Estou começando a escrever esta postagem no domingo, dia 29 de novembro, às 05h04min. Depois de um dos piores dias da minha vida, seguido de uma noite igualmente catastrófica, com um sono recheado de pessadelos.
Na boca, uma sensação amarga, envolta em um rosto cansado.
Quero, preciso, devo, pelo menos tentar, escrever sobre a culpa. Porque a culpa está me matando, me comendo vivo, tirando minha força e transformando minha vida.
Pois esse é um dos seus poderes. Comer um homem por dentro, tendo início em mostrar-nos que não somos homens, ou seres humanos, mas apenas arremedos. Bonecos de pano.
A culpa mata, ao tirar, ou pelo menos esconder, qualquer prazer que a vida tenha.
A culpa nos come vivos, pois nos tira qualquer alegria e até mesmo a esperança no futuro.
A culpa transforma a nossa vida, pois nos torna incapazes de ver qualquer coisa boa em nosso passado, contaminando a tudo com maldade e dor.
A culpa mata; e, se não mata, ela não nos torna mais fortes. Se não matar, a culpa aleija.
Porque uma pessoa sem esperança, incapaz de dar qualquer valor ao seu próprio passado, é uma pessoa aleijada. Ela não anda, ela não se põe no caminho.
Não se move. E a imobilidade é morte.
Encerro esse texto às 05h15min, exatos onze minutos depois de tê-lo iniciado. É um texto pobre, triste, tosco. Não ofereço nenhum alívio, nenhuma brincadeira, nenhum amor.
Termino sem Paz; termino sem Bem!
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