no mar. Imagina só fazer isso sem saber onde vai dar? E mais, se embrenhar cada vez mais em regiões inóspitas, cheias de índios perigosíssimos, mosquitos, criaturas venenosas e num calor absurdo, vestindo roupas de veludo e aramaduras de aço.A viagem de Orellana foi documentada por um frade espanhol, chamado Gaspar de Carvajal. Como já é de se imaginar, no caminho, eles foram atacados por diversas tribos e numa dessas guerras, Gaspar se impressionou ao ver “índios brancos”. A Guerra contra os icamiabas inspirou Gaspar a relacionar aqueles misteriosos índios com os guerreiros hititas chamados amazonas, e daí veio o nome do maior rio do mundo.
Após descobrir ouro e colher relatos de cidades perdidas cheias de ouro e riquezas inimagináveis,Francisco de Orellana resolveu voltar ao Brasil. Apenas dois anos após conseguir escapar de sua primeira missão, ele retornou com quatro navios e 400 homens, armados até os dentes, provisões, todo um aparato para descobrir as cidades perdidas, conhecidas como o “Eldorado”. Mas dessa vez Orellana não se deu bem. Ele perdeu dois navios no caminho até o Brasil e não foi feliz em sua incursão pela selva. Orellana morreu, ainda no rio, enquanto tentava retornar à Europa.
Mas o mito das “cidades de ouro” se tornou uma lenda tão poderosa que agiu como um imenso ímã atraindo a alma de milhares de pessoas. A ele se somaram relatos de bandeirantes, que alegaram terem visto ruínas de palácios e construções impressionantes, algumas feitas em ouro maciço, que refletiriam uma cultura muito superior à dos índios selvagens ao redor. Durante décadas acreditou-se que uma civilização riquíssima tivesse prosperado na Amazônia e então entrado em decadência, deixando para trás toneladas e toneladas de ouro e pedras preciosas, em ruínas amplamente decoradas, agora engolidas pela floresta. O termo Eldorado surgiu quando um dos exploradores espanhóis escreveu para El rei alegando que havia descoberto índios que lhe contaram sobre esses lugares tão ricos. O termo Eldorado significa O (homem) dourado em espanhol; segundo a lenda, tamanha era a riqueza da cidadela, que o imperador tinha o hábito de se espojar no ouro em pó, para ficar com a pele dourada. No fim do dia ele tomava banho num rio e todo o ouro se perdia, para logo em seguida ser aspergido sobre ele novamente. O imperador se banhava em ouro por toda a vida, todos os dias, e isso se dava ao longo de incontáveis gerações, tamanha era a quantidade do precioso metal disponível. Esta lenda teve origem em uma lenda que se iniciou por volta de 1530 com a história de um cacique ou sacerdote dos muíscas, indígenas da Colômbia, que se cobria com pó de ouro e mergulhava em um lago dos Andes.
Daí para virar uma terra de ouro puro foi um pulo e milhares de pessoas voaram pra cá como cupins em volta de uma lâmpada. Praticamente todos morreram. O Coronel Fawcett já havia adentrado a floresta amazônica um punhado de vezes, demarcando as fronteiras entre o Brasil e a Bolívia. Não tardou para Percy Fawcett dar ouvidos aos rumores de cidades perdidas. Ele investigou cuidadosamente, seguindo um método o mais científico possível naquela era vitoriana. Estudou mapas, colheu relatos, investigou artefatos e catalogou dezenas de tribos, que se referiam a tal cidade.  Com a descoberta de Machu Pichu escondida por densa floresta no alto das montanhas peruanas, Fawcett começou a crer firmemente que realmente poderia haver uma base por trás das lendas de Eldorado.
Os próprios índios, alguns ainda desconhecidos dos Homens Brancos, foram contatados por Fawcett e lhe revelaram “segredos” sobre uma cidade perdida, cheia de riquezas, que Fawcett resolveu chamar de “Z”.
O coronel Fawcett era alto, forte e parrudo. Corajoso ao ponto de parecer louco, certa vez Fawcett foi atacado por centenas de índios selvagens que dispararam flechas de dois metros, envenenadas contra ele e seus homens. Os homens pensaram em atirar, mas Fawcett os impediu. Embora uma única flechada seria suficiente para matar vários homens, Fawcett se manteve firme, parado, acenando para os índios com um lenço enquanto gritava “Amigo” em todas as línguas indígenas que conhecia. Por mais incrível que possa parecer, das centenas de flechas disparadas na direção dele, nenhuma atingiu o explorador britânico. Algumas passaram a milímetros de sua cabeça. Os índios ficaram espantados com tamanha coragem e pararam de atacar.
Fawcett ficou tão famoso por atitudes suicidas como esta que foi graças a ele que diversas tribos famosas por matar todos os que se aproximavam deles foram pacificadas. Ele era também muito amigo do escritor Arthur Conan Doyle, que inventou Sherlock Holmes, e que mais tarde utilizaria algumas das suas histórias na Amazônia como base para escrever a obra ” O mundo perdido”. As aventuras do Coronel Fawcett também serviram de inspiração para a criação de aventuras envolvendo o personagem Indiana Jones.
Mas ao contrário do personagem interpretado por Harrison Ford, Percy Fawcett era real, e se metia em roubadas tão impressionantes e com tamanha determinação que quase morreu de fome diversas vezes em cada uma das sete missões que realizou na selva amazônica.
Curiosamente antes de partir em sua última missão em busca da cidade perdida, ele deixou uma nota dizendo que, caso não retornasse, nenhuma expedição deveria ser organizada para resgatá-lo.
O seu último registro se deu em 29 de maio de 1925, quando Fawcett telegrafou uma mensagem a sua esposa dizendo que estava prestes a entrar em um território inexplorado acompanhado somente de seu filho e um amigo de Jack, chamado Raleigh Rimmell. Eles então partiram para atravessar a região do Alto Xingú, e nunca mais voltaram.
Muitos presumiram que eles foram mortos pelos índios selvagens locais. Porém não se sabe o que aconteceu. Os índios Kalapalos foram os últimos a relatar terem visto o trio. Não se sabe se foram realmente assassinados, se sucumbiram a alguma doença ou se foram atacados por algum animal selvagem. Contrariando a ordem do próprio Fawcett, incontáveis expedições de variados estilos e tamanhos foram realizadas para encontrá-lo. Nenhuma conseguiu.
Tudo o que conseguiram foi coletar histórias dos nativos. Alguns disseram que eles foram mortos por indígenas hostis ou que animais selvagens os atacaram. Ouviram também algumas versões mais fantásticas dentre as quais destacam-se a história de que Fawcett teria perdido sua memória e estaria vivendo como chefe de uma tribo de canibais ou de que eles realmente encontraram a cidade perdida, mas foram impedidos de retornar para manter o segredo da existência de tal local.
Ao todo, cerca de 100 exploradores morreram tentando procurar pelos membros da expedição de Fawcett. Três expedições de resgate também desapareceram na mesma região, que continua praticamente inexplorada até os dias atuais. Em 1952, seis anos depois do primeiro contato com os índios Kalapalo, os índios confidenciaram a história dos exploradores que haviam sido mortos muitos anos antes quando passavam na região. Cláudio e Orlando Villas Bôas localizaram o local onde teria sido morto o explorador inglês. Lá foram achados ossos humanos e objetos pessoais evidentemente de nossa sociedade como: faca, botões e pequenos objetos metálicos.
Os objetos, no entanto eram parte dos inúmeros ítens que Fawcett levava em suas incursões para dar de presente aos índios. A ossada descoberta pelos indigenistas passou por inúmeros testes, no Brasil e Inglaterra, mas não se chegou a uma conclusão satisfatória. A comparação da arcada dentária com uma dentadura de Fawcett deixada na Inglaterra demonstrou total incompatibilidade, pois o crânio descoberto ainda teria dentes que inviabilizariam o uso da dentadura. Acredita-se que os irmãos Villas Bôas teriam deliberadamente forjado o corpo de Fawcett na tentativa de parar o constante afluxo de gringos em busca do coronel. Há uma hipótese deles terem sido enganados por um índio, que visando uma recompensa na forma de rifles, teria os levado ao corpo de um antigo índio, que era bem alto para o padrão da tribo, com 1,60m. O problema é que Fawcett media 1,88m.
Até hoje a morte do explorador, seu filho e o amigo deles está em aberto.Muitas pessoas acreditam que Fawecett realmente conseguiu encontrar a cidade perdida, mas não conseguiu (ou não quis) voltar para contar.

Texto afanado do website Mundo Gump. Endereço: http://www.mundogump.com.br/

ELEIÇÕES 2010

Tudo - as várias pesquisas de intenção de voto, divulgadas pelo Ibope, Datafolha e Vox Populi - apontam o fortalecimento da tendência de vitória da candidata do PT, Dilma Roussef, à Presidência de República. E essa vitória provavelmente deve acontecer já no primeiro turno, em 3 de outubro.

Aos poucos, a candidatura de José Serra, ex-governador de SP, vai ficando cada vez mais esvaziada, inclusive com o abandono de virtuais aliados, que preferem ignorá-lo em suas campanhas e comícios.

Bem, pra mim, tucano bom, é tucano depenado. Logo, é bom ver essa turma afundando.

Infelizmente, a tucanaiada segue forte em São Paulo, onde o candidato Geraldo Alckmin deve abocanhar o Palácio dos Bandeirantes já no primeiro turno. Já os demos, aliados históricos do PSDB, estão virando um partidinho. 

Talvez ainda exista um tiquinho de justiça nesse mundo.

Paz e Bem!

Dilma abre 17 pontos para Serra e venceria no 1o turno-Datafolha

SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, abriu 17 pontos de vantagem para seu principal adversário, José Serra (PSDB), e venceria a eleição presidencial de outubro ainda no primeiro turno, mostrou pesquisa do instituto Datafolha neste sábado.
O levantamento, publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, apontou crescimento de seis pontos percentuais de Dilma, que agora tem 47 por cento das intenções de voto, contra 41 por cento no levantamento anterior realizado no início do mês.
Já Serra caiu três pontos em relação à sondagem anterior, feita entre 9 e 12 de agosto, e agora tem 30 por cento. A candidata do PV, Marina Silva, caiu um ponto e agora tem 9 por cento da preferência do eleitorado, segundo o instituto.
Nenhum dos demais candidatos conseguiu somar 1 por cento no levantamento. Quatro por cento dos entrevistados declararam voto nulo ou branco, contra 5 por cento na pesquisa anterior, e 8 por cento declarou-se indeciso, contra 9 por cento na sondagem do início do mês.
Segundo o Datafolha, quando considerados somente as intenções de votos válidos, ou seja, desconsiderados os brancos e nulos, Dilma fica com 54 por cento, o que lhe garantiria vitória no primeiro turno, marcado para 3 de outubro.
A simulação de segundo turno entre Dilma e Serra feita pelo Datafolha, mostra a petista com 53 por cento das intenções de voto, contra 39 por cento de Serra. Quatro por cento votariam branco ou anulariam e outros 4 por cento disseram não saber. Na sondagem anterior do instituto, a petista aparecia com 49 por cento, contra 41 por cento do tucano em um eventual segundo turno.
O Datafolha ouviu 2.727 pessoas em todo o país na sexta-feira, 20 de agosto, após o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
(Por Eduardo Simões)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dilma abre 16 pontos e seria eleita no 1o turno, diz Vox Populi

SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje. Pesquisa Vox Populi indica que a petista abriu vantagem de 16 pontos sobre o principal adversário, José Serra (PSDB), na corrida pela sucessão presidencial.
De acordo com o levantamento divulgado pela Rede Bandeirantes e pelo portal iG nesta terça-feira, Dilma tem 45 por cento das intenções de voto, Serra aparece com 29 por cento e Marina Silva (PV) tem 8 por cento.
Na pesquisa do instituto divulgada em 23 de julho, Dilma tinha 41 por cento, Serra aparecia com 33 por cento e Marina permanecia com 8 por cento.
A margem de erro é de 1,8 ponto percentual.

(Reportagem de Carmen Munari)
VOCÊ LUTA CONTRA AS TENTAÇÕES?

Tentação!

Quem não as tem?

Quem nunca as teve?

Quem jamais as terá?

Sim, de todos os tipos e de todas as formas. Indo de realidades subjetivas às mais grotescas vontades de realizações objetivas e concretas.

O Evangelho praticamente inicia com o tema da tentação!

Por isto não é de admirar que Jesus tenha nos mandado vigiar e orar para não se “cair em tentação”. E com este “cair em...”, Ele revela que a tentação tem suas estações; ou seja: seasons. Ora, esta “estação das tentações” têm a ver com as dinâmicas psiquicas de nosso ser, conforme também aconteceu com Jesus.

Na fome, na necessidade de afirmação e no desejo de cumprir Sua missão, a tentação veio como indução para transformar pedras em pães (fome), como impulso para resolver quem Ele era aos olhos de todos de uma vez (Pináculo) e como um “bypass” no tempo, queimando etapas, sobretudo a etapa da Cruz (o Monte Alto).

Portanto, quando Ele mandou orar para evitar a tentação, com isto não ensinava nem a devoção neurótica (orar contra a tentação), nem a atitude paranóica (poderei ser atingido pela tentação a qualquer momento). Sim, porque o que Ele ordena é que se encha a mente de oração, de um falar constante com Deus, e que nada mais é senão um falar consigo mesmo em Deus; de tal modo que o pensar não é de si para si, mas acontece em Deus, vivendo assim em permanente estado de conferência com Ele; em tudo. Além disso, no Pai Nosso, Ele vincula o “não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mau” — ao contexto antecedente, que fala de estar cheio e tomado pelo Pai, pelo desejo de que Seu nome seja em nós santificado, que sei reino cresça em nós (venha!), que a vontade Dele tenha seu lugar e chão em nós; além de nos remetar para a busca do que é do céu aqui na Terra.

Assim, uma das maiores prevenções contra a tentação tem a ver com uma devoção profunda e não neurótica; posto que se propõe a buscar o que é maior e mais elevado, ao invés de se deixar tomar pelo que aqui da Terra. Botar as coisas da Terra sobre aquilo que é eterno, é o que abre o espaço existencial maior para a tentação.

Portanto, “orai...”, diz Ele, para que não se caia em tentação!

É esse orar aquilo que mais e melhor previne a estação das tentações. Todavia, se alguém decide orar contra ou por causa da tentação, mais tentado ainda ficará; posto que a tentação, pela via da oração e por ela própria, se torna algo “fixo como pensamento”, e que apenas cresce mais e mais em nós.

Este tema da tentação é interminável, como infindáveis são as pulsões de tentação humana. Entretanto, sendo simples e prático, eu digo que o que de melhor se pode fazer por si mesmo na hora da tentação, não é pensar que podemos vencê-la, mas sim que não temos o poder, em nossa carne, para combatê-la...

E, assim, sabendo disso, virmos a descansarmos em relação à tentação, pois ela se alimenta de nossa luta contra ela.

Afinal, o que não pode ser vencido pelas nossas próprias forças, havendo confiança na Graça, já deveria estar vencido como ansiedade em nós; pois, se não posso, por que se afligir com tal impossibilidade? Assim, é esse cinismo santo para com o poder da tentação, e que resulta de nossa confiança na Graça de Deus, aquilo que deve tirar o poder da ansiedade e do medo pelo qual a tentação cria metástases em nossa mente, em todo o nosso processo de pensar. Quanto mais se enfrenta a tentação como tal, mais ela cresce em nós; e se orarmos contra ou em razão dela, mais ela se "fixa" em nós; tornando-se uma devoção diabólica; fazendo-nos “orar” contra aquilo que só se torna o que tememos quando é tratado como tal.

A única maneira de enfrentá-la é deixando-a rouca... falando sozinha... sem resposta nossa... enquanto nos desobrigamos de conversar com ela... ou de respondê-la... ou de mostrar para Deus e para nós mesmo que temos "o poder do livramento"... e que por isto a venceremos. Isto porque o “poder do livramento” do qual nos fala Paulo, escrevendo aos Coríntios, só se efetiva na vida daquele que descansa no livramento que já é; e que não apenas será se o tornarmos real por nossas próprias forças!

Quando se confia na Graça e no amor de Deus por nós, toda tentação perde seu poder; e se descansarmos na certeza de que Jesus já foi também tentado por nós, conhecendo cada uma de nossas fraquezas ou tendências, mais vicária e transferível, pela fé, será a vitória de Jesus em nosso favor.

Se houver confiança e descanso, é claro!

Desse modo, descansando é que se vence a tentação, confiando na fidelidade e na imutabilidade do amor de Deus. Pois só assim recebemos o poder de resistir, ou de suportar a tentação; posto que desse ponto em diante as tentações deixam de ser “sobre-humanas”, e se tornam apenas humanas; e, portanto, reduzidas ao nosso próprio nível, deixando de ser um poder irresistível. Paulo e Hebreus ensinam que as tentações não suportam o nosso silêncio confiante na Graça; assim como não suportam nosso descanso na Cruz de Cristo. Afinal, o “Está Consumado” vale também para as tentações.

As tentações crescem na medida em que nossas pulsões psicológicas, provocadas pelas nossas próprias cobiças (insegurança essencial) — e que são os agentes progenitores do que chamamos tentação —, se aninham e se fixam em nós como medo de Deus e de Sua punição.

Sim, por essa via elas apenas aumentam, visto que tal realidade existencial e psicológica aceita a provocação do "medo de estar sendo tentado"...

Do mesmo modo elas crescem em razão de nosso de-bate com elas.

Tentação come medo; e se alimenta do seguinte cardápio: oração amedrontada, de-bate psicológico, discussão com ela, medo de Deus; e também de seu oposto, que é a arrogância que julga que por força própria se pode vencê-la.

Quem já não tem justiça própria, não tem mais assunto com nenhuma tentação!

"Vamo-nos daqui... Aí vem o principe deste mundo, e ele nada tem em mim..." — disse Jesus.

O principe deste mundo se alimenta do que “ele tem em nós”!

Assim, como há muita cobiça e outras loucuras em todos nós...! o melhor a fazer é confiar Naquele em quem o tal “principe” nunca teve NADA: Jesus.

Parece coisa boba, mas não é!

Quem desejar, pratique; e verá como as tentações não suportam a confiança e o descando na Graça; e isso em silêncio que nem ora contra... mas apenas ora em gratidão! O grande problema é aprender isto como confiança, e não como “teoria”.

E mais: aprender a ser grato e natural com Deus mesmo em tais horas críticas.

Quando a gente aprende isto, ela, a tentação, ao chegar... começa a perder o poder; posto que se alimenta de nossas importâncias; e sobretudo de nossa justiça-própria, de nossa necessidade de dar explicações a nós mesmos e aos céus; e, sobretudo, do medo de estar sendo tentado!


Nele,

Caio

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PAULO: PERFEITAMENTE IMPERFEITO, IMPERFEITAMENTE PERFEITO

Paulo escreveu sobre o amor em sua forma e expressão mais sublime (ICo13).

Aquele amor eu só conheço, com todas as suas implicações, em Jesus.

Nem o santo mais elevado em suas aspirações viveu completamente aquele amor.

O próprio Paulo tinha naquela consciência a sua motivação e seu alvo de crescimento para o ser, mas ainda não o havia alcançado.

A leitura de Atos e das cartas de Paulo nos revelam que o apostolo ainda não havia alcançado aquele nível de sentir e responder em todas as coisas—não o tempo todo!

A segunda epístola aos Coríntios, por exemplo, nos revela a dor e a passionalidade de seu ser em relação a coisas e relacionamentos para os quais a prática de I Co 13 teriam sido a cura.

A revelação recebida por Paulo, como não poderia deixar de ser, era muito maior que ele mesmo como homem. Não era dele. Era também para ele!

Aquele amor não é praticado por nós nem mesmo em relação a Deus.
Amamos a Deus de modo inferior, muitas vezes até animal e erótico nos sentimentos que em nós nascem, tais como ciúme, disputas, inveja e convicções que se fazem defender com ardores de guerreiros no campo de batalha.

Até mesmo nossa noção de Dogma é abraçada à partir de uma forma passional de amor.
No Dogma ama-se a Deus com um amor que em I Co 13 é destruído. Nossas profecias, dons, fé, caridade, e bondades—ainda estão no nível da elevação do amor psicológico ao seu nível mais superior, mas ainda é a alma amando a Deus, defendendo Deus, sofrendo por Deus e enfrentando os inimigos de Deus!

É nesse sentido que devemos dizer que o Dogma se instala como tal mediante a virtude de um amor profano. Afinal, em I Co 13, o Dogma é o Amor e não há amor para se amar o Dogma.

Daí todas as formas de amor ao Dogma serem profanas, pois, servem-se da mesma fonte de sentimento e de consciência com a qual se ama a mulher, os filhos, os amigos e a vida; ou seja: ama-se no antagonismo e na contradição!

Aquela forma de amor nos curaria a todos. E se não estamos curados—eu pelo não estou, pois vejo-me amando a Deus com ardores, calores e muitas passionalidades—é porque estamos ainda muito longe de chagarmos lá.

Pessoalmente creio que não chegaremos jamais lá, não em plenitude, enquanto estivermos presentes no corpo.

Quando amo alguém faço-o à partir de mim mesmo e de minha necessidade de ser também recompensado, seja pela alegria do retorno do sentimento, seja pela alegria de servir aquele objeto do amor. Mas eu estou mais que presente no processo. Assim como Paulo, que amava muito, mas embatia-se sobremaneira em defesa de seu próprio amor pelos que amava.

Até mesmo sua declaração em Romanos que preferiria ser separado de Cristo por amor aos seus compatriotas, ainda expressa essa forma humana e passional de amor—a mesma de um pai por seus filhos ou pelo amor de sua vida, no caso de ter de sacrificar para que o outro viva.

Paulo desviava o curso de sua natureza por amor. Jesus, todavia, não. “Ainda não é chagada a hora”—repetido por Ele tantas vezes, revela que tipo de amor Ele encarna, até para morrer.

Estou escrevendo isto para dizer somente uma coisa:

Se amamos a Deus com amor profano, nossos Dogmas habitam a terra da profanidade. E, se é assim, o Dogma, em si, será tanto mais neurótico como Dogma a ser defendido, quanto mais passional for o seu defensor.

Daí os defensores obcecados de um Dogma estarem dando muito mais que testemunho de seu amor por Deus, uma declaração de como é interiormente a sua própria alma.

Quem alcançou o amor como Dogma, pelo simples fato de estar imerso no amor, já não ladra e nem morde!

Portanto, toda ortodoxia que mata e oprime é, antes de tudo, um des-testemunho da presença do amor.

Quem mergulhou na dimensão do Amor já não tem o que defender, pois, no coração, sabe que o que é, é; e o que não é, não é—talvez mesmo jamais venha a ser!


Caio
Copacabana
2003

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A IGREJA SUBVERSIVA E CLANDESTINA CONTINUA CRESCENDO

Carlos Bregantim

Todos os dias,  recebo noticias e testemunhos de cristãos que estão se reunindo, se encontrando fora dos chamados guetos evangélicos, católicos ou, fora do sistema religioso institucionalizado. Há uma igreja clandestina crescendo. Nas estatísticas oficiais, eles são designados de “os sem igreja” Cristãos se encontrando informalmente para estudar e reler o evangelho de Jesus. Cristãos se reunindo para orar. Cristãos se encontrando para desenvolverem projetos sociais. Cristãos que se cansaram de defender as cores de suas denominações ou grupos religiosos, muitos, às vezes, sectários, radicais, inflexíveis. Cristãos feridos pelo sistema religioso que estão encontrando cura no serviço cristão. Cristãos se voluntariando em hospitais, asilos, creches, cadeias, favelas e em ONGS sérias que visam o bem da humanidade em todos os seus aspectos e necessidades.. Cristãos encontrando comunhão saudável em lugares os mais diversos. Cristãos se envolvendo em causas justas, não importando quem as iniciou, isto é, de quem foi a idéia. Cristãos  cobeligerando em nome da paz, da justiça, do bem comum. Cristãos sendo apenas cristãos e não religiosos. Sabe-se que em paises ainda repressivos, esta igreja clandestina, subversiva cresce. Cresce nos porões e misturada no meio do povo e em ações comunitárias absolutamente relevantes. É impossível enumerar os cristãos que dizem estarem melhor fora dos seus guetos religiosos. Confesso que noutros tempos isso me angustiava, mas, hoje, hoje não. Por conta do que se tornou o chamado “mercado religioso”, hoje, confesso, prefiro ver o engajamento de muitos cristãos em movimentos comuns, de rua, de curtiços, das favelas, de sem terra e sem tetos. Movimentos em favor da ética. Movimentos em favor da ecologia pensando no aquecimento global e no bem estar do mundo. Gosto de saber que há meninos e meninas se encontrando em lugares públicos para ler o evangelho, orar e desenvolver amizades espirituais. Gosto desta clandestinidade. Gosto desta subversidade. Gosto do sal diluído no meio da multidão. Gosto da luz em lugares que antes eram só trevas. Hoje, quando ouço os reclamos do interminável contingente de pessoas, queixando-se dos males que estão sofrendo em seus sistemas religiosos, em seus guetos evangélicos, em seus modelos de espiritualidades, confesso, não consigo  mais encoraja-los a ficar ali. Erncorajo-os a encontrarem outros irmãos e se reunirem em algum lugar e ali celebrarem a fé, a  amizade, o amor, a solidariedade, ler o evangelho e buscar interpreta-lo e traduzi-lo pra vida.  Não consigo e  nem quero mais participar de rodas em que o tema é os que estão explorando a boa fé de muitos. Cansei disto. Não tenho animo para insistir em denuncia-los, até porque a imprensa já o faz diariamente tal o tamanho deste quadro que chega ser tragico.  O ministério publico tem feito. Na verdade, a maioria das situações denunciadas são casos de policia e muitos estão sendo investigados, processados e presos. Acho que este é o caminho melhor, isto é, denuncia-los à justiça e deixar que esta os enquadre conforme as conclusões judiciais.  Penso que aos cristãos cabe apenas serem cristãos. Quem disse que era pra ser assim? Qual a instituição religiosa  que Jesus organizou? Segundo o que entendo no evangelho, não há mais lugar santo, nem dia santo, nem púlpito santo, nem encontros santos. Não há mais o clero que intermediava entre o homem e Deus. O véu do templo se rasgou e não apenas nós podemos chegar lá mas a Glória do Eterno vazou para nós.  Creio nesta igreja clandestina, subversiva, invisível, diluída no meio das pessoas. Creio nestes encontros simples. Creio nestas reuniões extra-oficiais.  Hoje, não há porque ficar aprisionado a um sistema religioso  que sobrecarrega seus adeptos com cargas insuportáveis de dogmas, maldições, chantagens, coerção, pressões psicológicas, que espalham o medo, o terror.  Minha palavra aos que reclamam disto é, porque você continua lá? O que te prende? Deus não é. E se Deus não é, quem é? Ou é o poder de persuasão de homens e mulheres que exercem tal domínio sobre muitos ou é de outra origem que nem quero aqui citar.  Quero fazer parte desta igreja que cresce na clandestinidade, na subversidade, no anonimato, no meio do povo. Quero fazer parte desta igreja que se espalha, se dilui, e, como água, penetra os lugares impenetráveis. Quero essa igreja, que não tem sede e nem utensílios caros e muito menos um clero ditando o que deve ou não ser feito. A resposta aos exploradores de almas e de bolsos será dada quando os  cristãos deixarem de alimenta-los, sustenta-los, enriquece-los, paparica-los, louva-los, exalta-los, ovaciona-los.  Parem de contribuir para seus projetos megalomaníacos de construir suas torres. Contribua com aqueles que,  se você, seus filhos, seus pais e amigos estiverem num hospital, eles irão visita-los. Contribua com os que visitam os presos em cadeias. Contribua com os que estão militando entre os necessitados e você sabe seus nomes, conhece suas famílias. Sabe onde moram. Pare de contribuir com os que estão construindo mansões. Pare de contribuir com os que vivem voando pelos ares em seus jatos particulares. Parem de contribuir com aqueles que tem motoristas particulares e carros impostados pagos a preço de ouro e com as ofertas de gente simples. Pare de contribuir com aqueles que só usam roupas de marca. Contribua com  os que estão aconselhando seus filhos pessoalmente. Conhece-os pelos nomes. Contribua com aqueles que você pode ligar de madrugada e eles os atendem. Contribua com aqueles que você sabe o numero do celular e quando você liga, eles atendem. Contribua com aqueles que lhes respondem os e-mails. Contribua com aqueles que te atendem em horas de desespero. Contribua com aqueles que foram nos funerais de seus familiares e choraram com você e sua família. Contribua com homens e mulheres que você já chegou perto e viu, testemunhou que são seres humanos normais. Não contribua com semi-deuses. Contribua com aqueles que você pode tratar pelo primeiro nome. Tenho pra mim que esta é a melhor forma de denunciar e destronar estes que vivem da miséria de tantos. Se você faz parte de um pequeno grupo, uma pequena comunidade onde você é tratado com dignidade, pelo nome e o que ali é ensinado e feito, todos sabem e nada esta debaixo dos tapetes, fique ai e contribua com  seus recursos. Não contribua pra manter programas de radio e televisão de ninguém a não ser que você tenha absoluta certeza que seus recursos de fato estão sendo investidos de maneira correta. Contribua com  aqueles a quem você tem acesso. Contribua com os que te ouvem. Contribua com os que te atendem. Contribua com gente que tem ouvidos e sensibilidade para com você e os seus próximos.  É por isto que creio nesta igreja clandestina, subversiva, pois, ela pode não ser conhecida da mídia, mas, é conhecida nas ruas, nas favelas, nos guetos, nos hospitais, nos asilos, nas creches, nas escolas, nas cadeias, nas unidades da Febem, e em tantos outros lugares. Oro pra que esta igreja cresça. Oro pra que milhares de pequenos grupos  sejam constituídos. Oro para que os movimentos como Caminho da Graça e outros nunca se institucionalizem a ponto de se tornarem tão pesados que não consigam mais atender as pessoas. Oro, oro mesmo, pra que Jesus seja visto e conhecido em lugares simples, em encontros simples, no meio de gente simples e ali, Ele cure, restaure, reconcilie, reconstrua, salve, ressuscite, enfim, que Ele faça aquilo que só Ele pode fazer. Creio nesta igreja.

Com carinho.
 
Carlos Bregantim