domingo, 13 de março de 2011

CARTA ABERTA À PRESIDENTA DILMA


São Paulo, 13 de março de 2011.

Senhora Presidenta,

eu lhe escrevo hoje, dois meses e 12 dias depois da senhora ter sido empossada como mandatária da República por que, cada vez mais, acredito na importância do cidadão comum – alguém como eu, que vive de salário, sem mandato ou amigos influentes – tentar participar da política, enquanto que, por “política” entendamos o trabalho de construir um projeto de nação.

Em primeiro lugar, antes de realmente começar esta carta, acho interessante me apresentar.

Assim: meu nome é Thiago Fuschini e resido em São Paulo, capital. O quartel-general do tucanato que lhe faz – e sempre fará – oposição, como a senhora bem sabe. Por formação, sou jornalista e sociólogo, mas, movido pelo meu interesse em sobreviver, já que tenho de pagar contas e ingerir alimentos para tanto – me tornei professor de idiomas.

Bom, agora nos conhecemos um pouco melhor. Bem pouco, eu admito.

Ainda assim, acho que preciso lhe confessar algo: não votei na senhora no primeiro turno das eleições passadas. Entretanto, digitei “13” no dia 31 de outubro último.

Durante os dois turnos, fiz campanha sistemática contra o candidato da Direita Que Ousa Dizer Seu Nome, o Sr. José Serra. E peguei gosto pela coisa, uma vez que ainda me divirto acrescentando fotos de gosto duvidoso do ex-candidato, juntamente à legendas engraçadinhas.

Ou seja, presidenta, estou do seu lado.

E, justamente por estar do seu lado, gostaria de dizer que apóio firmemente algumas das ideias que estão circulando sobre possíveis políticas públicas a serem desenvolvidas durante o seu mandato.

Por exemplo, sou favorável à proposta de erradicar a miséria do Brasil de uma vez por todas.

Li recentemente que o principal alvo dessa proposta – a de terminar com a pobreza extrema no nosso país – terá como principal público-alvo mulheres e crianças.

E sou favorável, uma vez que é fácil perceber que são justamente esses dois setores – a mulher que não trabalha fora de casa e a criança – que mais sofrem com a miséria.

Também sou favorável a punir os nossos torturadores que, durante o regime militar, seviciaram, aleijaram e mataram brasileiros, pelo simples fato de suas vítimas possuírem uma visão política alternativa a deles.

Entretanto, aguardo ansioso para que a senhora se manifeste sobre dois temas importantes. Na verdade, dois temas que considero essenciais se realmente quisermos transformar essa terra onde um monte de gente mora junta em uma nação de verdade...

O primeiro desses temas é a reforma política, presidenta.

Por “reforma política”, eu não me refiro apenas à necessidade de criar novas regras para os partidos – na verdade, quase grupos mafiosos – atuarem.

Na verdade, seria preciso reavaliar para que servem os partidos, que hoje estão transformados em trincheiras que atuam contra a nação.

Outra questão fundamental, a mais fundamental de todas, é acabar com a corrupção. Sei que isso chega a ser um sonho – como qualquer utopia – mas eu gostaria de ver algumas medidas de verdade serem tomadas a este respeito.

Uma delas seria ter o prazer de ver políticos e empresários corruptos presos pela Polícia Federal continuarem atrás das grades.

Senhora Presidenta, a corrupção é um mal nesse país, tão venenoso quanto a miséria. A corrupção se aninha na pobreza e se reproduz a partir da miséria, causando ainda mais miséria, ao sugar recursos (financeiros, materiais e humanos) que deveriam ser usados em favor da população carente.

 Me enoja ver políticos comprovadamente corruptos – de todos os partidos políticos, infelizmente – continuarem na vida pública, dando de ombros para nós, trabalhadores e continuando a ajudar a reproduzir diariamente o nosso quadro de pobreza e ignorância.

Espero que a senhora partilhe de algumas das minhas ideias.

Quero pensar que a senhora está do meu lado, na medida em que eu estiver do lado da nação.

Com os melhores votos,

Thiago Fuschini

Um comentário:

  1. Não existe ex-homossexual, ex-ladrão e ex-prostituta. Por essa razão não creio no governo dessa senhora, pois, quem já foi reconhecido como portador de uma dessas "virtudes" pode estar em repouso, porém o mal que lhe corroe a alma continua intacto. Imagine então com um imenso cofre aberto diante de seu rosto.

    ResponderExcluir