... tive medo do escuro. Hoje, me dou bem com as luzes apagadas, perdido na noite escura.
Eu já tentei parecer quem eu não era, mas a máscara caiu antes da Quarta-feira de Cinzas.
Eu já menti, roubei, trapaceei e matei. Não honrei ninguém; já quis a mulher do próximo, mesmo quando ele era próximo demais de mim.
Eu já tentei ser vilão, herói, amante e vítima. Hoje, sou eu mesmo, ou seja, um pouco de cada.
Eu já viajei e voltei, são e salvo, ou em pedaços.
Eu já parti corações, e já tive meu coração arrancado do peito.
Eu já gritei do alto dos prédios, susssurrei promessas de amor eterno e já cantei no chuveiro.
Eu já sorri, contei piadas e brinquei por aí, mesmo com o olhar cheio de tristeza.
Eu já chorei, abracei amigos que choravam e consolei desconhecidos.
Eu já me importei, e já deixei de me importar.
Eu já escrevi um livro e plantei uma árvore. Mas, infelizmente, nenhum bebê alisou o meu rosto e se aninhou no meu peito.
Eu já encerrei esse texto, triste por ter vivido tão pouco, alegre por ter vivido tanto.
Paz e Bem!
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