quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

BATALHA EM SEATTLE

"Não é a hora de vidas humanas serem mais importantes do que o lucro?".

Esta é a pergunta feita por um médico da organização não-governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras, durante uma reunião sobre a reavaliação de patentes de medicamentos, realizada durante uma reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Seattle , EUA, em 1999.

Esse médico estava horrorizado com a indiferença das companhias farmacêuticas em relação ao sofrimento dos povos do Terceiro Mundo, que estão morrendo por serem incapazes de pagar por medicamentos.

Esta cena, que em seus elementos essenciais, se repete ao redor do globo milhões de vezes por dia, está registrado no filme Batalha em Seattle (Battle in Seattle, no seu original), uma produção norte-americana em estilo de semi-documentário. Tive a sorte de assistir a esse filme hoje.




No filme, vemos os fatos que cercaram a reunião da OMC, na qual milhares de manifestantes protestaram contra os métodos em que o comércio mundial está organizado.

E quais seriam esses problemas: exploração brutal dos trabalhadores, total desrespeito ao meio-ambiente, retaliação contra os países subdesenvolvidos, entre outras características adoráveis.

Os protestos que aconteceram em 1999 foram pacíficos mas, ainda assim, foram reprimidos com extrema brutalidade pela polícia local. A administração municipal chegou a declarar estado de emergência na cidade, medida que inclui o famigerado toque de recolher.

No filme, vemos como a polícia de Seattle, orientada por políticos e outros grupos de interesse, utilizaram da brutalidade contra manifestantes não-violentos e desarmados.



  
A primeira foto é uma imagem do filme. A segunda registra a manifestação real

Bom, e agora? Depois de mais de uma década, alguma coisa mudou? Na verdade, será que é possível mudar alguma coisa, já que as leis do comércio internacional, por sua própria natureza, estão acima dos limites nacionais? Outro questionamento: o que eu posso fazer? 

Honestamente, a maior parte dessas respostas teria de ser negativa. 

Mas podemos ser opositores de consciência. Devemos ser contra o que é imoral, contra aquilo que vai contra valores humanos. 

E, infelizmente, o sistema de comércio mundial, asism como seus sucedâneos, como a política industrial dos países desenvolvidos, por exemplo, vai contra todo e qualquer valor humano moralmente aceitável.

Essa gente, essas empresas, que lucram com guerras, exploração e miséria humana são os nossos verdadeiros inimigos.

Com o tempo, talvez a série de desastres que vem acontecendo no mundo, e o aumento dos protestos, sempre pacíficos (não somos iguais a eles), possa mudar as coisas, mudar as mentes.

Assim seja.

Paz e Bem! 

Um comentário:

  1. Pois é a guerra da lucro, o desastre da lucro, a fome dá lucro...a maldade é altamente rentavel, porque desistir dela, se ela provoca a desigualdade a diferença.
    Paz e bem dificil hoje ouvir essas palavras juntas só aqui...

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